GRANDE RODEIO DA TRADIÇÃO
No final da década de 50 do século passado, existia em Santa Cruz do Sul, um programa de rádio intitulado Coxilha do Rio grande que era animado por Valdomiro Schiling. Ele apresentava os artistas da cidade de uma maneira geral. Faço um parêntese para dizer que naqueles tempos não se dizia apresentador de programas e sim animador. Em 1960, Euclides Pereira Soares, com sua família, a maioria vindo de Barros Cassal, a grande clã Pereira dos Santos, cujo patriarca era José Altivo dos Santos e a matriarca Maria Eufrásia Faleiro dos Santos, conseguiu aquele horário, que era por sinal, nobre na rádio Santa Cruz, e fundou o primeiro programa de CTG na região, o “Grande Rodeio da Tradição”, que era apresentado aos moldes do Rodeio Coringa, da rádio Farroupilha de Porto Alegre, isto é, com quatro invernadas, ou seja: das duplas, dos declamadores, dos gaiteiros e dos trovadores.
Com o auditório sempre lotado, ele era apresentado na rua Júlio de Castilhos, onde hoje se situa a Afubra, com distribuições de brinde e prêmios aos vencedores das invernadas. Era um sucesso absoluto aos domingos a noite das 20 às 22 horas. Foi nesta época que começou mesmo as tradições gaúchas em Santa Cruz do Sul, com a implantação definitiva do CTG Tropeiros da Amizade como patrono do programa e seu maior divulgador. Ali nascia, na realidade, esse CTG. Nesta ocasião comecei a animar programas de rádio fazendo o grande Rodeio Mirim, apresentando somente crianças no programa.
Pelo Grande Rodeio da Tradição passaram muitos artistas da cidade e também quando vinham da grande Porto Alegre, se apresentavam nele. Nomes como Dimas Costas, Irmãos Bertussi, Irmãs campeirinhas, os Milongueiros, Chará e Timbaúva, a Dupla Mirim, Osvaldinho e Zé Bernardes, são alguns dos artistas já famosos do rádio Rio-grandense.
Dos nomes da cidade, lembro do Campeiro e Campinho, os Dois Amigos, que era o Euclides e o Allão Pereira dos Santos, os Araganos, o mano Cliff, o Joãozinho e tio Marciliano José Rodrigues, o Antoninho e a Terezinha, que ainda eram mirins, Tropeiro e tropeirinho, os Tropeiros, que eram o Cliff e o Eli, muito boa dupla, por sinal, Scherinha e Maringá, o trio Fronteirista que era formado pelos irmãos, Jair, Sonia e Estela. A família Almeida com as cantoras, Marlene, Tereza, Celina e marlise. Na parte de declamadores, surgiu o Dão Real Pereira dos Santos, Pedro Ferreira, Anadir Duarte, Ernestor Cardoso, Adão Regis Pereira dos Santos e toda gurizada, que despertou para esta especialidade. Como gaiteiros, apareceram o Nelsinho, O Cliff, o Marciliano, o Antenor, o Jair Pereira Soares e tantos outros. Na parte de trovadores, surgiram nomes como, Ozi Andrade, Portela Delavi que já tinha nome de fama estadual e tantos outros que passaram por este programa, que nestes moldes durou até 1965.
Com as mudanças da patronagem do CTG, este programa passou a ser realizado, ainda com auditório, mas sem ser ao vivo. Portanto, a partir deste ano, passou a ser gravado na sede da entidade e levado para ser apresentado todos os sábados pela manhã.
O Grande Rodeio da Tradição, que era apresentado por nós, permaneceu assim até o ano de 1985, revelando grandes nomes do cenário regional.