quinta-feira, 11 de dezembro de 2014


                                       CIVILIZAÇÃO RIO-GRANDENSE DE 1626 A 1821

                Os jesuítas das Missões Ocidentais do Uruguai foram os primeiros que, passando para a margem oriental, fundaram uma povoação, em território hoje pertencente ao nosso Estado e devassaram as regiões ao norte do Jacuí ou o País do Tape, como as chamavam. Pelo menos, o padre Roque Gonzales se deve a mais antiga descrição do Rio Grande do Sul. Este nome, entretanto, parece não ter sido posto pelos jesuítas, pois já se o encontra, em 1586, no Tratado descritivo de Gabriel Soares.

 O povoamento só começou depois de aberta comunicação, através do seu território, com a Colônia do Sacramento. A ocupação portuguesa limitou-se, a princípio, a uma estreita faixa do litoral. Vindo os primeiros açorianos, derramaram-se pelo interior, formando os primeiros povoados.

                Daí a necessidade de demarcarem-se fronteiras, o que aconteceu no Tratado de Madri. Este foi assimilado pelo de Santo Ildefonso, que assinalou novas fronteiras. Logo depois, o território estendeu-se para o oeste, com o acréscimo das Missões.

Em 1774, a população era estimada em  17.923 habitantes, sendo os principais centros: Rio Grande, com 2421 habitantes; Rio Pardo, com 2377 habitantes; Porto Alegre, com 1512 habitantes; Estreito, com 1254, etc. Em 1823 era já de 59.142 habitantes e em 1822, de 106.196 habitantes.

                Na indústria, foi a pastoril a primeira que tomou incremento, talvez pela abundância de gado que vagava pelos campos. De onde viera este gado? Ao certo ninguém sabe. Alude-se, entretanto, a um certo  Scipião Góes, que em 1555, tinha trazido de São Paulo algumas rezes. Os companheiros de João Magalhães foram os fundadores das primeiras estâncias de criação (1715).  A estas, seguiram-se as Estâncias Reais, sendo as primeiras, a de Bojurú e do Capão Comprido, na costa do mar.

A agricultura consistia na plantação do trigo. Estabelecera-se também, em 1783, a Real Feitoria do Linho Cânhamo, a qual no primeiro ano já produziu 447 arrobas de linho. Anexa a ela havia uma cordoaria, cujos maquinismos tinham sido feitos no Real Trem de Guerra do Rio Grande.

                No comércio, conforme uma referência feita no relatório do Vice-Rei Luiz de Vasconcelos, crescera a navegação para o Rio Grande, cujo comércio consistia na exportação de carnes, couros, trigo, sebo, graxa, manteiga, queijos, muares, para São Paulo, Rio de Janeiro e Portugal.

                Nas letras, foram ainda os jesuítas, os primeiros que se ocuparam da catequese e civilização do indígena, tendo o padre Roque, traduzido o catequismo cristão para o guarani. A ele também se deve o mais antigo documento literário referente ao Rio Grande o qual é o seu relatório ao superior da Companhia.

José Marcelino foi o primeiro governador que empreendeu a civilização do indígena, fundando a Aldeia de N. S. dos Anjos, com aulas de primeiras letras, de gramática, de música e também ensinar o sexo feminino a cozer.

                A instrução própria começou a ser ministrada no Presídio do Rio Grande por uma escola de primeiras letras que, depois, transferiu-se para Porto Alegre. O ensino principiava-se pelo alfabeto, num cartaz, seguiram-se as cartas de nomes e doutrina cristã, tudo manuscrito e as quatro operações. Com o correr do tempo, notadamente no governo de Paulo da Gama, criaram-se escolas de primeiras letras e abriu-se a primeira cadeira de gramática latina, a que seguiu-se, outra de filosofia, regida pelo padre Santa Bárbara.

terça-feira, 25 de novembro de 2014


                                                        MINHA BELA MARIA EUFRÁSIA!

                Entre 1961 e 1963, fiz curso de ajustador mecânico, no SENAI em Santa Cruz do Sul. Desde 1958, quando viemos de Barros Cassal, fomos morar à rua Gaspar Bartholomay, 212, na famosa “Volta da Cobra”.

O pai José Altivo, havia comprado o terreno no local de Izolde Barboza, então esposa do mano Flávio Pereira dos Santos e a casa, era uma parte da grande moradia, que existia no Passo do Ligeiro, interior da vila, da localidade acima citada.

Ainda ficaram morando no Ligeiro a mana Odir, com seu esposo Jorge Cervo e filhos.

                Pois bem, o fato, entre outros tantos maravilhosos, da minha querida mãe e, que chamou a atenção, de todos os meus colegas e até de professores e instrutores da época, na Escola, é que religiosamente, a Eufrasinha, como era chamada carinhosamente, às 9:30 horas, levava a minha “merenda” e que era repassada na cerca, que circundava o educandário.

                Por muitas ocasiões, ela deixava na tela e todos já sabiam que era o meu lanche diário.

Que coisa linda a dedicação da minha mãe para com seus filhos! E, olha que ela criou e tratou da mesma forma, a Genoveva, a Ofhir, o Allão, a Odir, o Dão Real, o Flávio, o Gentil, o Adão Régis (Bebeto), a Eva, o Cliff, eu e a Terezinha, num exemplo de amor e abnegação, que muitos de nós, talvez, não tenhamos reconhecido suficientemente, na época.

                 Este é um fato bastante curioso e que até hoje, quando reencontro colegas daqueles tempos, eles relembram do detalhe da “merenda na cerca de tela”ou, ela me aguardando para entregá-la em mãos.

                Por isso, resgato mais esse episódio, dizendo: obrigado Maria Eufrásia, por aquilo que representaste para nós. Teu desvelo a todos, jamais será esquecido e, por certo, muitos bônus adquiriste aí, junto as planuras do Pai Celeste.  

Na certeza, de que, onde estás, ainda velas por nós, teus filhos, netos, bisnetos, trinetos, tataranetos, familiares e amigos, te dizemos, “que saudades”!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014


                                       QUEM FOI  O 1º TROPEIRO DO RIO GRANDE? 
Era um de meus ancestrais. 

                Ele é a figura mais impressionante dos primórdios do Rio Grande do Sul. Nasceu em 1680 (ano da fundação da Colônia do Santíssimo Sacramento), em Ponte de Lima, Portugal. 
“Era Cavalheiro da Ordem de Cristo, aparentado aos Távoras, Possuindo brasão e cota de armas. 
De instrução acima do normal para a época, era capaz de levantar mapas e redigir como seguro conhecedor da língua”, nos diz “Moisés Velinho em “Capitania Del Rei”. Este era Cristóvão Pereira de Abreu.

Veio muito moço para o Rio de Janeiro. Em 1702, o Rei resolveu “colocar por contrato” a caçada de gados e a exportação de couros pela Colônia do Sacramento, sendo o monopólio arrematado por Cristóvão Pereira mediante pagamento de 70.000 cruzados à Fazenda Real. 
Data desse período a aliança de Pereira com os índios Minuanos, disputando aos espanhóis e missioneiros a posse dos bois e cavalos que erravam à margem esquerda do Rio Uruguai. Sob seu impulso, o comércio de couro cresce espetacularmente.

O período áureo desse ciclo vai de 1726 a 1734, quando se exportavam anualmente, pelo porto da Colônia, 400 a 500 mil couros. 
Lagunistas, curitibanos, paulistas, portugueses, espanhóis e missioneiros entregavam-se de corpo e alma à matança de gado para a extração de couros. Iniciava-se a gradativa decadência econômica dos Sete Povos das Missões Orientais. 
Tão desordenada e bárbara era esta prática que, naquele momento, já fora prevista a total extinção do gado.

                As Minas Gerais, no auge da exploração do ouro, necessitavam de cavalgaduras para o transporte de suas riquezas até o Porto do Rio de Janeiro e para a vinda de mercadorias importadas. Cristóvão Pereira então inicia, com seu amigo e auxiliar Francisco de Souza de Farias, a ligação entre o sul e o resto do País, abrindo picadas que depois constituíram a rota dos tropeiros desde os Campos de Viamão até os Campos de Cima da Serra, Lages, Campos de Curitiba e finalmente Sorocaba – grande centro de comercialização e distribuição de mulas para o Brasil.

                Em 1736, Cristóvão Pereira é nomeado coronel, para dar apoio logístico ao pretendido levantamento do sítio da Colônia do Sacramento – cercado pelos espanhóis de Buenos Aires e Montevidéu – pelo Brigadeiro Silva Pais, governador do Rio de Janeiro. 
                Ao longo das vilas da Capitania de São Paulo, conseguiu reunir 160 voluntários, chegando à Barra de Rio Grande e ultrapassando-a pelo mês de setembro, tendo construído na margem sul um fortim provisório. 
               José da Silva Pais ali desembarcaria, cinco meses após em 19 de fevereiro de 1737, fundando o Forte, Jesus Maria José, hoje, a histórica Rio Grande.

                Incansável no apoio as armas portuguesas, Cristóvão Pereira, também se liga aos primórdios da fundação de Porto Alegre, quando vistoriou as obras de melhoria do porto natural, realizadas pelo paulista, Mateus de Camargo Siqueira, à margem do Guaíba, para receber os casais açorianos, que se destinariam às Missões (mas que terminaram ficando no “Porto dos Casais”).

                Faleceu, na Vila de Rio de Janeiro, em 22 de Novembro de 1755 o grande desbravador desta terra.

ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS - Professor e radialista.
(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Twitter, toninhopds; Blog, www.allmagaucha.blogspot.com).
Pesquisa:
(Mariante, Hélio Moro. A Idade do Couro no Continente; Monteiro,Jônathas da Costa Rego, dominação Espanhola no Rio Grande do Sul; Neis, Pe Ruben, A Guarda Velha de Viamão).

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

                                                       Família Pereira dos Santos

                                                   ¨ UM POUCO DE SUA HISTÓRIA ¨

 No próximo dia 07 de dezembro de 2014, acontecerá na cidade de Santa Cruz do Sul, o 20º Encontro da Família Santos, o (ENFASA), que é um evento do calendário anual do Grupo de Pesquisas Folclóricas Família Nativista Alma Gaúcha, nos anos ímpares acontecendo em Sapucaia do Sul, e nos anos pares, em Santa Cruz do Sul.
            Família que descende de Eduardo Pereira dos Santos (no registro de casamento está Edmundo) e Bela Aurora Simas dos Santos, pais de José Altivo dos Santos, e de Antônio José Falleiro e Cândida Maria da Silva Falleiro, pais de Maria Eufrásia Falleiro dos Santos.
           José Altivo dos Santos, nasceu em Rio Pardo, em 29 de Julho de 1889. Era tropeiro por excelência e nessas andanças pelos pagos, entre Rio Pardo e Soledade, encontrou no interior de Venâncio Aires, a jovem Maria Eufrásia Falleiro dos Santos, nascida em 9 de janeiro de 1907.
          Casaram-se em 10 de março de 1923, em Venâncio Aires.  Após, de carroça e a cavalo, foram para o interior do então distrito de Barros Cassal, lá construindo um novo lar que foi abençoado com quinze filhos.  
         Alguns anos depois, na então Vila de Barros Cassal, José Altivo tornou-se feitor do DAER, na área de construção e reparação de estradas. 
         Para que seus filhos pudessem estudar, em 1958 mudou-se para Santa Cruz do Sul.
         José Altivo, faleceu em Santa Cruz do Sul em 28 de Julho de 1968.
         Depois do falecimento de Maria Eufrásia, seus 12 filhos resolveram rememorar suas lembranças nesse encontro, que já acontece há 20 anos.
        O ENFASA, começará à partir das 10 horas, na sede da TAP's, antiga sede social da Tabra, nesta cidade. 
        Esta família, Pereira dos Santos, foi a pioneira nas tradições gaúchas em Santa Cruz do Sul, fundando a primeira entidade tradicionalista do município, o CTG Tropeiros da Amizade, com sede na rua Princesa Isabel, no bairro Senai.
        
         Atualmente, existe na cidade um DTG com o nome de José Altivo dos Santos, bem como o Grupo de Pesquisas Folclóricas Família Nativista Alma Gaúcha, descendentes diretos de José Altivo e Maria Eufrásia, os quais, continuam no cultivo dos mais puros laços familiares.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014


                                                                     ATS E ENART!

                Em 19 de junho de 1995, foi fundada a Associação Tradicionalista Santacruzense (ATS), com a finalidade de unir esforços em prol do tradicionalismo em nossa cidade. Nesse mesmo ano, fomos convidados pelo conselheiro do MTG, Dirceu de Jesus Prestes Brizola, para concorrer ao conselho diretor deste Movimento, na chapa de oposição, órgão máximo do MTG - RS. Consultamos nossa base que era a ATS. Já que a presidíamos nessa ocasião e fomos fundadores e elaboradores de seu Estatuto, por unanimidade dos patrões, houve concordância para minha inscrição nesta chapa.

Santa Cruz do Sul, nunca na história, havia sido convidada para tão importante incumbência. O mentor da minha candidatura foi o então coordenador da 5ª Região Tradicionalista, Odilon da Silva Dias. A eleição aconteceu em janeiro de 1996, na cidade de São Lourenço do Sul, tendo, a nossa chapa saído vencedora e sido empossada na mesma data.  Portanto, pela vez primeira, Santa Cruz, tinha um conselheiro, representando nossa cidade, no MTG.

Já nos primeiros meses de 1996, conseguimos trazer para o nosso município, uma reunião do Conselho Diretor do MTG, acontecida no CTG Laço Velho, cujo patrão era o advogado Milton Mohr.

                Voltando um pouco no tempo, aconteceu no mês de junho de 1995, uma Convenção Tradicionalista na cidade de Canguçu e o vice coordenador da 5ª RT na época, Armando Clóvis Gewher, juntamente com o Terra de Bravos CTG, cujo patrão era o Altair Dorneles de Lima, o Tio Teco, assessorados pela Claudia Dias Forgiarini, pediu, nesta Convenção, que Santa Cruz sediasse uma das macrorregionais do Festival Gaúcho de Arte e Tradição (FEGART). O pedido foi aceito pelo MTG e a ATS, recém fundada, assumiu os encargos da realização dessa Macro que aconteceu em 1996.

                Com isso, o Rio Grande do Sul, começou a conhecer nossa potencialidade, a nossa pujança, o espaço físico do Parque da Oktoberfest e o carinho do nosso povo, para com seus visitantes. Isso também, despertou a atenção do novo presidente do MTG, Dirceu Brizola, que sofria agruras, devido ao acanhado parque onde até então se realizava  o FEGART, bem como pelo pouco caso  que o Poder Público Municipal de Farroupilha, tinha com o evento.

                Em 1997, quando já estava tudo pronto  naquela cidade para a realização do 12º Fegart, houve o rompimento da parceria que havia entre a Prefeitura, O MTG e o IGTF. A Prefeitura da cidade de Farroupilha não tinha mais interesse em realizar o Festival, da forma como estava acontecendo. Despesa de mais ou menos 90.000,00 todo o ano, inviabilizavam o evento.

                Então, a diretoria do MTG recorreu a nós, que trouxemos o pedido para a Prefeitura de Santa Cruz, para ver do interesse na realização do mesmo. O prefeito Sérgio Ivan Moraes, juntamente com a ATS, depois de muitas negociações, resolveu assumir o evento.

                A Secretaria Municipal de Turismo Esportes e Lazer, era o principal setor municipal envolvido. Com R$ 30.000,00 cedidos à ATS, começou então, já na metade do ano a realizar o evento. Diga-se de passagem que, estes 30 mil reais, eram uma promessa de campanha do Prefeito Sérgio, aos CTGs da cidade.

Era presidente da ATS, o amigo Armando Gewher. Estávamos preparando, desde o início do ano, o 43º Congresso Tradicionalista do Rio Grande do Sul, que em janeiro desse mesmo ano fomos pleitear na cidade de Santo Augusto, no Congresso anterior (janeiro de 1997).

Com o aval do Prefeito, que se fez representar nesse Congresso, pelo então secretário de Turismo, Elton Griebeler, buscamos a aprovação para sediar, pela primeira vez, um Congresso Tradicionalista em nossa cidade, cuja realização aconteceria em Janeiro de 1998. Imaginem todo o trabalho que teve a ATS para preparar esses dois grandes eventos no mesmo ano. O Armando que me ajudava na preparação do Congresso, já que fui eleito presidente da Comissão Executiva do mesmo, ficou encarregado de preparar também o Fegart.

                 O festival aconteceu no final do mês de outubro de 1997 e o Congresso no início do ano de 1998. Faço, um parênteses pra dizer que, havia mais uma vaga para suplente no Conselho Diretor do MTG e o Coordenador da época, meu amigo Vorni Prestes, indicou o Armando para esta vaga e nesse mesmo Congresso, o Armando foi eleito suplente, bem como ele já tinha sido indicado para ser o 2º vice-presidente do Congresso. Agora, tínhamos dois representantes no egrégio Conselho Diretor do MTG.

                É importante frisar também, que neste Congresso, foi rompida uma parceria que existia há muitos anos, para a realização do FEGART, com o Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, IGTF, que era encarregado da parte técnica do Festival, fixando parceria agora definitiva, entre o MTG, a ATS e a Prefeitura de Santa Cruz do Sul.

                Pois bem, o 12º FEGART, o primeiro realizado em Santa Cruz, foi um sucesso. A bem da verdade, funcionava da seguinte forma. Todo o evento, era realizado por nossa cidade, ou seja,  pela ATS. Despesas ou possíveis lucros que, até este data, não havia, porque era só déficit, eram por nossa conta. Como disse anteriormente, o município repassava R$ 30.000,00 para a ATS e ela fazia o resto.

As despesas realmente eram grandes e para não termos prejuízos, começamos a cobrar ingressos a preços módicos e alugar espaços. Com isso conseguimos superar as expectativas e já em 1998 na nossa segunda edição, (13º FEGART) colocamos um automóvel pra sortear a quem pagasse ingresso.

                O sucesso do festival despertou a cobiça dos antigos “donos” que se arvoraram para conseguir de volta o FEGART. No ano de 1999, assumimos novamente a presidência da ATS e na metade do ano, quando o presidente do MTG era o tradicionalista Jair Lima, tendo como vice-presidente administrativo, Manoelito Carlos Savaris, a Prefeitura de Farroupilha, conseguiu uma liminar avocando o nome FEGART, como propriedade sua, contra a Prefeitura de Santa Cruz e o MTG.

Foi uma correria novamente, com deslocamentos semanais a Porto Alegre e vice-versa, com a presença do Prefeito, da Procuradoria Geral do Município, através da Dra. Maria Eliana Noronha da Rosa, e nós, representando a ATS para juntamente com a Diretoria do MTG, resolver o impasse.

                Enquanto na justiça se discutia o mérito da questão, foi feita uma pesquisa em todo o Estado tentando viabilizar um novo nome para o Festival, que por sinal, já estava com o material todo pronto com o nome de Fegart. Tudo tinha que ser refeito.

                Numa reunião histórica realizado no MTG em Porto Alegre, no dia 2 de Agosto de 1999, 56 sugestões foram estudadas e o nome, que nós propusemos, com o aval da Prefeitura Municipal, foi o escolhido e aprovado pela comissão especialmente convocada para este fim.

                O estudo, feito por nós, objetivou retirar-se um pouco da competitividade, substituindo o nome “Festival” pelo de  “Encontro” entre tradicionalistas, onde a fraternidade fosse o imperativo.

A partir de então, chamar-se-ia “ENART”, Encontro de Artes e Tradição Gaúcha, até que fosse cassada a liminar da Prefeitura de Farroupilha. Santa Cruz do Sul, ganhava mais uma batalha e, em novembro de 1999, realizava-se o 1º ENART, agora marca registrada de nossa cidade que, firmava-se como polo cultural e artístico do Brasil.

Registramos também, que foi cassada a liminar de Farroupilha sobre o nome FEGART. Porém, o MTG, a ATS e a Prefeitura de Santa Cruz, optaram por não  mais mudar o nome.

                Também é importante ressaltar que, desde a assunção da nova diretoria do MTG em 1999, foi mudada a sistemática para a realização do evento. Até a data acima referida, a ATS com a ajuda da Prefeitura Municipal, preparava tudo. O MTG recebia pronta toda a estrutura e não participava, nem de lucros, nem de prejuízos, como já frisei em parágrafo anterior, como acontecera por 11 anos, na cidade de Farroupilha.

                Portanto, a partir de 1999, o MTG passou a ser parceiro em tudo, inclusive nas reuniões preparatórias, para a organização do evento, em todas as suas fases. Aí, começou a aparecer a mente privilegiada, do então vice-presidente do MTG, Manoelito Savaris, que inclusive, participou de todas as reuniões.

Ao invés do 14º FEGART, tivemos o 1º ENART e as Macrorregionais foram substituídas por Inter-regionais.

                Inferindo, neste pequeno histórico, queremos resgatar um pouco da história deste grande evento, que se solidifica cada vez mais em nosso município, levando seu nome para o todo o Planeta.

                                                                         MEMÓRIAS!

                Aos 22 dias do mês de agosto de 1958, saímos de Barros Cassal, eu, então muito menino, minha irmã Terezinha, mais nova que eu, a Eva, o pai e a mãe, Maria Eufrásia Falleiro dos Santos. O caminhão que trazia a nossa mudança era um F8 do DAER. O meu pai, José Altivo dos Santos, era feitor deste Departamento e estava vindo transferido para Santa Cruz do Sul.

                O pai era muito preocupado com o estudo dos filhos. Em Barros Cassal, na época só tinha curso primário. Os irmãos mais velhos, a Genoveva, esposa do Euclides Pereira Soares, já morava na cidade, há algum tempo e com ela morava o mano Gentil que estudava no Mauá. O mano Flávio, era soldado antigo do 8º RI, hoje 7º BIB, o Dão Real, já estava trabalhando de motorista no DAER e havia casado recentemente com Flora Pereira Prates, agora Pereira dos Santos, a Nega como é mais conhecida. O Cliff, estudava em regime de internato, na Escola Normal Murilo Braga de Carvalho, que formava professores rurais.

                Ficaram ainda em Barros Cassal, o Allão, na época agricultor e a Odir morando no passo do Rio Ligeiro, onde nós tínhamos uma estância.

A Ofhir, morava em rio Pardo, onde seu esposo, Valdomiro Mantelli era barqueiro, isto é, fazia as travessias do rio Jacuí de barca. Ainda não havia sido construída a ponte sobre o Rio. O Adão Régis (Bebeto) estudava no São Luiz.

                Foi muito marcante para mim esta viagem, principalmente a saída da localidade, onde deixamos muitos amigos de infância, todas as brincadeiras, as nossas jornadas pelos poços e matas existentes, comendo frutos silvestres, colhendo pinhão, brincando de mocinho e bandido, de Tarzan, jogando muito futebol, andando a cavalo...

                Ali pelas 15 horas estávamos chegando à rua Gaspar Bartholomay número 212. Faço um parênteses para dizer que a casa onde iríamos morar era a mesma que tínhamos no interior de Barros Cassal (Passo do Ligeiro). Ela foi montada aqui em Santa Cruz do Sul. Uma parte da moradia ficou ainda lá, para moradia da mana Odir com sua família.

                Ficou na minha memória, à hora da chegada em Santa Cruz, o Programa Chegou o General da Banda, animado pelo Egon Iser, onde tocava a música Lichteinstaine Polka. Eu estava no 4º ano primário e fui estudar juntamente com a Terezinha no Grupo Escolar Estado de Goiás.

Foi muito difícil para um serrano, fazer amizades com a gurizada da cidade, mas aos poucos fomos conquistando nosso espaço, primeiro pelo futebol, onde fui apelidado de Garrincha, depois pela boa leitura fiquei sendo o declamador oficial da Escola.

                Em 1959, fui eleito o 1º presidente do Grêmio Estudantil recém fundado. Quando o 1º bispo veio para a nossa cidade, fui o orador oficial, quando da sua recepção no campo do futebol Clube Santa Cruz e a nossa escola com seu Orfeão, comandado pela professora Anita Horn fez as honras da casa à Dom Alberto Etges.

A diretora da Escola na época era a saudosa Prof.ª Elisa Gil Borowsky. As minhas demais professoras, da época, eram, Lúcia Fairon, Cacilda Gruendling, dona Heleninha, dona Cleonice, dona Zaira, dona Célia, etc... .

                Muitos colegas de turma reencontramos na estrada da vida. Foi nesta época que o tradicionalismo entrou na minha vida. O cunhado Euclides Pereira Soares, homem de muita visão, de inteligência impar e de um dinamismo a flor da pele, conseguiu depois de muitas dificuldades, fundar um Centro de Tradições Gaúchas em Santa Cruz do Sul.

domingo, 9 de novembro de 2014

                                      Polêmica? Aparece o autor de Tordilho Negro.
Autor de Tordilho Negro ainda aguarda o justo reconhecimento
AUTHOR Leonardo Nunes DATE 27/10/2014 COMMENTS: Leave a comment
P1090871
Dirceu Inácio Pires, ou ...Seu Detio como é conhecido mora em Passo do Sobrado e tem 28 músicas compostas, entre elas Tordilho Negro, gravada por Teixeirinha nos anos 60. A canção narra um desafio aceito por seu tio, Sebastião dos Anjos, para domar um cavalo xucro. O tordilho nascido em Caçapava, foi vendido pelo tropeiro João Lopes para Afonso Becker, do Alto Paredão. O novo dono o deixou largado no campo e o animal ficou arisco. “Um dia tomando cerveja num bar, o Afonso ofereceu o tordilho a quem o montasse sem cair. Num domingo de manhã acompanhei meu tio Sebastião dos Anjos que ganhou o cavalo nesta aposta”, recorda Detio que lamenta nunca ter sido reconhecido como autor de uma das canções mais populares no Estado. A canção composta em 1950, foi apresentada por Detio e pelo gaiteiro Alfredo Tavares durante um programa na Rádio de Rio Pardo comandado por Teixeirinha. Após esta apresentação, Detio nunca mais encontrou Teixeirinha e soube que a música havia sido gravada e vinha sendo executada em várias rádios. Recorda que ficava faceiro quando ouvia sua música tocando, até que um de seus filhos questionou sobre a autoria da canção. Em 1988, Teixeirinha ficou de participar de um programa na Rádio de Alto Paredão e seria a chance do tão sonhado reconhecimento. Mas não aconteceu. “Não existiam direitos autorais na época. Eu gostava de ouvir a canção interpretada por Teixeirinha, mas nunca mais consegui encontrar com ele para ter o devido reconhecimento”. Detio aponta que o próprio Teixeirinha afirmava que a canção era de autor desconhecido. “Nunca tomou para si a autoria, apesar de ter transformado o que era para ser uma valsa, em uma vaneirinha”.
Detio e o gaiteiro Alfredo Tavares viajavam por todo o Estado à cavalo para se apresentarem em fandangos. Hoje, aos 79 anos, continua compondo e canta apenas para os passarinhos. A maioria de suas músicas foram escritas entre os anos 40 e 50 e se referem a suas vivências. Detio espera algum dia gravar seu repertório para seus netos e bisnetos guardarem, ou algum interessado em interpretar.
A canção Tordilho Negro faz sucesso até hoje. Foi gravada por diversos outros artistas, como o grupo Os Serranos e pelo cantor Mano Lima.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014


                                                    GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA!

                Porque tantos jovens estão sendo jogados na sociedade nos dias de hoje sem nenhum planejamento de família? Será pela gestação precoce? Será pela falta de acompanhamento dos adolescentes, para que tenham melhores condições de sustentarem seus filhos?

                Pesquisas nos dizem que cerca de 20% das crianças que nascem no Brasil são filhas de adolescentes. Comparadas a década de 1970, três vezes mais garotas com menos de 15 anos, ficam grávidas nos dias de hoje e elas, não tem condições de assumirem essa maternidade, nem financeiras, nem emocionais. São na maioria das vezes, consideradas crianças indesejáveis, com incidência maior nas populações mais carentes.

                Devido à repressão familiar, em alguns casos, algumas adolescentes saem de casa, abandonam os estudos e o processo de socialização é interrompido, abrindo mão de sua cidadania.

                Estudiosos e autoridades do assunto, concordam que a liberação da sexualidade, do tudo pode, a desinformação sobre o tema, a desagregação familiar, a precariedade das condições de vida, a mídia de forma geral, são os maiores responsáveis por esse estado de coisas.

                Na adolescência está se construindo uma nova personalidade, uma nova identidade. É uma espécie de preparação para assumir o papel de adulto. É preciso administrar a pressa, as emoções e entender as mudanças que estão acontecendo.

Para tanto, faz-se mister, que pais e autoridades, como professores e a própria sociedade, construam juntos, esta nova fase da vida dos adolescentes.

                 Não “dar” demais, nem “impor” jamais e sim “construir” através do diálogo fraterno, onde haverá “tempo” para ouvi-los e compreendê-los.

 Em suma os pais precisam tornar-se os verdadeiros amigos dos filhos.

                O poder público, em qualquer esfera pode e deve oferecer programas específicos de orientação e planejamento familiar, juntando-se aos pais e aos professores, nessa grande cruzada.

E aquelas mães adolescentes, precisam de alternativa também para continuar seus estudos e consequemente, garantir o sustento de seu rebento.

                Com essas medidas, não tão difíceis de serem implementadas, quantos casos de abortos clandestinos poderiam ser evitados!

 Segundos dados da OMS, dos dois milhões de abortos praticados, por ano no Brasil, um milhão, ocorrem entre adolescentes e muitas delas ficam estéreis e mais ou menos 20% morrem, em decorrência disso. Quanta despesa poderia ser evitada.

                Inferindo, é a união de esforços do poder público, da sociedade organizada, da família e das escolas, todos trabalhando de mãos dadas, num mesmo objetivo, propiciando um intercâmbio na área da saúde, da educação, do esporte e do lazer, inibindo a alta incidência de jovens grávidas, permitindo resgatar a auto-estima, com certeza, chegaremos a um denominador comum e seremos uma sociedade mais solidária e mais humana.

                Pensemos nisso.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014


                                               OS FILHOS, EDUCADOS PARA O AMOR!

                Como educar os filhos para o amor? O ser humano é um ente complexo, tem muitas necessidades a serem satisfeitas. Ele quer ser feliz. Tem necessidade e amar e às vezes, não sabe como!

 O amor que temos no interior de cada um e a maneira de expressá-lo, depende daquilo que logramos obter, das frustrações e das injustiças que sofremos, desde que nascemos e da interação de pais e filhos, no âmbito da família. O diálogo, neste caso é fundamental.

                O ser humano é único, portanto não é cópia. Ele é sujeito de suas próprias atitudes, soma das vivências e profunda interação na vida familiar. O sentimento amoroso é de suma importância na formação deste ser, que passa a integrar o ambiente familiar.

                Sentimento básico, da natureza humana, o amor é intrínseco a todos. Pensa-se em encontrar a felicidade no outro (a), mas a individualidade, do ser indivisível que somos não pode ser dividida com ninguém.

                Gostamos de ser aceitos na sociedade, valorizados, queridos e os filhos, personalidade em formação, então precisam muito mais: a certeza de que os pais os amam. Como fazer isso? Agindo com transparência em todas as fases da vida dos mesmos, porque à medida que vão crescendo, tornam-se diferentes e também, tem necessidades de amor e carinho diferentes.

                O ser humano sente a falta de amor, de respeito e de solidariedade. Só quem ama a vida e se sente amado pela família, pela sua roda social, pode entender o significado real do amor e daí, tornar-se amável  e aprender a amar, já que o amor é um sentimento inato no homem.

                Os pais precisam com habilidade e respeito, compreender e sentir o desenvolvimento físico e psicológico, neste período de transição. Pais precisam adotar os seus filhos verdadeiramente, antes que um traficante da vida e das drogas os adote! Só o amor tem força suficiente para combater esse grande mal do século passado e do atual também.

                Faça do seu filho, um amigo de verdade, onde ele possa contar todas suas coisas, suas agonias, enfim, ele precisa confiar nos pais, como confia nos “amigos da esquina”.

                Filho compreendido, sente segurança no amor, sabe que seus pais estarão sempre ao seu lado, para perdoar, entender, consolar, apoiar, dar força e amar verdadeiramente.

                Ao invés de Dar ou Impor, Construir, uma existência de amor e fraternidade.  (DIC) Será que colocando um filho numa boa escola basta? É claro que não. Faz-se mister, prepará-lo em família, ao amor fraterno, a igualdade de direitos e deveres.

                Daí vem o lar, bem construído com valores e virtudes incontestáveis na formação moral do ser humano. Do lar, vem à verdadeira educação para a cidadania, no respeito às autoridades constituídas, aos pais e professores, aos mais velhos e a natureza tão devastada, pela incúria do próprio ser humano.

                Amar não se aprende nos livros, nas escolas, nem na rua. Aprende-se no recôndito do lar verdadeiro, onde a confiança inspiradora faz da criança e do jovem, homens futuros que vão querer o melhor para a sociedade, como um todo e não a individualização que traz o egoísmo e o orgulho, males que fazem a derrocada de qualquer sociedade e principalmente do “SER” em si mesmo. O amor é sinônimo de liberdade e de responsabilidade.

                É preciso, portanto, reabilitar o amor. Pensemos nisso!

quarta-feira, 15 de outubro de 2014


                                                          EXISTÊNCIA DE DEUS!

                Tudo nesta vida nos diz da existência de uma inteligência superior que comanda todo este Universo, funcionando como um relógio perfeito. No entanto, nós normalmente esquecemos-nos desta premissa e fraquejamos diante das dificuldades que se nos apresentam, no dia a dia de nossas vidas e principalmente, das pretensas injustiças que são cometidas contra nós.

                Recuperemos então, alguma coisa sobre a prova da existência de Deus. Todo efeito tem uma causa. Vamos procurar então, tudo que não é obra do homem e a própria razão nos responderá. O universo existe e ele tem uma causa. Já foram descobertas mais de 100 bilhões de galáxias.

Cientistas, a cada dia descobrem novos planetas, fora do sistema solar. Na biologia sabemos que 80% dos átomos que compõem o nosso corpo são trocados a cada ano. Estamos descobrindo que tudo o que o corpo humano tem, também é composição da própria natureza. Já não se fala mais de Universo, mas de Multiverso e ainda duvidamos da existência deste Ser Supremo, causa primária de todas as coisas.

Se eu atirar uma pedra e ferir alguém, o efeito foi o ferimento, mas a causa, foi quem atirou a pedra.

                Alguém pode criar o que produz a natureza? A pequena bolota, por exemplo, depois de alguns anos, torna-se um majestoso carvalho. A causa primeira, pois, é uma inteligência superior à humanidade.

                Entendendo a existência de Deus, poderemos inferir, do por que ele nos colocou nesta gleba maltratada que mais parece um caldeirão, que ferve dissabores e transborda prejuízos morais, onde a escola desrespeita e é desrespeitada, onde a inveja lança veneno ao próprio redor e o excesso de alguns, resulta na miséria de muitos. Vamos finalmente entender, diante deste panorama adverso, que Deus na sua infinita misericórdia, nos enviou para minorar a situação caótica, provocada por tanto desamor.

                Por certo, gostaríamos de viver num mundo bem melhor, onde o amor vencesse o ódio, a violência e o egoísmo, onde a revolta fosse banida dos nossos sentimentos, onde não precisássemos de drogas para sair da depressão.

No entanto, tudo isso está em nossas mãos. Basta que entendamos a existência deste SER tão maravilhosamente bom e justo, que tem todas as virtudes em grau supremo e sintamos que Ele não faz injustiças com nenhum de seus filhos, porque ele, acima de tudo, é todo amor!

                Com este entendimento, com certeza, seremos mais felizes!

terça-feira, 14 de outubro de 2014


                                                                      UM SONHO!

                Algumas pessoas dizem que sou um sonhador, até utópico, às vezes!

                No entanto, seria um sonho pensar que todos poderiam ser mais felizes? Seria um sonho pensar que as pessoas poderiam se entender melhor?

Seria um sonho imaginar que as famílias poderiam ser mais unidas? Que os filhos poderiam conversar com seus pais sobre todos os assuntos, em qualquer momento? Que as novelas e os programas cibernéticos e os celulares, não estivessem à frente da educação dos mesmos, ou que os filhos não tivessem suas ocupações, cada um no seu quarto, na sua internet?

                Seria um sonho pensar que as famílias, cada vez mais relegadas a segundo plano, pudessem juntas, construir uma nova geração, de pessoas conscientes de seus direitos e deveres?

                Seria um sonho, se pudéssemos saber onde estão os nossos filhos, adotando-os antes que os traficantes o façam, deixando de entregá-los a essa escória da sociedade que corrói cada dia mais, o cerne da célula mãe, de toda civilização que se preze e os incautos que se deixam levar, pela onda de que tudo pode e que a liberdade não tem limites?

                Seria um sonho, inferir que se os pais não entregassem, seus carrões a filhos inabilitados, tantas tragédias poderiam ser evitadas, no transito caóticos dos nossos dias? Quantas lágrimas seriam evitadas.

                Seria um sonho, ter a sapiência, que se os pais se amassem verdadeiramente e não só se aturassem como também, amassem seus filhos, a casa viraria um LAR?

                Seria um sonho, que os nossos professores em todos os níveis, com um salário recompensador, ensinassem, além do abc e do currículo escolar, noções de cidadania, de educação do homem de bem e não do homem vencedor?

                Seria um sonho, imaginar um mundo perfeito onde haveria o respeito às leis e as autoridades constituídas, à palavra empenhada, ao ser humano como um todo, enfim que todos nós pudéssemos nos unir, em torno de uma cruzada, do bem, da não violência, do “não fazer aos outros, o que não queremos que nos façam”?

                Então, realmente sou um sonhador!  Vamos todos sonhar um pouco?

quarta-feira, 24 de setembro de 2014


                                                      AINDA A MEMÓRIA MUSICAL!

                Quando o mano Cliff Manoel Pereira dos Santos, veio para o internato da Escola Murilo Braga de Carvalho, logo ele ajudou a fundar o CTG Trempe da Saudade da referida escola, sendo também, além de dançarino, o gaiteiro do grupo.

Lá na terrinha, (Barros Cassal) não podíamos ficar sem a música e a dança... foi aí que aprendemos a dançar as danças de salão. Qualquer música que tocava no rádio, por sinal o rádio do pai, José Altivo, era à bateria, estava eu e a mana Teresinha de Jesus Pereira dos Santos, hoje ela se assina Pinheiro, dançando... (qualquer ritmo nós dançávamos) e também passamos a formar uma dupla que, de inicio tinha o nome de Antoninho e Teresinha e depois, no final do ano de 1958, já em Santa Cruz do Sul, os "Canarinhos do Rincão".
Apelido este dado pelo saudoso, Euclides Pereira Soares, primeiro patrão do CTG Tropeiros da Amizade e fundador das tradições em nossa cidade.

                Cantávamos em duas vozes, músicas sertanejas e gaúchas, naquela época começava a despontar duplas no famoso programa radiofônico da Farroupilha de Porto Alegre, o "Grande Rodeio Coringa", depois "Grande Rodeio Farroupilha".

Ediles Nunes e Norinho, as Irmãs Campesinas, entre tantas outras duplas e trios de sucesso da época despontavam na musicalidade sul-riograndense. As músicas sertanejas, eram muito cantadas, também em nossa terra.   

O repertório sertanejo,  confundia-se muito com a nostalgia desse tempo e fazia parte também, do cantar de nossa terra.

Já no CTG, o Cliff formou dupla com o Joãozinho no violão e depois incluindo o maestro Marciliano José Rodrigues, no violino, formaram o primeiro trio “Araganos” que existiu no Estado.

Em Santa Cruz começou então, o Grande Rodeio da Tradição, com duas horas de duração e com auditório, similar ao programa de Porto Alegre, ao vivo e com grande audiência e frequência. Este programa, ficou no ar até o ano de 1985.

Seu primeiro local, foi onde hoje está situado, o prédio da Afubra, na Júlio de Castilhos, depois mudou-se para o Arroio Grande, antigo salão Tavares, depois sede do Flamengo, a Rua Euclides Kliemann.
Ainda com este nome mudou-se para a sede atual, a qual adquirimos o terreno, da dona Selma Barboza, a Rua Princesa Isabel.
Até hoje, quando nos encontramos, a Teresinha e eu recordamos, que dupla, não é mana linda:  “Aqueles Tempos”, SIM.

               

                                                         MEMÓRIAS!

                A música, sempre esteve presente em nossa família, haja vista que, desde que me conheço por gente, sempre havia na nossa casa, no mínimo, uma gaita de 60 baixos. Essa gaita, primeiramente foi tocada pelo mano Allão, depois pelo Cliff e finalmente por mim, mas também passou pelo Gentil, pelo Bebeto que tiravam acordes da velha Todeschini.

Todos aprendemos de ouvido, na marra como se diz. Pois bem, quando ainda morávamos na nossa velha Barros Cassal, muito piás ainda, o Cliff e eu costumávamos animar alguns aniversários e até alguns matinês dançantes que aconteciam no Café do povoado.

Recordo também, dos jogos de futebol em que nos intervalos, o Cliff empunhava a gaita e nós dois cantávamos diversas músicas, entre as quais, lembro Adeus Carmen Miranda, O Crime da Cascavel e outras da música sertaneja. O tio Ieiê, irmão do pai, passava o chapéu e nós arrecadávamos, uma boa grana nas nossas cantorias.

                Até quando, algum circo passava pelo local, a dupla Pereira e Pereirinha, esses eram os nossos nomes, se apresentava. Lembro do circo que havia um toureiro famoso, de nome Pingo de Ouro, onde não conseguiu dominar o touro bravio, enorme e a população teve que ajudá-lo. Foi uma correria danada, até dominarem o touro enfurecido, que ameaçava invadir as arquibancadas.

                Viemos, uma vez à Santa Cruz do Sul e nos apresentamos na rádio da cidade levados pelo músico Odilo, vizinho e amigo do mano Dão Real. Também estava neste programa, uma dupla que fazia sucesso na época, “Garoto e Garotinho”. O Cliff deveria ter na época, uns 10 anos e eu 7 anos e nem sonhávamos em vir morar em Santa Cruz.

                 A nossa dupla terminou quando o Cliff veio estudar na Escola Normal Rural Murilo Braga de Carvalho. Aí eu me obriguei a pegar gaita e aprender finalmente o pouco que consegui. Tínhamos também outros instrumentos musicais como cavaquinho, que comecei a aprender e depois desisti, o pandeiro, em que era especialista o Gentil, que tocava na localidade de Linha Fogo e outros lugares, juntamente com o Allão.

                Era grande a dificuldade de aprendizado porque não haviam professores credenciados para nos ensinar a tocar os ditos instrumentos. Aprendia-se pela força de vontade de cada um.

 

                         ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES FOLCLÓRICAS DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ.

                Segundo Egon Schade “A pequena propriedade baseada no trabalho familiar, sem a necessidade de emprego da mão de obra nacional, foi responsável pela impermeabilidade da sociedade teuta”.

                Muito imigrantes eram apenas agricultores, porém grande número deles tinha ofícios definidos, como, por exemplo, marceneiro, moleiro, ferreiro, alfaiate, pedreiro, etc.

                Imprimiram um estilo arquitetônico nas igrejas e casas. Construíram, dentre outras, casas de enxaimel do tipo usado na Europa. Os móveis eram muito simples, de fabricação caseira na sua maioria e estritamente necessário, hábito que seus descendentes ainda conservam, aqueles mais tradicionalistas.

O “koffer” (baú), peça indispensável, muitas vezes era usado para transporte de haveres dos imigrantes, durante longas viagens.

                A lúdica, nas colônias, foi bastante exercitada, criando-se bandas, sociedades de canto, tiro ao alvo e bolão. Ainda hoje, realizam-se festas já transculturadas: Kerb, Oktober, Rei do Tiro. São festas, portanto já gaúchas, mas de origem alemã, assim como a dança Herr Schmidt já aculturada.

                A alimentação embasa-se na carne de porco e batata. Incorporam-se, aos costumes gaúchos, a cerveja e o café colonial. Este composto de vários tipos de pães, cucas, tortas, salgadinhos, embutidos, schmier, mel, queijos, kaseschmier, nata, etc.

                A colonização alemã, é também responsável, pela introdução da árvore de natal e dos ninhos de páscoa.

                                          ALGUNS DITOS POPULARES.

                MANDRACA: feitiço – muito usado na fronteira

                PERCANTA: mulher de má fama – usado na fronteira

                TRUMBICO: qualquer coisa – usado nas missões

                NARIZ DE FOLHA: intruso – usado nas missões

                PAMPARRA: grande quantidade – usado no litoral

                VISAGE: aparição, fantasma - litoral

                REBOJO: movimento de vento - litoral

quarta-feira, 3 de setembro de 2014


                                              JOAQUIM JOSÉ DE MENDANHA.

                Ele nasceu em Itabira do Campo, Vila Rica, Minas Gerais, por volta de 1800. Cedo começou a dedicar-se à música, como instrumentista e cantor falsetista e ao beirar os 23 anos de idade, encontrava-se na Corte do Rio de Janeiro, onde dentro em breve seria integrante da banda militar e cantor da Capela Imperial. Em 1837, assumia a regência da banda do 2º Batalhão de Caçadores de Primeira Linha.

                Nesse mesmo ano, o 2º Batalhão de Caçadores deslocou-se para a Província do Rio Grande do Sul, para integrar as forças imperiais em combate contra os farroupilhas da República Rio-Grandense.

                Em abril de 1838, o maestro Mendanha encontrava-se em Rio Pardo, com sua banda imperial, quando a vila é atacada pelos republicanos, travando-se um dos maiores combates de toda aquela guerra civil. No dia 30, os comandantes imperiais fogem e os farroupilhas entram vitoriosamente, aprisionando os últimos soldados resistentes.

                Até então a República Rio-Grandense não possuía um hino oficial e o fato de terem aprisionado um mestre de banda levou os farroupilhas a lhe encomendarem uma música cívica. Sobre o texto elaborado por Serafim Joaquim de Alencastre, ele compôs o Hino Rio-Grandense (a letra foi posteriormente substituída por outra, de autoria de Francisco Pinto da Fontoura), provavelmente cantado por primeira vez, a 5 de maio de 1838 e ainda hoje o Hino oficial do Estado do Rio Grande do Sul.

                Durante um ano, acompanhou as forças farroupilhas, mas, monarquista convicto, conseguiu finalmente reencontrar-se com seus companheiros de farda. Em 1842 estabeleceu residência fixa em Porto Alegre, contando com o estímulo do presidente da Província, o Barão de Caxias, para se dedicar-se exclusivamente à música.

                Foi um grande incentivador da vida artística na capital rio-grandense. Fundou uma orquestra, divulgou as obras do padre José Mauricio e formou um conjunto coral com as damas da sociedade porto-alegrense, para atuar nas grandes festas religiosas. A 2 de dezembro de 1855 fundou a Sociedade Musical de Porto Alegre. A 27 de junho de 1858 regeu a orquestra no concerto de inauguração do Teatro São Pedro.

                Em 1877, foi agraciado com a comenda Imperial da Ordem do Rosa que lhe foi outorgada por iniciativa de seu particular admirador o Duque de Caxias, então presidente do Conselho de Ministros do Império.

                Criou a irmandade de Santa Cecília e deu grande pompa à comemoração dessa padroeira dos músicos. Diz-nos o cronista Aquiles Porto Alegre: “Quando chegava o mês de novembro, o velho Mendanha tomava um carro e ia à casa dos cantores pedir-lhes para se associarem à sua festa. No dia da festividade, atendia entre sorrisos e rapapés as moças que iam cantar. Não era para menos. Aí se via a D. Marcolina Coelho Barreto, a D. Matilde Pereira, a D. Chiquinha Cordeiro, a D. Candini, a D. Rondeli e tantas outras senhoras que deram aqui a nota da arte e da elegância”.

                Acrescenta o cronista: “Nos últimos anos da existência, subia a escada do coro agarrado ao braço de um de seus discípulos. Quase sempre era o professor Lino quem se incumbia de levá-lo as alturas, com paciência e carinho. E quando o maestro chegava ao coro, criava alma nova, parecia que havia remoçado alguns anos, era outra criatura”.

                Faleceu em 2 de setembro de 1885.

.                                    (pesquisa: Enciclopédia Rio-Grandense; Silva, Riograndino da Costa;)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

                   Alguns fatos importantes no dia 27 de agosto...
Madre Teresa de Calcutá No dia 27 de agosto de 1910, nasce Agnes Gonxha Bojaxhiu, "Madre Teresa de Calcutá", em Skopje, atual capital da Macedônia. Em 1946, ela teve uma inspiração, indicando que deveria dedicar sua vida aos pobres. Em 1979, Madre Teresa recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho assistencial.
551 a.C. - Nasce Confúcio, filósofo chinês. Ele disse que a sabedoria está no meio.
1576 - Morre Ticiano Vecellio, pintor italiano.
1770 - Nasce Georg Friedrich Hegel, filósofo alemão.
1813 - Batalha de Dresden (Alemanha): tropas comandadas por Napoleão derrotam as aliadas da Áustria, Prússia e Rússia.
1828 - Um tratado de paz entre Argentina e Brasil é assinado, dando fim à guerra e reconhecendo como Estado soberano a República Oriental do Uruguai, antiga Província Cisplatina. Quem intermediou este Tratado foi a Inglaterra.
1952 - As negociações germano-israelenses sobre reparações do nazismo são encerradas em Luxemburgo. Ficou decidido que a Alemanha pagaria a Israel o equivalente a três milhões de francos.
1957 - O navio argentino "Ciudad de Buenos Aires" se choca no Rio da Prata com o cargueiro norte-americano "Mormack Surf", deixando mais de cem mortos.
1961 - Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, declara que garantiria, "à bala, se fosse preciso", a posse de João Goulart na Presidência do Brasil, no lugar de Jânio Quadros.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014


                                              A CONQUISTA DAS MISSÕES ORIENTAIS!

                No segundo quartel do século XVII os jesuítas do Paraguai, já haviam estado no território hoje rio-grandense (a que chamavam, País Del Tape) fundando “reduções” de catequese ao longo dos rios Ijuí, Ibicuí e Jacuí, até Rio Pardo e somente não chegaram ao Guaíba e ao Atlântico porque a reação dos bandeirantes os levou de volta para o outro lado do rio Uruguai.

                Quando os portugueses, em 1680, fundaram a Colônia Militar do Sacramento à frente de Buenos Aires, a busca de equilíbrio territorial se operou mediante a gradativa expansão jesuítica no Médio Uruguai: em 1682 o “povo” de Santo Tomé estabelecia uma estância e guarda em São Borja e em 1687 eram oficialmente estabelecidos os “povos” orientais de São Nicolau, São Luiz Gonzaga, São Miguel e São Borja. Com a posterior fundação de São Lourenço, São João Batista e Santo Ângelo, completaram-se os “Sete Povos” – sete cidades de índios guaranis ou guaranizados. Suas estâncias, porém, se alastraram por praticamente todo o território uruguaio.

                 Em 1750, o Tratado de Madri, determinou que a Colônia do Sacramento passaria para o domínio espanhol, enquanto os Sete Povos e suas estâncias passariam para o domínio português. Houve reação missioneira e a guerra guaranítica, que culminou em 1756. Mas no fim, tudo ficou na mesma: Colônia ainda portuguesa, as Missões Orientais ainda dos espanhóis.

                Desde aí, dois pontos se destacam no mapa político-militar do Sul: o forte de Rio pardo como guarda - avançada portuguesa às margens do Rio Jacui – olhando o sudoeste e o noroeste – e a guarda de São Martinho, posto avançado espanhol na subida do planalto para os Sete Povos das Missões, em escarpas situadas um pouco acima da atual cidade de Santa Maria.

                O Tratado de Santo Ildefonso, em 1777, estabeleceu limites entre as possessões lusitanas e hispânicas, referendando a posse espanhola do Sete Povos, com sede do governo militar em São Miguel.

                Por volta de 1800 a situação era tensa na Europa, com Napoleão Bonaparte em guerra contra a Inglaterra, envolvendo novamente a rivalidade de espanhóis e lusitanos. No sul do Brasil, a guarnição de Rio Grande envia tropas contra o forte espanhol de Cerro Largo, enquanto a guarnição  de Rio Pardo põe em fuga os espanhóis de Santa Tecla e São Gabriel do Batovi.

                O governo militar de São Pedro do Rio Grande do Sul, com sede em Porto Alegre era exercido pelo cel. Veiga Cabral e o comando da fronteira de Rio Pardo era exercido pelo ten. Cel. Patrício José Correa da Câmara.  Veiga Cabral preferiu confiar a paisanos a continuidade das operações de fronteira. Para tanto, uma de suas medidas foi conceder anistia aos desertores, que assim poderiam reforçar os contingentes lusitanos. Um dos beneficiados pela medida foi José Borges do Canto, que servira no Regimento de Dragões como soldado raso e agora se dedicava à caça e comércio de mulas nos descampados do oeste. Apresentou-se ao Regimento de Dragões e o comandante confiou-lhe a missão de hostilizar, através de guerrilhas, as Missões Orientais. Recebendo secretamente armas e munições, sai Borges do Canto a arregimentar voluntários para a arriscada campanha, sempre procurando dar ao empreendimento o caráter de aventura concebida e organizada por particulares, à revelia do governo. Ele reúne um pouco mais de 20 gaúchos. Recebe o reforço do tenente paulista Antônio de Almeida Lara, com 12 homens que trazia consigo. Outro paulista, o furriel Gabriel Ribeiro de Almeida, servindo no corpo comandado pelo cap. Barreto Pereira Pinto, apresenta-se para participar da aventura. Eram, agora, cerca de quarenta combatentes. O grupo se completa com estancieiro mestiço Manoel dos Santos Pedroso, profundo conhecedor da língua guarani, que recebe especificamente a tarefa de persuadir os indígenas missioneiros a entrarem na luta contra o dominador espanhol.

                O avanço é iniciado por Santo Pedroso, que consegue dominar a fortificação de São Martinho, porta de entrada dos Sete Povos. Aberto o caminho, Borges do Canto surpreende as defesas de Santo Inácio e São João Mirim. É conseguida a adesão de cerca de trezentos guaranis. Cai o povo de São Nicolau. A 8 de agosto os atacantes põem cerco à capital São Miguel, dando ao comandante espanhol cel. Dr. Francisco Rodrigo o ultimato para que se entregue.

                São Miguel, ainda resiste por três dias, mas, a 11 de agosto de 1801, seu comandante capitula. Uma a uma vão se entregando as demais aldeias do antigo domínio jesuítico, sem derramamento de sangue. Houve resistência somente no Passo da Cruz e, finalmente, em São Borja, onde o espanhol Rubio Dulce, depois de perder vários soldados, foi vencido a 23 de novembro de 1801. Completava-se assim a façanha incrível de tornar brasileiro, em curto espaço de tempo, cerca de um terço do atual território Rio-grandense.

 

(pesquisa: Cesar, Guilhermino. História do RS. Ferreira Filho, Arthur; historia geral do RS; Laytano, Dante de. Guia histórico de Rio Pardo)

            AS ADMINISTRAÇOES DE SANTA CRUZ DO SUL DESDE O IMPÉRIO ATÉ O ANO 2000!

                Na época do Império o município foi comandado pelos presidentes das Câmaras de Vereadores: Carlos Trein Filho, Frederico G. Bartholomay, Joaquim José de Brito, Abrahão Tatsch e Jorge Júlio Eichenberg.

                Logo após a proclamação da república e a promulgação da constituição republicana os municípios passarem a ser administrados pelos Intendentes municipais que em Santa Cruz foram:

De 1892 até 1894 – Cel. João Leite Pereira da Cunha.

De 1894 até 1898 – Galvão Costa.

De 1898 até 1900 – Jorge Eichenberg.

De 1900 até 1904 – Adalberto Pitta Pinheiro.

De 1904 até 1908 – Galvão Costa.

De 1908 até 1913 – João Gomes Cardoso.

De 1913 até 1916 – Galvão Costa.

De 1916 até 1925 – Gaspar Bartholomay.

De 1925 até 1928 – Felipe Jacobus Filho.

De 1928 até 1929 – Felício Augusto de Almeida.

                A partir desse ano, vieram os prefeitos que foram:

1929 – 1933 – José W. Koelzer

1933 – 1938 – Cel. Oscar R. Jost

1938 – 1940 – Dr. Caio Brandão de Mello

1940 – 1945 – Dario Barbosa

1945 – 1945 – Willy Carlos Froehlich

1945 – 1946 – Dario Barbosa

1946 – 1947 – Willy Carlos Froehlich

1947 – 1948 – Bruno Agnes (substituto)

1948 – 1952 – Alfredo J. Kliemann

1952 – 1955 – Arthur de Jesus Ferreira

1955 – 1959 – Dr. Arthur Walter Kaempf

1959 – 1963 – Edmundo Hoppe

1963 – 1968 – Orlando O. Baumhardt

1968 – 1973 – Edmundo Hoppe

1973 – 1977 – Elemar Gruendling

1977 – 1981 – Arno João Frantz

1981 – 1983 – Arno João Frantz

1983 – 1988 – Armando Wink

1988 – 1992 – Arno João Frantz

1992 – 1996 – Edmar G. Hermany

1996 – 2000 – Sérgio I. Moraes

                O município já teve os seguintes nomes: Faxinal do João Faria – 1822; Colônia de Santa Cruz – 1849; Freguesia de São João de Santa Cruz – 1859; Vila de São João de Santa Cruz – 1877; Cidade de Santa Cruz – 1905; Cidade de Santa Cruz do Sul- 1944.

                Possíveis origens para o nome do município: ainda hoje não está definida como surgiu o nome “Santa Cruz’ para a colônia de origem germânica. Algumas hipóteses dizem que: 1 – Existe uma ligação entre o nome Santa Cruz e a fazenda Santa Cruz localizada próxima a Soledade e de propriedade de Antônio Rodrigues Chaves. 2 – Existia um preto velho que residiu no início da povoação cuja casa era um espécie de  hospedaria para os colonos e ele era chamado de Santa Cruz. 3 – A causa da adoção do nome justifica-se devido à existência, na época, da fundação da colônia, de um morador, brasileiro, de nome Cruz que possuía uma pequena venda e que indicava aos colonos, suas respectivas propriedades. Como a “venda” sempre foi um ponto de encontro entre os alemães, formou-se com o passar do tempo, a expressão “vamos até o Cruz”, “junto ao Cruz” deixando de lado a denominação de Faxinal.

                Quando começou a ser construída na povoação, a primeira igreja católica e ao ser terminada em 1863, surgindo a paróquia, a localidade passou a ser chamada de São João de Santa Cruz. 4 – Foi uma denominação dada pelo governo brasileiro pois, quando os colonos chegaram em 1849, eles já sabiam que viriam para a colônia Santa Cruz.