quarta-feira, 24 de setembro de 2014


                                                         MEMÓRIAS!

                A música, sempre esteve presente em nossa família, haja vista que, desde que me conheço por gente, sempre havia na nossa casa, no mínimo, uma gaita de 60 baixos. Essa gaita, primeiramente foi tocada pelo mano Allão, depois pelo Cliff e finalmente por mim, mas também passou pelo Gentil, pelo Bebeto que tiravam acordes da velha Todeschini.

Todos aprendemos de ouvido, na marra como se diz. Pois bem, quando ainda morávamos na nossa velha Barros Cassal, muito piás ainda, o Cliff e eu costumávamos animar alguns aniversários e até alguns matinês dançantes que aconteciam no Café do povoado.

Recordo também, dos jogos de futebol em que nos intervalos, o Cliff empunhava a gaita e nós dois cantávamos diversas músicas, entre as quais, lembro Adeus Carmen Miranda, O Crime da Cascavel e outras da música sertaneja. O tio Ieiê, irmão do pai, passava o chapéu e nós arrecadávamos, uma boa grana nas nossas cantorias.

                Até quando, algum circo passava pelo local, a dupla Pereira e Pereirinha, esses eram os nossos nomes, se apresentava. Lembro do circo que havia um toureiro famoso, de nome Pingo de Ouro, onde não conseguiu dominar o touro bravio, enorme e a população teve que ajudá-lo. Foi uma correria danada, até dominarem o touro enfurecido, que ameaçava invadir as arquibancadas.

                Viemos, uma vez à Santa Cruz do Sul e nos apresentamos na rádio da cidade levados pelo músico Odilo, vizinho e amigo do mano Dão Real. Também estava neste programa, uma dupla que fazia sucesso na época, “Garoto e Garotinho”. O Cliff deveria ter na época, uns 10 anos e eu 7 anos e nem sonhávamos em vir morar em Santa Cruz.

                 A nossa dupla terminou quando o Cliff veio estudar na Escola Normal Rural Murilo Braga de Carvalho. Aí eu me obriguei a pegar gaita e aprender finalmente o pouco que consegui. Tínhamos também outros instrumentos musicais como cavaquinho, que comecei a aprender e depois desisti, o pandeiro, em que era especialista o Gentil, que tocava na localidade de Linha Fogo e outros lugares, juntamente com o Allão.

                Era grande a dificuldade de aprendizado porque não haviam professores credenciados para nos ensinar a tocar os ditos instrumentos. Aprendia-se pela força de vontade de cada um.

 

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