sexta-feira, 23 de setembro de 2011

 Porque sou  Tradicionalista
                Inspirado, no meu grande mestre do tradicionalismo, o saudoso, Euclides Pereira Soares, principal responsável pela implantação do culto às tradições Gaúchas em Santa Cruz do Sul, autor do primeiro Jornal tradicionalista do Estado, O Tropeiro, fundado em 1960, devo inicialmente dizer que sou tradicionalista, porque:
A tradição e o instinto tradicionalista, estão embasados em dois fundamentos indestrutíveis:
-a natureza do Criador, eterno e imutável e a natureza humana com sua reverência elementar, perante os antepassados, com ligação essencial à sociedade e sua herança heráldica transmitida pelas gerações do passado.
                Sobre estas bases, eternas como as montanhas de granito, nas quais arde a tríplice chama da divindade, profunda como os mais recônditos mistérios do ser humano, sagrada como os mais longínquos ecos da voz de DEUS, se constrói o tradicionalismo do homem bom e verdadeiramente humano.
                Não é um sentimentalismo que o vento traz e o vento leva, nem a melancolia de fulgurantes ocasos, nem o calafrio dos museus e das recordações históricas.
                É a convicção haurida de premissas inatas e evidentes. É a solene afirmação do que DEUS deu de bom e cristamente humano aos nossos avoengos.
                É a  atitude de reverência e amor elementar depositada pela providência no berço de cada ser humano.
                Assim entendo o tradicionalismo, e não há, salvo melhor juízo, outra concepção sobre o assunto.
                O tradicionalismo, é um valor positivo, sem visos de polêmicas ou menoscabo de outras culturas.
                O tradicionalismo verdadeiro é nobre demais para viver de flutuantes paixões, alimentar animosidades contra outros homens e outros modos de ver e pensar.
                Acho até que, a única maneira segura de lançar pontes humanas além fronteiras e não muros, raciais e lingüísticas, é o respeito perante a própria tradição, pois só o homem dotado de reverência elementar perante esta Tradição, possui a necessária envergadura ética para alçar vôo, rumo ao reino do humanismo total.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Buenas...                      
                                      Fandangos na Semana Farroupilha?
        Já tinha dito que não me envolveria mais com assuntos pertinentes ao Enart e outros do nosso município, até para evitar discussões que não levam a nada. Só quero esclarecer aos desavisados ou mal-intencionados, não sei, que a Semana Farroupilha de Santa Cruz do Sul, começou em 1966 e desde esta época, sempre foram feitos, FANDANGOS, em nossos galpões. O que isto quer dizer? Os que fazem os cfors, e eu já os fiz todos, porque ajudei a criá-los nos 10 anos de conselheiro titular do MTG, deveriam saber, é que, o fato folclórico se torna tradicional, a partir de 25 anos. 
      Então é muito simples, já faz 44 anos em que na Semana Farroupilha de Santa Cruz do Sul, são realizados fandangos. Portanto não cabe nenhuma discussão, nenhuma consulta a outra autoridade a não ser a pura e simples Tradição que não pode ser modificada ao prazer daqueles que desconhecem a história e que ainda chamam os mais antigos tradicionalistas de ultrapassados. Ora, meus senhores, se manter a palavra empenhada, ser uma pessoal leal, respeitar as autoridades constituídas, respeitar seus avoengos, os bons feitos dos nossos antepassados, respeitar a história deles, é ser ultrapassado, então eu o sou com muita honra, porque não sou tradicionalista de plantão.
      Nunca traí meus amigos a troco de um cargo, ou coisa parecida. Em suma, voltando aos fandangos, pergunto: quantos fandangos os nossos CTGs fazem durante o ano? Praticamente nenhum. Nem na posse ou aniversário, salvo raras exceções, fazem o nosso tradicional fandango. É só jantar-baile ou baile a gaucha, não é assim? 
      Portanto, volto a frisar, acima de 25 anos, vira Tradição e não pode ser modificado. Então não tem a desculpa da mostragem aos nossos convidados a paisana. O que os nossos visitantes querem mesmo, é ver o que tem de mais puro nos nossos CTGs, porque dançar, eles dançam em qualquer lugar.
Os nossos CTGs devem ser, Templos de dignidade e amor à Terra. Somos uma sociedade diferente, não é o que todos dizem? 
      Vamos manter os padrões já adquiridos com muita luta, pelos antigos tradicionalistas, que eram até apedrejados em nossa cidade, por vestirem uma bombacha ou roupa de prenda. Nomes como Euclides Pereira Soares, Norberto Adam, Artur Bugs de Andrade, Armindo Lemos, Ernestor Cardoso, Ercides Figueiredo, Ari de Freitas Lopes, Juarez de Freitas Lopes, Alfredo dos Santos, Paulo Bergenthal, só para citar alguns que não estão mais conosco, deveriam ser honrados, porque essa luta inicial deles, foi carregada de desprezo e de deboche em muitas ocasiões, numa terra ainda inóspita ao tradicionalismo gaúcho.
Isto sim, meus amigos, é Ser tradicionalista. 
         Portanto, um tradicionalista nunca é ultrapassado, ele é na verdade, o espelho do passado. 
O Movimento não pode ultrapassar a barreira da Tradição. Esta sim, tem que estar acima de qualquer novo invento, que não se justifica em nenhum momento.
         Ou somos Tradicionais ou somos modernos, os quais, daqui ha algum anos, já permitirão a entrada nos nossos Templos, dos brinquinhos, das drogas, dos bailões que infelizmente infestam a nossa sociedade. 
         A atualização não pode corromper a Tradição. Mantenhamos a nossa sociedade tradicionalista pura, intacta, daquilo que poderá apodrecê-la, dos cupins que poderão corroê-la, dos aproveitadores da hora.
         Inferindo, não estou aqui para polemizar com ninguém, até porque Tradição é também cultivar e preservar as amizades e quero pedir vênia, se algum dia feri ‘alguém porque não era essa a minha intenção. Quem me conhece verdadeiramente sabe, que o que tenho que dizer, o digo de peito aberto, olho no olho, como sempre fiz.
        Estou ao dispor daqueles que de mim precisarem, sem nenhuma mágoa ou rancor de quem quer que seja. Para encerrar, lembro desta frase que deveria estar no frontispício mental  de cada um: Ninguém colhe um presente, nem semeia um futuro, se não houver um passado.
acho que com este esclarecimento, fecha-se a página da polêmica, na nossa Semana Farroupilha.
              Antonio Pereira dos Santos. Tradicionalista.