TRADIÇÃO GAÚCHA NÃO É
INVENÇÃO!
Quando
o saudoso Paixão Côrtes, mais 7 cavaleiros e mais um a pé, resolveram criar a Chama
Crioula, retirando uma centelha da Pira da Pátria em 7 de setembro de 1947,
fazendo então a primeira Ronda Crioula do Rio Grande, era para lembrar as
antigas estâncias de onde, inclusive ele tinha vindo.
Lembrava
do fogo de chão, das tertúlias, enquanto o gado descansava à noite nas tropeadas
daqueles tempos.
Em
1948, quando da fundação do primeiro CTG, foi ainda inspirado nas antigas
reminiscências deste saudoso passado. Patrão, capataz, sotas-capatazes,
agregados das pilchas e invernadas são nomenclaturas dadas as direções das
entidades tradicionalistas.
As
lanças que usavam nas guerras, revoluções e caçadas eram agora, também usadas
para os peões dançaram a chula. Isso não é invenção! Acontecia nos primórdios
da terra gaúcha.
Meu
avô, Eduardo Pereira dos Santos que só conheci por fotos, nasceu em 1864 e só
andava de bota e bombacha. Meu pai, José Altivo dos Santos, nascido em 1889, da
mesma forma na herança de seu pai, rigorosamente pilchado, tropeava pelas
coxilhas e canhadas deste garrão brasileiro.
A mesma
indumentária usada mais tarde por Paixão e seus seguidores. Isso é invenção?
Não, com certeza, não! Isto é tradição, passada de pai pra filho, de geração em
geração, com respeito aos mais velhos, às autoridades, à palavra empenhada,
eram apanágio daqueles tempos e as entidades desde 1948, com a fundação do 35
CTG, tem suas bases em cima de tudo isso. Preservação de valores, de honra e
dignidade, acima de tudo!
A Guerra
do Farrapos, é só um pedaço mínimo nesta história que é muito maior. De acertos
e erros como todas as guerras, ela enaltece o espirito guerreiro deste povo,
que foi forjado em defesa de suas fronteiras desde 1737, defendendo como
baluarte deste confim da Pátria, das invasões estrangeiras numa terra sem lei.
Mas os homens dessa época, tinham palavra e a honravam, isto a história está
cheia de exemplos!
Inferindo,
deturparem as tradições que são imutáveis, em cima de um fato, que tem dois
lados, que não está amplamente comprovado, haja vista o opinião de muitos
historiadores comprometidos com a verdade histórica e não só daqueles com
visões destorcidas e acanhadas que procuram deslustrar e manchar a honra de
pessoas que não podem se defender, é uma verdadeira heresia!
Portanto,
gaúchas e gaúchos desta querência levem seus filhos aos CTGs porque a história
viva de nossos avoengos está alí, em defesa da família que é a sociedade em
miniatura e que devemos preservar.
Um Te
Deum aos meus bisavós Balduino Pereira dos Santos e Prudência Maria da Conceição
(ele nascido em 1839 e ela em 1841 e meus avós Eduardo e Bela Aurora (1864 e
1866) e aos mais próximos, meus pais José Altivo dos Santos (1889) e Maria
Eufrásia Falleiro dos Santos(1907), que nas suas andanças teatinas, viveram
essa época legando aos seus pósteros o fato folclórico que após vinte e cinco
anos virou tradição e não modismo.
Consubstanciando
então, Tradição Gaúcha não é invenção, senhores da guerra, porque “Ninguém
colhe um presente nem semeia um futuro, se não houver um passado”!
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