quinta-feira, 29 de outubro de 2015

                                                        REMINISCÊNCIAS!


                Nas minhas reminiscências de índio vago, repontando nas coxilhas do Rio Grande uma ponta de gado xucro, recostado num capão de mato, paro de sofrenaço, ao dedilhar as primas do meu violão.
Sinto o impacto da modernidade a sobressaltar-me nos recônditos do âmago aflito, por não sentir a maturidade de tempos imemoriais, onde o respeito sobressaía e a sociedade, baseada em valores que pareciam perenes, era alicerçada na chamada célula mater, ou seja, a família.
                Indestrutível, indevassável, a família plantava a nação em destinos retos, assim como o homem que se mantinha com inteireza de caráter.
                 Em busca dos rodeios da vida, onde o gado alçado era reunido num só aprisco, todo aquele desgarrado era buscado no galope do pingo e na redondilha do laço, como se esperasse a volta do filho pródigo à invernada posteira, o patrão aguardava na cancha reta, com um mate bem cevado e um abraço de quatro costados.
                Nesta dualidade do vai e vem do bem e do mal, no volteio da existência em muitas canhadas, volvemos nossos passos e muitas rodadas acontecerão. Contudo sairemos de coluna ereta e cabeça erguida, porque a vida segue com obstáculos a serem ultrapassados, como nas grandes tropeadas, que percorremos ao longo da existência temporal, que marca a ferro e fogo, o cerne do nosso espírito.
                Tudo isso, no aprendizado constante e ininterrupto na vertiginosa intempérie das viagens conscienciais.
                O segredo é finalmente manter-se no prumo, na inconteste firmeza do pensamento imortal, na magia da natureza inigualável, para não sucumbirmos nos precipícios das nossas desvairadas paixões!
                Reflitamos, pois!

ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, @toninhopds; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

                                                                   REFLEXÃO!


                Refletindo sobre os últimos acontecimentos na esfera global, fico a perguntar-me: qual a diferença das pessoas nascidas na Síria, das nascidas no Brasil, na Hungria, Grécia, Alemanha, Espanha, etc...
                Pobre humanidade, que deixa suas crianças morrerem afogadas. Pobre humanidade, que deixa outros seres humanos apodrecerem asfixiados, em caminhões locupletados de pessoas iguais a nós.
                O que eles pedem? Um lugar para morar onde não haja guerras fratricidas, onde haja paz, para poderem criar os seus filhos com dignidade.
                 Que direitos temos de fechar nossas fronteiras, impedindo refugiados que hoje somam a quase meio milhão de pessoas, que pedem socorro, vindo de países conflagrados pela temível guerra civil, que dizima povos, em nome de homens frios e cruéis!
                Abrigá-los é, portanto nossa obrigação. Distribuir um pouco do nosso supérfluo àqueles que nada têm, é o mínimo que podemos fazer.  Ah, senhores da guerra! Ah, senhores do poder!
                Abram suas consciências, os seus filhos são iguais àquele menino que foi encontrado morto na praia na costa da Turquia, cuja imagem correu o mundo como símbolo de uma luta que deveria ser de todos nós. Ele também é nosso filho que ali jaz inerte, sem vida, em pleno inicio duma nova existência!
                Este símbolo de liberdade protagonizado por essa criança, tomara que tenha alertado os povos deste Planeta, já tão judiado pela incúria e cupidez do homem. Tomem tenência senhores.
A economia não pode ser a mãe madrasta da sociabilidade de sentimentos, do amor que deve unir criaturas. Que o vil metal, não seja o apanágio das relações entre pessoas do bem!
                Reflitamos, pois. Somos uma só humanidade, aqui ou acolá. Uma só raça, um só povo. Unamos nossos sentimentos para nossos irmãos em sofrimento.
                Neste momento reflexivo, meu coração freme de angústia, mas ainda acredito no ser humano. Ainda vejo uma luz no fim do túnel. Que possamos emitir fluidos de energia salvadora e de ânimo a esse povo sofredor. Eles também são nós!

                Finalmente, que possamos volver nossas cabeças ao Arquiteto do Universo e peçamos genuflexos: paz para toda a humanidade!

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

                                                       SOMOS CONSCIÊNCIA?

                Acima de tudo, somos consciência. Esta afirmação está embasada na constatação que faço de que tudo de concatena no cosmos incomensurável do conhecimento.
                Mas onde está, esta consciência?  Não obstante ainda vivermos a vida temporal, encontra-se, imantada no espírito, que através dos tempos, imerge no aparecimento daquilo que parece desconhecido, mas que, no entanto está apenas esquecido, na Onisciência Eterna que planeja constantemente, o evolucionismo dos seres de sua criação.
                Nesse universo de ideias que pululam por milhões de galáxias, encontra-se também, o homem, aparentemente pequeno no seu tamanho, limitado pela carcaça arcaica que impede seus movimentos tolhendo voos maiores, mas sua mente liberta alcança limites que parecem intangíveis!
                Por quê? Porque ele já esteve nestes horizontes, ele já o conheceu, ele é um sobrevivente dessas lonjuras.
                A mente, portanto, é imortal. Por isso, toda a sabedoria acumulada, vai se somando, formando o conjunto de emanações, que dimanam fluidos em evoluções imprevisíveis, de acordo com seu livre-arbítrio, na formação de novos mundos, como co-criadores, no imenso turbilhão, do caos, ao mundo perfeito.
                Vejo agora a importância do ser humano no concerto das almas, na beleza indescritível, que a nossa vã filosofia, ainda não pode descrever, no empuxo da aura purificada, em busca da felicidade que está reservada a cada um!
                Somos consciência sim! Reflitamos, pois.


ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista. ( Email; toninhosantospereira@hotmail.com, Twitter; @toninhopds, blog WWW.allmagaucha.blogspot.com)

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

                                                       PELA ESTRADA DO SOL!

                Pela estrada do sol, pelas ondas do mar, os caminhos me levam a algum lugar, onde encontrarei nos teus olhos, o amor que se perdeu num esconderijo do passado.
                O amor que devia reger a humanidade, não poderia perder-se na estrada do sol, nem nas ondas do mar, como diz a canção da cantora Perla.
                Quando o carreiro se nos apresenta obstaculizados por urzes, solapando esperanças de um porvir límpido, deixando vidas ocas nas trevas da ignorância, vibrando nas faixas estreitas de visões apocalípticas do Planeta Terra e ainda arrasados pela cupidez de homens de alta ciência, mas de pouca essência, vivendo e vendo o seu próprio “eu” de amargurosas desilusões, num arcabouço indefinível de introspecção suspeitosa, parece que tudo está perdido, num mar de abismos insofismáveis.
                Parte da humanidade assim se acha, não suspeitando da responsabilidade de cada personalidade, no concerto universal que nos abrange, como elos indestrutíveis no incomensurável cosmos em que inseridos estamos.
                Não obstante tudo isso, caminhamos inexoravelmente rumo ao planalto de verdura sem par, de planícies e arrebóis iluminados pelo sol interior que nos faz seres imortais, na seara do inimaginável Criador.  
Então... a ventura nos aguarda nas cantilenas da paz e nas delicias do Ágape, no grande aprisco, onde rouxinóis cantam o grande banquete das almas, finalmente reunidas.
                Viva, é o novo mundo que chegou, “nas estradas do sol e nas ondas do mar”!
Vamos até ele?
      ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, @toninhopds; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

                                                          MOMENTOS!

                A vida é apenas um momento? Será que aquilo que eu tenho é realmente meu? Inescrutáveis são os caminhos da existência. Como caminhar então por estradas tão tortuosas, desconhecidas ou por veredas de belos jardins!
                O que faço nesse interregno até atingir o destino traçado? As escolhas são minhas.
Os atalhos floridos podem ser perigosos, com armadilhas subrreptícias disfarçadas de risos que podem transformar-se em gargalhadas sarcásticas, bombardeando nossas mentalidades de desajustes inglórios, quando incautos enveredamos pelas facilidades estonteantes das bondades hipócritas, desenhadas em nossa retina, parecendo firmar-se como matiz de indolores regaços, mas que, no entanto, nos levam a devaneios sombrios.
                Aí então, esta carreira de cancha reta, está definitivamente perdida.
                Por isso, estaco e volto na antiga e conhecida trilha cheia de espinhos e obstáculos, parecendo intransponível, contudo ao vencê-la, sinto o sabor da vitória conquistada passo a passo no longevo da esperança e na galhardia dos atos, formando um cabedal de caráter inequívoco, nos convencimentos da alma enobrecida.
                Inferindo, a vida não é fugaz, são sim momentos que ficam na memória imortal do vivente deste orbe. Não obstante, a marca é só tua.
E a saudade? Levo comigo, como o amor que fica, no termo inconsolável dos prantos que correm como águas rápidas, no salseiro das amarguras chorosas, no ínfimo refolho de nossa interioridade.
                Canto a milonga saudade, na marca indefectível dos momentos vividos, na felicidade luminosa dos campos Elíseos, como viajor dos espaços incomensuráveis da Criação Divinal.

ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, @toninhopds, blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com)