terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

                 GRANDE RODEIO DA TRADIÇÃO
                No final da década de 50 do século passado, existia em Santa Cruz do Sul, um programa de rádio intitulado Coxilha do Rio grande que era animado por Valdomiro Schiling. Ele apresentava os artistas da cidade de uma maneira geral. Faço um parêntese para dizer que naqueles tempos não se dizia apresentador de programas e sim animador. Em 1960, Euclides Pereira Soares, com sua família, a maioria vindo de Barros Cassal, a grande clã Pereira dos Santos, cujo patriarca era José Altivo dos Santos e a matriarca Maria Eufrásia Faleiro dos Santos, conseguiu aquele horário, que era por sinal, nobre na rádio Santa Cruz, e fundou o primeiro programa de CTG na região, o “Grande Rodeio da Tradição”, que era apresentado aos moldes do Rodeio Coringa, da rádio Farroupilha de Porto Alegre, isto é, com quatro invernadas, ou seja: das duplas, dos declamadores, dos gaiteiros e dos trovadores.
 Com o auditório sempre lotado, ele era apresentado na rua Júlio de Castilhos, onde hoje se situa a Afubra, com distribuições de brinde e prêmios aos vencedores das invernadas. Era um sucesso absoluto aos domingos a noite das 20 às 22 horas. Foi nesta época que começou mesmo as tradições gaúchas em Santa Cruz do Sul, com a implantação definitiva do CTG Tropeiros da Amizade como patrono do programa e seu maior divulgador. Ali nascia, na realidade, esse CTG. Nesta ocasião comecei a animar programas de rádio fazendo o grande Rodeio Mirim, apresentando somente crianças no programa.
Pelo Grande Rodeio da Tradição passaram muitos artistas da cidade e também quando vinham da grande Porto Alegre, se apresentavam nele. Nomes como Dimas Costas, Irmãos Bertussi, Irmãs campeirinhas, os Milongueiros, Chará e Timbaúva, a Dupla Mirim, Osvaldinho e Zé Bernardes, são alguns dos artistas já famosos do rádio Rio-grandense.
 Dos nomes da cidade, lembro do Campeiro e Campinho, os Dois Amigos, que era o Euclides e o Allão Pereira dos Santos, os Araganos, o mano Cliff, o Joãozinho e tio Marciliano José Rodrigues, o Antoninho e a Terezinha, que ainda eram mirins, Tropeiro e tropeirinho, os Tropeiros, que eram o Cliff e o Eli, muito boa dupla, por sinal, Scherinha e Maringá, o trio Fronteirista que era formado pelos irmãos, Jair, Sonia e Estela. A família Almeida com as cantoras, Marlene, Tereza, Celina e marlise. Na parte de declamadores, surgiu o Dão Real Pereira dos Santos, Pedro Ferreira, Anadir Duarte, Ernestor Cardoso, Adão Regis Pereira dos Santos e toda gurizada, que despertou para esta especialidade. Como gaiteiros, apareceram o Nelsinho, O Cliff, o Marciliano, o Antenor, o Jair Pereira Soares e tantos outros. Na parte de trovadores, surgiram nomes como, Ozi Andrade, Portela Delavi que já tinha nome de fama estadual e tantos outros que passaram por este programa, que nestes moldes durou até 1965.
Com as mudanças da patronagem do CTG, este programa passou a ser realizado, ainda com auditório, mas sem ser ao vivo. Portanto, a partir deste ano, passou a ser gravado na sede da entidade e levado para ser apresentado todos os sábados pela manhã.
O Grande Rodeio da Tradição, que era apresentado por nós, permaneceu assim até o ano de 1985, revelando grandes nomes do cenário regional.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

opinião pública

                                                OPINIÃO PÚBLICA

                Somos reféns de nossas opiniões?
Esta interrogação fica em nossas mentes cada vez que deparamos com situações que nos deixam, deveras preocupado, com os valores intrínsecos que são deixados de lado, quando apressadamente queremos avaliar outras pessoas. Já dizia o sábio que só os loucos e os mortos não mudam de opinião.
“Ninguém colhe um presente, nem semeia um futuro, senão houver um passado”. Esta frase personifica exatamente o queremos enfatizar. Lembramos tão somente do, agora...
As vezes realizamos grande obras em beneficio de outrem, trabalhamos para o bem comum anos a fio, sem nenhuma cobrança, tipo: toma la, da ca. “Não saiba vossa mão esquerda o que da a mão direita”, parábola de Jesus, o grande Mestre da Humanidade, e quando num deslize, próprio do ser humano, dissemos e ou fazemos, algo impróprio para o momento, pronto: tudo o que foi feito, foi por água abaixo. Vale aquele momento, vale àquela mancada, o resto não importa. Ah... como é fácil julgar, não é?
Será todos os bons feitos não apagariam os maus feitos? Não, não, agora ficou mais fácil criticar!
Há pouco tempo, o deputado federal, Sergio Moraes passou por algo que é um exemplo prático disto. Em tempo: não é uma defesa do nobre deputado, até porque, ele não precisa disso. Numa entrevista em Brasília ele disse a célebre frase: “To me lixando pra opinião publica”. Pronto, bastou para que sua marca em todo o Brasil, fosse esta.. Ora, todos sabem as grandes realizações do deputado, desde os tempos de prefeito de Santa Cruz do Sul, passando pela Assembléia Legislativa e a Câmara dos Deputados. Foram conquistas em prol da população regional e estadual, haja vista sua atuação em todos os recantos de nossa terra.
Pois bem, ele explicou em diversas entrevistas, em praticamente todos os setores de imprensa do Brasil. Ele pediu desculpas pelo mal entendido e disse também, explicitamente, que sua referência, a famosa frase, era especificamente à pessoa que o entrevistava e ao órgão de imprensa que representava e não, olha bem, à opinião pública em geral. Não adiantou, virou caso nacional. Até agora, ainda ficou como ele tivesse dito, a toda a população. Ora, ora, se é o povo que o elege... . O bom senso nos diz que ele nunca diria esta frase, da forma como foi colocada.
Só enumerando mais um exemplo, cito também o ex prefeito Arno João Frantz. Um homem que realizou grandes obras ao município.  Um homem que deixou sua marca em feitos e realizações. E, quando se fala em Arno Frantz, o que primeiro vem à mente das pessoas, é claro, salvo exceções, piadas e mais piadas. Algumas até de mau gosto, de escárnio em detrimento da sua grande figura, de político e homem honrado.
Poderíamos citar mais exemplos em todas as esferas da sociedade.  Até em nossas casas. Um pequeno erro destrói, dez coisas boas que fizemos e somos julgados por isso.
Coloquemo-nos sempre no lugar do outro, porque um dia poderemos ser julgados, pelos julgamentos que fizermos.
                Inferindo, pensemos um pouco nestas reflexões e vamos valorizar aquilo que as pessoas têm de bom, aquilo que elas fazem para o bem coletivo ou individual, vamos esquecer as falhas, que, com certeza, cometeram ou cometerão. Só assim, estaremos fazendo uma sociedade mais justa, mais humana e solidária. Lembremos sempre desta frase emblemática:
“O mal não merece comentários”.


                                                                  ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS