quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

                                                                O HOMEM!

                O homem, quando na era das cavernas, já começava a diferenciar-se do animal, pela busca do conhecimento. Curioso, ele começou a sair da caverna para visitar a caverna de seu vizinho e nota que havia diferenças notáveis entre elas.
                Daí, mais curioso ainda saiu para conhecer mais coisas. Viu aldeias, povoados, conheceu o oceano e a maneira de navegá-lo. Viu um novo mundo, até então desconhecido para ele e tudo foi aprendendo.
                Sempre em busca do saber, chegou até a atualidade, onde atravessando a atmosfera, foi até a Lua, colocou sonda em Marte e então pela primeira vez, viu a nossa Terra com ela verdadeiramente é, bela, formosa, redonda, azul, solta no espaço sideral e viu também que Ela é única, indivisível e que todos os países estão numa grande aldeia global, coordenada pela sabedoria Divina, inimaginável ainda pela humanidade.
                Aos poucos, o homem foi descobrindo e conquistando o Planeta, o espaço incomensurável e de repente para e vê algo ainda desconhecido para ele. Sabe o que? Sabe quem? – ele próprio.
                Está faltando para este homem o autoconhecimento. Ele começa a usar a persona, isto é se caricaturiza no seu dia-a-dia e vive num mundo de falsidades, usando máscaras para cada ocasião, mentindo aos outros e para si mesmo.
                Este homem vive oco, longe de seus próprio sentimentos. A distância que ele superou, desde os tempos das cavernas, ele não consegue vencer, de coração a coração. Acostumou-se a rotina da vida e quando sai dela, sente-se mal. Espera ansiosamente pela aposentadoria e quando isso acontece se atira a monotonia, esperando a morte chegar, sem nenhuma perspectiva futura.
                Inferindo, este homem adaptou-se ao mundo inóspito, a tudo descobriu e venceu, mas, não conseguiu descortinar a si mesmo, porque ainda não chegou a seu próprio coração, causando com isso, as doenças modernas como a depressão e outras, que o levam inclusive ao suicídio.
                Por que tudo isso, por que a pressa, por que não viver o presente com alegria e felicidade, por que achar que o futuro será sempre melhor?
                Portanto, vivamos bem, cada minuto de nossa vida e tenhamos a certeza que, na sua acepção maior, “O Homem”, irá finalmente se encontrar!


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

                                                        SENTIMENTO! 


                No sentimentalismo das relações humanas, sofrendo uma invasão na vida hodierna, como se uma terceirização houvesse tomado conta do presente, em dissonância do amor que também estava ausente, paira no ar dissoluto a dúvida, onde entra o verdadeiro sentir na inconteste Criação!
                São, às vezes, dois corações numa só história. Outras tantas, também se desencontravam.  O que essas almas procuram afinal?
                No verso triste de uma canção, no inverno tenebroso da saudade, a solidão gritará mais forte! Será isto amor, paixão! Mas e a mágoa que está pulsante! Então, não é amor, é posse!
                É verdade, não se pode enganar o coração.
Vibra o amor no ar respirável de olores, das flores que inebriam de suavidade o ambiente, na forma-pensamento mentalizado e elaborado pela essência do Ser imortal que dissemina valores que estão acima de nossa vã filosofia, como dizia o sábio.
Este amor, que vê alem da materialidade inconstante e febril, que sente a verdade muito mais avançada da realidade do hoje, porque a alma humana vibra além da irracionalidade temporal, na eterna presença incorpórea, no universo imponderável.
                Procura-se então a consensualidade destes sentimentos enobrecidos e na geratriz, encontra-se o amor real, verdadeiro que é o fator causal de todas as coisas na Arte Divina que dá vida a tudo que toca.

           ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

                  (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, @toninhopds; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

                                          FORMAÇÃO DO NOSSO POVO!

                Quando vamos acordar para a nossa verdadeira identidade? Parece que malhamos em ferro frio, que pregamos nos deserto!
                O nosso Estado começou a ser forjado, 200 anos após a descoberta do Brasil, por lagunistas, paulistas, espanhóis, portugueses, fluminenses e logo depois por africanos, alemães, italianos, judeus, árabes, poloneses e tantas outras etnias que ajudaram na construção desta verdadeira nação sulista, cujo primeiro município, foi Rio Grande, através do Forte Jesus, Maria, José em 1737.
                Quando observamos as guerras étnicas de muitos povos do planeta, nos perguntamos, onde está a humanidade e fraternidade que deveria nortear a comunidade internacional!
                Ainda assistimos, na nossa região, divisões, como por exemplo: ah, eu sou alemão, sou afro, sou italiano, sou pelo duro (português), mais uma vez nos perguntamos, será que todos nós, não somos gaúchos e brasileiros?
                Repensemos agora, quem foram nossos antepassados, aqueles mesmos que sofreram agruras, dificuldades diversas, derramando seu sangue, para que hoje, unidos pudéssemos elevar o nome da nossa terra, não com picuinhas, com muros levantados de orgulho e presunção, de vaidades escondidas no recôndito do nosso coração, valorizando mais a cor da pele e de pretensas raças superiores, em detrimento do sentimento de amor e paz que deixa a nossa alma leve e feliz.
                Todos nós, na verdade não somos nativos daqui. Somos todos imigrantes neste garrão brasileiro. Esta é a pura realidade. Então o que está faltando? É adquirirmos a nossa própria identidade e pararmos de copiar os outros. Estamos sendo engolidos por costumes alienígenas,  muitas vezes nefastos à nossa cultura.
                Quando a pregação da desagregação familiar é comum em nosso meio, quando as escolas perdem a sua condição de educadora por excelência, na formação da cidadania, quando os pais perdem o seu poder, na maioria das vezes, por desleixo e incúria, sobre os próprios filhos, abandonando-os à sua própria sorte, fica realmente muito difícil, manter intactos, nossos usos e costumes.
                Por tudo isso, devemos ter o devido cuidado em não nos deixarmos corromper pelo poder e pelo dinheiro e entrar naquela: “já que todo mundo faz, eu também posso fazer”. Identifiquemo-nos, pois, como um povo honrado, cultivando os nossos avoengos, porque um povo sem tradição acaba por ser escravo.

                Construamos juntos uma nova era!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016



                   PRIMEIRO FESTIVAL ARTÍSTICO-CULTURAL DE SANTA CRUZ DO SUL.

                Aconteceu no ano de 1961, em nossa cidade a 1ª Exposição Avícola da região. Este evento teve por local os pavilhões de festa da nossa Catedral, na época Matriz.
                Dentro desta Exposição ocorreu o 1º concurso artístico dos CTGs de Santa Cruz do sul. Nesta ocasião existiam as seguintes entidades tradicionalistas: CTG Tropeiros da Amizade, CTG Lanceiros de Santa Cruz, CTG Rincão da Alegria e CTG Trempe da Saudade, da Escola Normal Rural, Murilo Braga de Carvalho.
                Os Lanceiros, recém-fundados tinha ido buscar em Vacaria, o famoso Tio Belizário que, já havia ensinado aos Tropeiros, há algum tempo, 46 danças folclóricas e por isso era o franco favorito, para se sagrar campeão, até porque seus fundadores eram na sua maioria, oriundos do CTG Tropeiros e também por isso, havia uma grande rivalidade entre as duas entidades.
                O concurso se desenvolveria em três modalidades, ou seja, canto (dupla), declamação e dança. Foram ensaios diuturnos e eu, com a saída do mano Flavio Pereira dos Santos, que era o posteiro de danças, fui guindado dos mirins, para posteiro dos adultos. O Flavio foi ser posteiro dos Lanceiros.
                No canto, o mano Cliff Pereira dos Santos, gaiteiro e o Joãozinho no violão, formavam a dupla, os Araganos. Eles haviam perdido o Tio Marciliano José Rodrigues, no violino, que também ingressou nos Lanceiros.
                Foi uma grande festa, com os Pavilhões lotados e uma Comissão Julgadora de gabarito. Lembro-me da saudosa professora e poetiza, Elisa Gil Boroswski e outras autoridades locais.
                O resultado do Concurso foi o seguinte: em 1º lugar, o CTG Tropeiros da Amizade, sagrando-se campeão em canto e declamação e segundo lugar em danças folclóricas. O declamador foi este peão, com a poesia do saudoso poeta Dimas Costa, Fanfarronada. Nesta ocasião, pela primeira vez, o patrão Euclides Pereira Soares, preparou uma garrucha de dois canos e na hora da apresentação, foi um grande susto, quando acionei o gatilho e além do estampido, também fumaça e papel voaram sobre a plateia atônita, que assustada, não sabia, a principio, o que estava acontecendo.
                A dupla os Araganos também ficou em 1º lugar. O 2º lugar geral ficou com CTG Rincão da Alegria que, apresentou a dança do Pericon, muito polemizada, por ser uma dança de origem Uruguaia. O 3º lugar ficou com o CTG Lanceiros de Santa de Cruz, 2º lugar em canto e declamação.
                A volta do campeão para sua sede que ficava no antigo salão Tavares, bairro Arroio Grande, foi com um grande desfile pela cidade. O Sr. Pedro Ferreira a cavalo puxava a frente do carro-ônibus do seu Eugênio Frantz. A chegada ao galpão foi com um grande foguetório e muita comemoração. A taça, a primeira de muitas, deve estar muito bem guardada na galeria de troféus daquela entidade.

                        ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.
                        (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, toninhopds; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).