sexta-feira, 29 de junho de 2012


                                                          TERNO DE REIS

                O terno de reis é de origem lusa, trazida para cá pelos imigrantes açorianos. Visa anunciar o nascimento do menino Jesus. Portanto, dia 25 de dezembro, começa os cânticos de anunciação, culminando no dia 06 de janeiro, quando, de acordo, com a história da humanidade, Baltazar, Gaspar e Belchior, os três reis magos, guiados pela estrela guia, foram homenagear o Rei dos reis, levando-lhe, ouro, incenso e mirra. Muitos ternos vestem-se como os antigos Reis Magos.

                                      TERNO DE REIS EM SANTA CRUZ DO SUL

                As crianças são as principais responsáveis pela tradição dos ternos de reis em nossa cidade. Lá pelos anos de 1955, quando ainda garotinho, ainda morava em Barros Cassal, vim a Santa Cruz, visitar minha irmã Genoveva que morava à Rua Carlos Trein Filho, 317, quando vi pela vez primeira, um terno de reis. Eram crianças, como existem até hoje, batendo suas latinhas, de casa em casa, tirando os reis e conseguindo alguns trocados para o regozijo delas.

                Na época, havia um parque instalado, mais ou menos, onde hoje é a Vila Militar, eu tinha seis anos e não possuía dinheiro para frequentar o dito parque, praticamente defronte a casa da Veva. Resolvemos, então, com os amigos da época, o Jair, o Nê, o Flavio Gonzales e outros, arrumar “alguns instrumentos musicais” e saímos a cantar os Reis, conseguindo então, angariar os fundos necessários para as nossas brincadeiras no parque. Uma das estrofes que cantávamos era assim:

    Meu senhor dono da casa, sobrancelha de retrós.

   Dá uma volta lá por dentro, trás os reis aqui pra nós. Tudo isso em ritmos de valsa.

                Já em 1960, com minha família já morando em Santa Cruz, alguns jovens do CTG Tropeiros da Amizade, entre os quais, lembro-me do Gelci Dias de Lima, Dercirio Dias de Lima, Plinio Lima, Osmar Lima de Almeida, Cliff Pereira dos Santos e eu, resolvemos fazer uma letra, daquela mesma música, cantada pelas crianças com suas latinhas (música folclórica).

Um pedaço daqui, outro dali, inclusive com uma estrofe feita pela minha saudosa mãe, Maria Eufrásia, que diz assim: Venho aqui, cantar os reis; para o rico e para o pobre;

                                           Não tendo, ouro, dá prata; não tendo prata, dá cobre.

                Após esta data, como capataz artístico do CTG Tropeiros da Amizade, cantamos os Reis por mais de 25 anos ininterruptos, sempre em caráter beneficente. Começávamos ao anoitecer e muitas vezes encerrávamos as quatro da madrugada. A primeira gaita adquirida pelo CTG, ajuda na construção do galpão, churrasqueira, tudo conseguido com o dinheiro que a invernada artística conseguia através dos Reis.

                Certa ocasião, lotamos uma Kombi e fomos, a convite, até a cidade de Cachoeira do Sul.  Cantamos, entre outras, nas casas do Prefeito, o Índio Velho, autor do Hino daquela cidade, Meu Pago, do amigo coordenador regional, Noé Lopes Menezes e tantos outros e que curiosamente saiam conosco para nos cicerionar, em outras residências.

Quando morei em Santa Maria, tentei cantar os reis naquela cidade, mas os reis virou serenata, também por desconhecimento, da gente da Boca do Monte.

                O CTG Rincão da Alegria manteve por muito tempo, um terno de reis, com a música idêntica, a já referida anteriormente, mas com a letra diferente.

                O CTG Lanceiros de Santa Cruz conseguiu através do professor, Marciliano José Rodrigues, de saudosa memória, trazer de Encruzilhada do Sul, do Terno de Reis Anaí, uma música diferente e desde 1962, mantém viva, a tradição do Terno de Reis.

                 Em todos os livros que pesquisei, não encontrei nenhuma menção sobre Ternos de Reis em Santa Cruz do Sul.

Resgatando a história, procurei fazer jus à nossa cidade e região.

                No ano de 1994, fiz uma palestra nos Tropeiros sobre este tema tão pouco estudado, havendo neste dia a apresentação dos Ternos dos Tropeiros e dos Lanceiros, com um bom número de pessoas presentes.

                                                                RAÇAS                  

            Sobre a polêmica que sempre envolve raças  e etnias, que por sinal, formam o nosso Brasil e principalmente o sul, que foi colonizado primeiramente por europeus, quero externar minha opinião.

            Salvo melhor juízo, respeitando sempre as tradições de cada uma, reafirmo que, “um povo sem tradição, acaba por ser escravo”. Com isso, tenho a pretensão de dizer que , acima de tudo isso, está nossa própria condição de brasileiro e que precisamos ter a nossa identidade, parando de nos auto denominar de: italiano, alemão, português, africano, etc, etc.., porque, o que realmente nos faz diferentes de outras nações, são as diferentes raças e etnias que compõem a nossa Pátria.

           Falando especificamente sobre a nossa cidade, lembro, que numa certa época, fomos injustamente chamados de nazistas, devido, principalmente a um entendimento errôneo, da mídia nacional, a conceitos emitidos aqui. E aí, nós ficamos a discutir picuinhas, esquecendo, valores maiores, que ficam relegados a segundo plano, discussão esta, que só traz desunião entre nós.

          Precisamos, parar e pensar que, só nos unindo em prol do engrandecimento e da valorização de nossa cultura, poderemos pugnar por melhor educação de nossas crianças e jovens, lembrando que somos um só povo, embora respeitando cada etnia, cada raça, mas sabendo, acima de tudo, que somos gaúchos e brasileiros e que precisamos, repito, ter identidade própria e também gostar do que somos, assumir o que somos e valorizar o que somos.
         pensemos nisso!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

                                                                      ANENCEFALIA
           Este é um assunto que vem despertando a atenção e que tem tomado conta dos noticiários, nos últimos tempos. Realmente, o tema é muito dificil e a tomada de posição de cada um é complicada. Por isso, a importância de se fazer uma profunda reflexão sobre esta polêmica, em nível de saber-se, se é correto, abortar a vida e se existe vida, neste caso, ou não.
          Sabemos, que quando uma criança é gerada, um espírito ali está presente, designado por DEUS, nosso Pai, para o cumprimento de uma missão, seja ela, por pouco ou muito tempo. Portanto, ali já existe um ser, ou seja, uma vida. Quem somos nós para abreviar este tempo, seja ele um minuto, que de repente, àquela alma precisa para um resgate ou então para uma prova? Quem pode saber o que a divina Providência coloca em nosso caminho? Ah, ela não tem cérebro, mas será que ela não tem alma?
         Há alguns anos, um amigo, pai de uma criança que estava hospitalizada em Porto Alegre e que havia sofrido meningite, alguns dias após o nascimento, foi inquirido por um médico da UTI, dizendo a ele, que se esta criança sobrevivesse, poderia ficar com seqüelas, dando a entender que, deveriam ser desligados os aparelhos que a mantinham viva. O pai repeliu veementemente a sugestão de se cometer a dita "caridade" para com a criança eles e eles próprios.
         Quem pode dispor da nossa vida! Serão nossos pais? Serão os médicos, os juízes ou aqueles que estão passando pelo problema!
         Acho, salvo melhor juízo, que Deus na sua infinita sabedoria, misericórdia e amor, nunca colocaria em nossos ombros, peso demasiado que não pudéssemos carregar e se um ser anencéfalo, for colocado em nosso caminho, por que temos de abortá-lo? Não será uma vida que que estaremos matando? E se essa lei for levada para todos os deficientes? Que barbaridade! Faz uma ecografia, ha...eu não quero esta criança e aí onde vamos parar?
          Por isso, encerro com frase de Jesus, nosso grande Mestre: "Eu anseio pelo dia em que haverá um só rebanho e um só pastor."