quinta-feira, 12 de junho de 2014


                             O MÊS DE JUNHO MARCA O NASCIMENTO DA PRIMEIRA MÉDICA BRASILEIRA!

                Em sete de junho de 1866, nasce Rita Lobato Velho Lopes na cidade de Rio Grande. Frequentou o curso secundário em Pelotas e demonstrou, desde cedo, pendores para a Medicina. Entretanto, os preconceitos da época eram desestimulantes a vocações desse tipo, pois as funções específicas de uma mulher branca continuavam sendo, casar (com marido que o pai escolhesse), procriar (no que tinha a concorrência das escravas), rezar e costurar. Foi quase um escândalo a reforma Leôncio de Carvalho, estabelecida pelo Decreto Imperial 7247, de 19 de abril de 1879, pelo qual se reconhecia “a liberdade e o direito da mulher frequentar os cursos das Faculdades e obter um título acadêmico”.

                Valendo-se de tal abertura, Rita Lobato matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, transferindo-se depois à Faculdade de Medicina de Salvador, na Bahia. Sentiu a hostilidade, que ainda perdurava, contra o ingresso feminino em curso superior, mas não esmoreceu em sua férrea determinação de adquirir o diploma. Gradativamente, conquistou a simpatia dos colegas e professores, até receber do Corpo Docente, da Faculdade, as maiores considerações.

                Defendeu a tese sobre “A Operação Cesariana”, a 25 de novembro de 1887 e finalmente recebeu o grau, a 10 de dezembro do mesmo ano.

                Era a primeira brasileira formada em medicina.

Após a formatura, retornou ao Rio Grande do Sul. Na fazenda Santa Vitória, de sua avó, D. Luciana Terra Velho, nos arredores de Rio Pardo, a nossa “Tranqueira Invicta”, casou com Antonio Maria Amaro Freitas, nascendo deste consórcio uma única filha, Isis.

                Clinicou em Porto Alegre durante algum tempo, mas terminou por se radicar em Rio Pardo, onde exerceu a profissão desde 1910 até 1925. Foi eleita vereadora pelo Partido Libertador em 1935, desempenhando a função política até o golpe de Estado de 1937, que fechou as Câmaras Municipais.

                Passou o restante de sua vida na Estância de Capivari, nesse mesmo município. Faleceu em seis de janeiro de 1954.

           (Pesquisa: Almanak Literário e Estatístico da Província do RS, Enciclopédia Rio-Grandense, Enciclopédia Globo, Kraemer Neto. Nossa Terra, Laytano, Dante de. Guia Histórico de Rio Pardo.)

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