quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

                                                       REPONTE!

                Assim como se reponta o gado na procura das aguadas para saciar sua sede, também repontando jornada, me vejo às vezes, apegado as reminiscências do taura vago, como são próprias do índio criado guaxo. Sinto a rebeldia da melena revoando ao vento quando a cantilena esmorece, assim como acontece todos os dias ao anoitecer.
                Desgarrado, sigo a sina que me foi proposta num tempo anterior e que aceitei de bom grado não sabendo, no entanto, o que encontraria pela frente. São percalços quase intransponíveis que escolhi para passar em meu caminho!
                Por isso na introspecção de meu ser, percorro trilhas inconfessáveis, mas a liberdade me aponta para frente sempre, sigo, não obstante, indomável nos casarios da vida e sinto as taperas remoendo as entranhas.
                A solidão me abraça então e canto uma milonga na solidão dos ermos, onde o quera (quéra) se embretou. Malsinado da sorte, me queixo, entretanto encilho meu pingo e de rédea solta, já estou na picada assombrada, de tantos causos contados pelos avoengos.
                Reponto, lá na frente uma nova empreitada na cisma de não parar, do teatino de pago em pago, levando na retina a quimera daquele guri cheio de esperanças num porvir venturoso.
                Que nada. Tudo parece vazio, assim como minha alma seca pelas amarguras da existência bruta e abagualada, sem um desiderato na premissa do acordo com o Avatar da humanidade, em tempos remotos. 
No entanto, parece que acordo do sono profundo que me levou a essas reflexões onde a mágoa sobrevoava meu interior, como um abutre carnívoro que quer devorar o que sobrou.   Ainda bem, que foi tudo um sonho de uma noite mal dormida, porque na madrugada que reponta no horizonte, sinto toda a beleza à minha disposição.
                Inferindo, te digo parceiro, tudo passa como um sonho irreal, virtual. Assim é a vida, um dia para lá, outro dia para cá.  É preciso, pois, saber viver e agora estradeio, costeando um capão de mato, encontro finalmente, a aguada da sobrevivência da alma inquieta e sigo repontando ilusões!

                Pensemos nisso!
                                                                  DIAS DE HOJE!

No prelibar de novos acontecimentos que poderão mudar vidas, também recentes enfoques no sentimento prodigalizante do alívio de misérias e agonias que infestam o planeta azul, busco sem cessar compreender todo esse estado de coisas que fogem ao controle do homem de bem.
Porque está faltando caridade nesse mundo? Pela busca desenfreada de prazeres da carne, esquecemos o padecimento de irmãos que sofrem mazelas incontáveis e indescritíveis, às vezes bem pertinho de nós, outras vezes, alhures, mas sempre a humanidade da qual fazemos parte.
Sim, somos partícipes dessa horrenda construção, quando luzes de ribalta coabitam mutuamente e concomitantemente com as ilusões da contemporaneidade do mundo de hoje, tão faceiro e cheio de facilidades que nos levam à iniqüidade de povos para com seus irmãos de caminhada!
Pseudofilósofos afirmam “ideologias” em busca de uma felicidade vã e efêmera, na irrisão da veracidade inconteste que permeia as existências contínuas. Ora, ora, onde iremos parar olvidando o principal?
Caridade, já dizia São Francisco de Paulo, “é em todos os mundos, a eterna salvação; é a mais pura emanação do próprio Criador; é a sua própria virtude, dada por Ele à criatura.”
Sou um ser destinado à perfeição e para isso preciso passar por obstáculos que parecem intransponíveis, mas que eu mesmo escolhi e dentro desta perspectiva, preciso domar as más inclinações que trouxe de tempos imemoriais.
É preciso voltar atenções para todos os sofrimentos dos mais longínquos rincões de nossa casa planetária. Temos compromisso com eles, sim senhor. Hoje estamos aqui, amanhã poderemos estar lá, nos lugares deles. A emanação sublime de amor incondicional deve superar todo sentimento do ego exacerbado, isso é meu, não dou para ninguém!
Quantos fogões sem lume, quantos catres sem cobertas e quantas calçadas geladas jazem os deserdados da sorte, quantos seres esqueléticos que falta o pão de cada dia e água potável para saciar sua sede, esperando pelo vintém da esperança que olvidamos: afinal, foi escolhas deles, dizemos!
Não, esse clamor é para toda a humanidade! Voltemos nossos olhos a esses deserdados de hoje, quiçá não estarmos em seus lugares no futuro incerto.
Reforcemos a luta em prol de obras dignificantes, temos uma sentinela vigilante que nos aponta para a misericórdia; a nossa consciência, ouçamo-la e abramos nosso coração à beneficência que unirá corações e veremos então, o amor universal superando a temporalidade e futilidades dos dias hodiernos!

Pensemos nisso!

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

                                                  AINDA DEVANEIOS!

Nos meus devaneios, sonho que mares bravios não mais assolarão continentes e que vulcões e tremores, não abaterão mais a humanidade, porque entenderemos que os pensares que dirigimos a outrem, hão de ser de benevolência e paz.
As fronteiras que separam povos, serão destruídas e a ganância do poder não mais prevalecerá, quando então construiremos pontes, interligando etnias e as raças separatistas perecerão no seu orgulho e vaidade e os nossos filhos, as eternizarão numa só: a Humana!
Um sonho fugidio talvez? Pode ser que sim. Mas o sonho não é também realidade? A alma se liberta quando o Ser, que é eterno na sua relatividade, faz vôos rasantes e vê nas quimeras tudo que pode realizar, evitando de toda sorte, o Rio Aqueronte onde as mesmas são desfeitas, na realidade nua e crua.
O Caronte não me levará no seu barco infernal, desvanecendo minhas utopias, não! Permanecerei firme, na proa das minhas aspirações numa contemporaneidade paradoxal e esdrúxula, mas me mantendo como o Faraó Akhenaton fez, mais ou menos 3300 anos atrás, numa edificante cruzada no mundo Egípcio, do paganismo ao monoteísmo!
Devaneio, na inspiração poética dos meus anseios, numa vastidão de interpretações dúbias que me leva a olvidar dos ensinamentos primevos, da nossa ancestralidade milenar.
No entanto, a colimação propositiva da temporalidade terrena, está intrinsecamente ligada ao destino, previamente estribado nos compêndios dos milênios existenciais, que começou do homem bruto, até chegar ao homem amor.
Inferindo, chega de disputas pueris que nos levam a lugar algum e busquemos a energia vital que advêm dos espaços infinitos e à nossa disposição está, para continuar em busca dos sonhos perdidos, nos ideais que devem nortear nossa vida e a fraternidade se consagrará na Virtude Suprema.
Pensemos nisso!
ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS- Professor e tradicionalista. (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

JEITO ENSIMESMADO!

Canto do meu jeito, músicas que me ensinaram meus pais, no universo de minha pequenez, quando ouvia seus conselhos, nas asas que o Senhor me deu e por Ele sempre irei cantar.
É meu jeito, assim acanhado, mas, no bordoneio da viola querendona, a inspiração brota e a retina se alonga buscando novos horizontes, ainda não vistos por estes olhos, agora firmes na busca dos Divinos acordes!
Mas ao mesmo tempo penso, do que me adianta a guaiaca cheia, se estou ensimesmado com as ironias de uma sociedade hipócrita, quando as mentiras mascaram choros e a visão turba diante da malevolência, que vez por outra, impera dominando sentidos que adormecem na soledade infame.
Mas a passarada me chama a atenção do turbilhão a que estava envolvido, volto ao meu canto triste, porque é assim mesmo que o taura enternece seu íntimo e revolve suas agruras no sol sangrando na tarde que finda!
O pago, com certeza está do meu lado. Conspirando, pego de novo as rédeas que norteiam o meu viver e por trás do brete, me ajeito no silêncio dos mates solitos, infiro então que não posso decair aos corcovos que a existência obstaculiza à minha frente.
Canonizo o nativismo, como cântico à terra que me viu nascer na fumaça dos tições das brasas vivas que ardem no reponte infinito das amarguentas comunhões, então, caborteio ilusões, na busca da ultima morada na Estância do Infinito.
Mas, minha mente rebusca uma réstia de luz que sobrou das reminiscências perdidas e embora acabrunhado pela iniqüidade momentânea, ergo a fronte na ânsia de encontrar guarida dos meus ancestrais, renovo a firmeza no caminhar lento, mas firme, para a posteridade superior!
Por isso, ensimesmado nas ondas energéticas que se sobrepõe a pusilanimidade, transporto-me a augusta luz e meu canto sai mavioso na paisagem colorida da natureza que me cerca linda, indescritível.
Pensemos nisso!

ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.
(Email, toninhosantospereira@htomail.com; Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).


                                                       REPONTE!

                Assim como se reponta o gado na procura das aguadas para saciar sua sede, também repontando jornada, me vejo às vezes, apegado as reminiscências do taura vago, como são próprias do índio criado guaxo. Sinto a rebeldia da melena revoando ao vento quando a cantilena esmorece, assim como acontece todos os dias ao anoitecer.
                Desgarrado, sigo a sina que me foi proposta num tempo anterior e que aceitei de bom grado não sabendo, no entanto, o que encontraria pela frente. São percalços quase instransponíveis que escolhi para passar em meu caminho!
                Por isso na introspecção de meu ser, percorro trilhas inconfessáveis, mas a liberdade me aponta para frente sempre, sigo, não obstante, indomável nos casarios da vida e sinto as taperas remoendo as entranhas.
                A solidão me abraça então e canto uma milonga na solidão dos ermos, onde o quera (quéra) se embretou. Malsinado da sorte, me queixo, entretanto encilho meu pingo e de rédea solta, já estou na picada assombrada, de tantos causos contados pelos avoengos.
                Reponto, lá na frente uma nova empreitada na cisma de não parar, do teatino de pago em pago, levando na retina a quimera daquele guri cheio de esperanças num porvir venturoso.
                Que nada. Tudo parece vazio, assim como minha alma seca pelas amarguras da existência bruta e abagualada, sem um desiderato na premissa do acordo com o Avatar da humanidade, em tempos remotos.  
No entanto, parece que acordo do sono profundo que me levou a essas reflexões onde a mágoa sobrevoava meu interior, como um abutre carnívoro que quer devorar o que sobrou.   Ainda bem, que foi tudo um sonho de uma noite Mal dormida, porque na madrugada que reponta no horizonte, sinto toda a beleza à minha disposição.
                Inferindo, te digo parceiro, tudo passa como um sonho irreal, virtual. Assim é a vida, um dia para lá, outro dia para cá.  É preciso, pois, saber viver e agora estradeio, costeando um capão de mato, encontro finalmente, a aguada da sobrevivência da alma inquieta e sigo repontando ilusões!
                Pensemos nisso!
         ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS- Professor e tradicionalista.
(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).