sexta-feira, 31 de maio de 2013


                                                                 O MESTRE

                Mestre é todo aquele que mostra muito mais do que palavras, o exemplo.

             Mestre é aquele, que no meio do turbilhão das ondas enfurecidas dos oceanos bravios, no decurso de nossa existência terrena, nos mostra a tranquilidade e a fé na busca incessante, da segurança, que só braços aconchegantes do amor fraterno, têm a oferecer, àqueles que estão perdidos na escuridão do medo, da perturbação física e espiritual, em que a pobre humanidade terrestre se encontra.

Infletindo, de toda essa intercorrência, direi que, já falei sobre o eco e diante dele verificamos que, somos como um espelho, que reflete tudo que emitimos. 
          Diante disso, recordo os ensinamentos de meu velho pai, que do alto de sua sabedoria, dizia calmamente, quando furacões se divisavam no horizonte!

Acalma-te filho, isso passa, amanhã verás que não é tão grave assim, sorria, porque a vida é bela e merece ser vivida da melhor forma.

Perdoa, porque o perdão é melhor para quem o dá, entendas filho, que a vida é um presente de DEUS. 
          Coloca-te no lugar do outro, filho, e verás então, a outra face. Sejas mais complacente filho, nem todos, tem o teu entendimento.

         Mudas a tua sintonia filho, vejas a alma do teu semelhante, tires a mágoa de teu coração porque ela, te deixas frio, intolerante, propício a sofrer de uma doença grave.
         Filho, somos criaturas criadas para o BEM.

         A nossa essência é divina e através do grande Mestre da humanidade, o Cristo Jesus, vejas agora um novo horizonte, sorridente, amplo, amigo e perguntas a ti mesmo, filho: O que ELE faria se estivesse no meu lugar?

Que ensinamento Pai!

 

A GUERRA DOS CEM ANOS EM QUE JOANA DÁRC FOI HEROINA.

Foi um dos maiores conflitos da Idade Média, entre duas das principais potências européias: França e Inglaterra. Apesar do nome, durou mais de um século - segundo a definição dos historiadores, tudo começou em 1337, para terminar só em 1453. "Não foi um confronto ininterrupto, mas uma série de disputas que incluíram várias batalhas", diz a historiadora Yone de Carvalho, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Para entender a origem de tanta briga é preciso recuar no tempo. Em 1066, um duque da Normandia (território francês) chamado Guilherme conquistara a Inglaterra, tornando-se seu rei. Tanto Guilherme quanto seus sucessores eram, ao mesmo tempo, donos do trono inglês e também súditos do rei da França, já que tinham herdado terras naquele país. Séculos depois isso criaria muita encrenca.
Em 1328, o rei francês Carlos IV morreu sem deixar um herdeiro. O então rei da Inglaterra, Eduardo III, considerou-se um pretendente legítimo ao trono vago, pois, além de súdito, era sobrinho de Carlos IV. O problema era que outros nobres franceses reivindicavam o mesmo trono e uma assembléia acabou escolhendo um conde chamado Felipe - que ganhou o título de Felipe VI. A relação de desconfiança entre os monarcas dos dois reinos e a disputa entre eles por territórios franceses - Eduardo III tinha herdado os direitos sobre as regiões da Gasconha, da Guiana e de Ponthieu - resultou na guerra. A França tinha uma população quase quatro vezes maior que a da Inglaterra e também era mais rica, mas não se encontrava tão unida e organizada enquanto nação. A Inglaterra, por sua vez, possuía uma monarquia mais forte e se deu melhor no início da guerra.
Não houve uma grande expansão, mas, ao final da primeira fase do conflito, em 1360, tratados asseguraram aos ingleses a total soberania sobre as terras que possuíam na França. Nas décadas seguintes, conflitos internos levaram os dois países a se concentrarem mais nos problemas domésticos e a guerra entrou numa fase de paz não-declarada, rompida de quando em quando. Por volta de 1420, um novo rei inglês, Henrique V, decidiu aproveitar uma crise entre o monarca francês e alguns nobres para reivindicar novamente o trono da França, dando início a mais um período turbulento. Essa fase final do conflito, porém, foi favorável aos franceses. Comandados por um novo rei, Carlos VII, e com exércitos mais organizados, eles expulsaram os ingleses da Normandia, da Guiana e da Gasconha. A famosa batalha na cidade francesa de Castillon, em 1453, é hoje considerada pelos historiadores o fim da longa guerra, embora nenhum acordo tenha sido assinado e eventuais conflitos tenham continuado a ocorrer.
"A Guerra dos Cem Anos foi a última guerra feudal e também a primeira moderna. Ela foi dirigida por membros da aristocracia feudal no início do conflito e terminou como uma disputa entre Estados que já tinham exércitos nacionais", diz Yone. Por isso, ela foi um grande marco no desenvolvimento europeu (principalmente na França) da idéia de nação, que unificou países antes divididos em territórios controlados por nobres.

Ponto estratégico
Apesar de a guerra ser travada em território francês, havia cidades estratégicas também na Inglaterra. Os navios que faziam a ligação entre a ilha e o continente partiam de Southampton, um dos principais portos ingleses na Idade Média
Arma poderosa
A besta, arma medieval para lançar setas, foi um dos destaques do arsenal militar usado na guerra. Sob certas condições, o arco se mostrou superior, disparando mais flechas por minuto, com maior alcance e precisão. Mas a besta possuía suas vantagens: exigia menor esforço, era mais fácil de transportar e de ser disparada por um homem a cavalo
Batalha shakespeariana
Pano de fundo das cenas mais emocionantes da peça Henrique V, de Shakespeare, a batalha de Agincourt, em 1415, foi a última grande vitória inglesa na guerra. Cerca de 9 mil soldados do rei inglês Henrique V conseguiram derrotar 25 mil cavaleiros franceses
Momentos DecisivosOs grandes cercos e batalhas se deram em território francês
1. No início do século XIV, o rei da Inglaterra, Eduardo III, controlava os ducados da Gasconha e da Guiana e o condado de Ponthieu, territórios que herdou dentro das atuais fronteiras da França. Mas, em 1337, o rei francês Felipe VI ordenou o confisco das duas primeiras regiões - foi o estopim da guerra
2. Outra causa importante do início do conflito foi a disputa pela região de Flandres, que enriquecera com a produção de tecidos, importando lã da Inglaterra. Apesar de estar economicamente vinculada aos ingleses, Flandres era um domínio francês. Quando começaram as hostilidades na Gasconha, o rei inglês desembarcou um exército em Flandres
3. A primeira grande batalha foi travada na cidade de Crécy em 1346 e acabou vencida pelos ingleses. Nela morreram o irmão do rei Felipe VI e cerca de 1 500 soldados franceses
4. Nas guerras medievais, grandes batalhas só aconteciam de vez em quando. Eram mais comuns os cercos a cidades e fortificações, que ficavam na mira de catapultas. A cidade portuária de Calais enfrentou um dos primeiros grandes cercos da guerra e resistiu por quase um ano diante dos ingleses, até a população se render em 1347, abalada pela fome
5. Em 1356, numa batalha em Poitiers, os ingleses tiveram outra importante vitória. Caçados por um exército comandado pelo próprio rei francês João II (sucessor de Felipe VI), eles se protegeram numa área pantanosa. Ao atacar, os cavaleiros franceses atolaram e foram dizimados por arqueiros. O rei João II foi feito prisioneiro e só libertado após aceitar tratados que garantiam à Inglaterra o controle de territórios na França
6. A virada na guerra viria após o cerco a Orleans, que durou sete meses, entre 1428 e 1429. Os franceses, encurralados, já estavam prontos para se render quando Joana D’Arc, camponesa transformada em grande guerreira, convenceu o rei francês a mandar tropas para a região. Os ingleses não resistiram e abandonaram o cerco. O episódio serviu para colocar na história o nome de Joana D’Arc e unir ainda mais os franceses
7. Em julho de 1453, tropas inglesas tentaram atacar uma fortificação francesa perto de Castillon. Elas foram derrotadas ao serem recebidas pela recém-introduzida artilharia de campanha - canhões que podiam ser transportados. Embates continuaram ocorrendo, mas essa batalha é considerada o marco histórico que encerra a guerra dos cem anos.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

                                        CONCÍLIO DE NICÉIA. (pesquisa)
          Em 20 de maio de 325 a C,  é realizado o Concílio de Nicéia, atual cidade de Iznik, província de Anatólia ( nome que se costuma dar à antiga Ásia Menor ), na Turquia asiática. A Turquia é um país euroasiático, constituído por uma pequena parte européia, a Trácia, uma grande parte asiática, a Anatólia. Este foi o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, convocado pelo Imperador Flavius Valerius Constantinus ( 285 - 337 d.C ), filho de Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306, Constantino passou a exercer autoridade suprema na Bretanha, Gália ( atual França ) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o Império Romano.
        Desde Lúcio Domício Aureliano ( 270 - 275 d.C ), os Imperadores tinham abandonado a unidade religiosa, com a renúncia de Aureliano a seus "direitos divinos", em 274. Porém,
Constantino, estadista sagaz que era, inverteu a política vigente, passando, da perseguição aos cristãos, à promoção do Cristianismo, vislumbrando a oportunidade de relançar, através da
Igreja, a unidade religiosa do seu Império.
       Contudo, durante todo o seu regime, não abriu mão de sua condição de sumo-sacerdotedo culto pagão ao "Sol Invictus". Tinha um conhecimento rudimentar da doutrina cristã e suas intervenções em matéria religiosa visavam, a princípio, fortalecer a monarquia do seu governo.
         Na verdade, Constantino observara a coragem e determinação dos mártires cristãos durante as perseguições promovidas por Diocleciano, em 303. Sabia que, embora ainda fossem minoritários( 10% da população do império ), os cristãos se concentravam nos grandes centros urbanos, principalmente em território inimigo. Foi uma jogada de mestre, do ponto de vista estratégico, fazer do Cristianismo a Religião Oficial do Império.
       Tomando os cristãos sob sua proteção, estabelecia a divisão no campo adversário. Em 325, já como soberano único, convocou mais de 300 bispos ao Concílio de Nicéia. Constantino visava dotar a Igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões, dentro da nova religião que nascia, ameaçavam sua autoridade e domínio.
Era necessário, portanto, um Concílio para dar nova estrutura aos seus poderes. E o momento decisivo sobre a doutrina da Trindade ocorreu nesse Concílio. Trezentos Bispos se reúnem para decidir se Cristo era um ser criado ( doutrina de Arius ) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus Seu Pai ( doutrina de Atanásio ). A igreja acabou rejeitando a idéia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da mesma "substância" ou "essência" ( isto é, a mesma entidade existente ) do Pai.
       Assim, segundo a conclusão desse Concílio, há somente um Deus, não dois; a distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma substância", e que o Filho é "gerado" ("único gerado, ou unigênito", João 1. 14,18; 3. 16,18, e notas ao texto da NVI), mas "não feito", o Credo Niceno, estabelece a Divindade do homem da Galiléia, embora essa conclusão não tenha sido unânime. Os Bispos que discordaram,foram simplesmente perseguidos e exilados.
       Com a subida da Igreja ao poder, discussões doutrinárias passaram a ser tratadas como questões de Estado. E na controvérsia ariana, colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de Constantino de um Império universal que deveria ser alcançado com a uniformidade da adoração divina.
        O Concílio foi aberto formalmente a 20 de maio, na estrutura central do palácio imperial, ocupando-se com discussões preparatórias na questão ariana, em que Arius, com alguns seguidores, em especial Eusébio, de Nicomédia ; Teógnis, de Nice, e Maris, de Chalcedon, parecem ter sido os principais líderes. Como era costume, os bispos orientais estavam em maioria.
       Na primeira linha de influência hierárquica estavam três arcebispos : Alexandre, de Alexandria ; Eustáquio, de Antioquia e Macário, de Jerusalém, bem como Eusébio, de Nicomédia e Eusébio, de Cesaréia. Entre os bispos encontravam-se Stratofilus, bispo de Pitiunt ( Bichvinta, reino de Egrisi ).
O ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção relativa das províncias : Marcus, da Calabria ( Itália ) ; Cecilian, de Cartago ( África ) ; Hosius, de Córdova ( Espanha ) ; Nicasius, de Dijon ( França ) e Domnus, de Stridon ( Província do Danúbio ). Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do Império.
Dos 318, poucos eram da parte ocidental do domínio de Constantino, tornando a votação, no mínimo, tendenciosa.
Assim, tendo os bispos orientais como maioria e a seu favor, Constantino aprovaria com facilidade, tudo aquilo que fosse do seu interesse.
        As sessões regulares, no entanto, começaram somente com a chegada do Imperador. Após Constantino ter explicitamente ordenado o curso das negociações, ele confiou o controle dos procedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo provavelmente nos participantes maisproeminentes desse corpo.
O Imperador manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, e não em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius foram exilados e os escritos de Arius foram destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte.
Mas a decisão da Assembléia não foi unânime, e a influência do imperador era claramente evidente quando diversos bispos de Egito foram expulsos devido à sua oposição ao credo. Na realidade, as decisões de Nicéia foram fruto de uma minoria. Foram mal entendidas e até rejeitadas por muitos que não eram partidários de Ário.
Posteriormente, 90 bispos elaboraram outro credo ( O "Credo da Dedicação" ) em, 341, para substituir o de Nicéia. (...) E em 357, um Concílio em Smirna adotou um
credo autenticamente ariano.
Portanto, as orientações de Constantino nessa etapa foram decisivas para que que o Concílio promulgasse o credo de Nicéia, ou a Divindade de Cristo, em 19 de Junho de 325. E com isso, veio a conseqüente instituição da Santíssima Trindade e a mais discutida, ainda, a instituição do Espírito Santo, o que redundou em interpolações e cortes de textos sagrados, para se adaptar a Bíblia às decisões do conturbado Concílio e outros, como o de Constantinopla, em 38l, cujo objetivo foi confirmar as decisões daquele.
        A concepção da Trindade, tão obscura, tão incompreensível, oferecia grande vantagem às pretensões da Igreja. Permitia-lhe fazer de Jesus Cristo um Deus. Conferia a Jesus, que ela chama seu fundador, um prestígio, uma autoridade, cujo esplendor recaia sobre a própria Igreja católica e assegurava o seu poder, exatamente como foi planejado por Constantino. Essa estratégia revela o segredo da adoção trinitária pelo concílio de Nicéia.
       Os teólogos justificaram essa doutrina estranha da divinização de Jesus, colocando no Credo a seguinte expressão sobre Jesus Cristo : “Gerado, não criado”. Mas, se foi gerado, Cristo não existia antes de ser gerado pelo Pai. Logo, Ele não é Deus, pois Deus é eterno !
Espelhando bem os novos tempos, o Credo de Nicéia não fez qualquer referência aos ensinamentos de Jesus. Faltou nele um "Creio em seus ensinamentos", talvez, porque já não interessassem tanto a uma religião agora sócia do poder Imperial Romano. Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a facção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do exílio. Agora, Atanásio é que foi banido. Quando Constantino morreu ( depois de ser batizado por um bispo arianista ), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio.
Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência e morte generalizadas. Em 381 d.C, o imperador Teodósio ( um trinitarista ) convocou um concílio em Constantinopla. Apenas bispos trinitários foram convidados a participar. Cento e cinquenta bispos compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para incluir o Espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e também para o Estado.
       Com a exclusiva participação dos citados bispos, a Trindade foi imposta a todos como "mais uma verdade teológica da igreja". E os bispos, que não apoiaram essa tese, foram expulsos da Igreja e
excomungados.Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinha levado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade "pegasse".    
      A política do governo e da Igreja foram as razões que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja. Como se pode observar, a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude,
política, um imperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.
As Igrejas Cristãs hoje em dia dizem que Constantino foi o primeiro Imperador Cristão, mas seu "cristianismo" tinha motivação apenas política. É altamente duvidoso que ele realmente aceitasse a Doutrina Cristã. Ele mandou matar um de seus filhos, além de um sobrinho, seu cunhado e possivelmente uma de suas esposas. Ele manteve seu título de alto sacerdote de uma religião pagã até o fim da vida e só foi batizado em seu leito de morte.



Fontes :
* UMA HISTÓRIA DA LEITURA, de Alberto Manguel,
COMPANHIA DAS LETRAS – SP, 1997 ( páginas 228 a 237 )
da "LEITURA DO FUTURO" - Editora Schwarcz Ltda.
* Documentos da Igreja Cristã, de H. Bettenson
* História da Igreja Católica, Philip Hughes, Dominus
* História Universal, H.G. Wells
* Instituto São Thomás de Aquino - Fundação para Ciência e
Tecnologia - Dominicanos de Lisboa - Portugal.

segunda-feira, 13 de maio de 2013


                                           Escravatura no Brasil!

                Em 13 de maio de 1888, deu-se a abolição da escravidão no nosso País. Era uma vergonha a escravidão!

A Inglaterra havia libertado os escravos de suas colônias em 1833; em 1846, fizeram o mesmo a Suécia e a Holanda; em 1848, a França e a Dinamarca; em 1856, Portugal; e, depois de grande luta (a guerra da secessão), os Estados Unidos da América, em 1865. Em 1870, acabada a Guerra do Paraguai, o governo provisório desse país aboliu a escravidão, a pedido do Conde d’Eu! E nós passávamos a vergonha de continuar com escravos, que os nossos dois aliados (Argentina e Uruguai não tinham!).

                A Lei Rio Branco. – Esta Lei, concedia a liberdade aos nascituros de mulher escrava; e dispunha que tais crianças ficariam sob o poder dos senhores das mães, que tinham a obrigação de cria-las até os oito anos de idade; estabelecia uma verba para o resgate anual de escravos, por sorteio e dava aos escravos a faculdade de se remirem quando por si, ou por algum protetor, pudessem pagar a quantia em que fossem avaliados. “A sessão de aprovação final (dessa Lei) converteu-se numa festa. Foi então, que o ministro dos Estados Unidos desceu ao recinto e, apanhando uma flor, entre as inúmeras atiradas das galerias sobre o ministério, disse que ia manda-la para seu País, a fim de que vissem que aqui se fazia com rosas o que lá se fizera com rios de sangue...” (Pedro Calmon, História Social do Brasil ).

Nos Estados Unidos, a libertação dos escravos, custou uma guerra civil, entre os estados do norte (que desejavam a abolição, pois sendo mais industrializados, não precisavam do braço escravo) e os estados do sul (agrícolas e, portanto interessados em manter a escravidão). A Guerra Civil durou de 1861 a 1865. Custou mais de oito bilhões de dólares e colocou em armas perto de 2 500 0000 homens mobilizados pelos federais (do norte) e 1 500 000 pelos confederados (do sul). As vítimas orçaram em de cerca de 500 mil!

                Dom Pedro II, quando de sua vinda ao Rio Grande do Sul, em 1865 (na rendição de Uruguaiana) entrou em contato com pensadores e diretores mentais da Argentina e do Uruguai, sentiu a geral repulsa inspirada pela existência de cativos no Brasil, parece que Hauriu novas forças, para preparar a via de acesso da abolição gradativa do pecado servil.

                A igreja e a emancipação dos escravos. - Em 1887, os bispos brasileiros diziam em pastorais que a mais nobre forma de festejarem o jubileu do Santo Padre era, para os que tivessem escravos, darem-lhes liberdade; e, para os outros, empregarem em cartas de alforria os dons que quisessem oferecer ao Papa.

                A princesa Isabel, quando da votação da Lei da abolição chamou o Barão de Cotegipe, que era contrário à lei, mostrou o entusiasmo geral, perguntou-lhe se não fora acertado vota-la: “Vossa Alteza redimiu uma raça, mas perdeu seu trono”, foi a profética resposta. Anos depois, a nobre senhora, de tão alta mentalidade cristã, abençoada por milhões de brasileiros e aclamada Isabel, a Redentora, teve a energia de afirmar: “Mesmo se nesse tempo eu tivesse podido adivinhar o que tinha de acontecer, teria agido pelo mesmo modo”. (Calógeras, história do Brasil ).

                A princesa Isabel era dedicada partidária da libertação escravagista; em Petrópolis promovia festas para formação de fundos destinados à liberdade dos escravos que ainda existiam na cidade; e numa quermesse, aí vendeu flores colhidas no quilombo do Leblon, em benefício da causa.

                Outra grande figura que não pode ser esquecida nesta data tão importante era de José do Patrocínio: figura impar nasceu no ano de 1854 e faleceu em 1905. Natural de Campos, de origem humilde, conseguiu formar-se em farmácia; não exerceu a profissão; fez-se jornalista e dedicou-se ardorosamente à causa da abolição; por seus artigos, tornou-se o herói popular dessa campanha abolicionista.

 
                                       
                                        EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA.

            Preocupado, cada vez mais, com a precocidade com que as nossas crianças e a nossa juventude começam a aprender as coisas e principalmente com a marginalidade que também começa a imperar em nossa sociedade, é que escrevo, dando a minha opinião e também procurando ajudar as nossas autoridades constituídas, na resolução do bem coletivo.
            Em primeiríssimo lugar, o que falta às nossas crianças é o carinho, que muitos pais renegam aos filhos. Só os colocam no mundo, sem nenhum planejamento e os atiram à própria sorte. Vimos isso diariamente em nossa comunidade. Ou seja, falta a verdadeira educação, desde tenra idade. Em segundo lugar, falta religião e aqui não falo de nenhuma seita específica e sim da ligação espiritual com um ser maior, isto é ligar-se ou religar-se ao Criador do Universo.
           As famílias precisam rezar juntas, no mínimo uma vez por semana. Reunir-se na hora da refeição diária, agradecer o pão de cada dia, desejar a paz entre os seus, é também uma forma de confraternizar com os seus entes queridos.
           Em terceiro lugar, as escolas precisam ensinar, além do abc, do, dois mais dois, desde o ensino infantil, passando pelo fundamental e indo até a faculdade, a verdadeira cidadania. Os deveres, os direitos de cada um. Tudo isso passa pela família.
          Pais, filhos e escola é um tríduo indispensável à formação do verdadeiro cidadão de bem. Quando a família ligada a uma religião, por exemplo, praticando realmente os seus ensinamentos, fizer uma comunhão com as escolas, numa verdadeira união de esforços, caminhando juntas, passo a passo, começando então, a formarem o caráter e a personalidade do futuro cidadão, aí sim, estaremos começando a caminhar para a melhora da nossa sociedade.
         Só assim, antevejo um futuro mais digno à nossa juventude e a todos nós, onde não precisaremos escondermo-nos dentro de nossas próprias casas, gradeando nossas residências, eletrificando nossas cercas e muros, colocando alarmes e cães ferozes para nossa defesa e com isso, nos afastando, cada vez mais, uns dos outros, fazendo com nos portemos, em muitas ocasiões, como verdadeiros animais.
          Inserindo, fica uma sugestão ou ideia, como quiserem, para nossos governantes, em qualquer esfera, principalmente no setor educacional. Aproveitando os agentes de saúde, que visitam diariamente pessoas de nossos bairros mais carentes, coloquem junto a eles, agentes de educação, especialmente treinados, para que, irmanados façam um trabalho intenso junto a estas famílias, ensinando a seus pais e principalmente às crianças, noções básicas de tudo o que elas precisam, para o seu pleno desenvolvimento material e espiritual.
          Todas as informações seriam cadastradas pelas autoridades competentes, que, diante desse cadastro, poderiam, pouco a pouco, num trabalho de médio e longo prazo, acabar ou pelo menos, diminuir em muito, os problemas afligentes a todos nós, ou seja, a marginalidade, a miserabilidade, a violência e o desamor, verdadeiras chagas da humanidade.
         Pensemos nisso!