ATS E ENART!
Em 19
de junho de 1995, foi fundada a Associação Tradicionalista Santacruzense (ATS),
com a finalidade de unir esforços em prol do tradicionalismo em nossa cidade. Nesse
mesmo ano, fomos convidados pelo conselheiro do MTG, Dirceu de Jesus Prestes
Brizola, para concorrer ao conselho diretor deste Movimento, na chapa de oposição, órgão máximo do MTG - RS. Consultamos nossa base que era a ATS. Já
que a presidíamos nessa ocasião e fomos fundadores e
elaboradores de seu Estatuto, por unanimidade dos patrões, houve concordância para
minha inscrição nesta chapa.
Santa Cruz do Sul, nunca na
história, havia sido convidada para tão importante incumbência. O mentor da
minha candidatura foi o então coordenador da 5ª Região Tradicionalista, Odilon
da Silva Dias. A eleição aconteceu em janeiro de 1996, na cidade de São
Lourenço do Sul, tendo, a nossa chapa saído vencedora e sido empossada na mesma
data. Portanto, pela vez primeira, Santa
Cruz, tinha um conselheiro, representando nossa cidade, no MTG.
Já nos primeiros meses de 1996,
conseguimos trazer para o nosso município, uma reunião do Conselho Diretor do
MTG, acontecida no CTG Laço Velho, cujo patrão era o advogado Milton Mohr.
Voltando
um pouco no tempo, aconteceu no mês de junho de 1995, uma Convenção
Tradicionalista na cidade de Canguçu e o vice coordenador da 5ª RT na época,
Armando Clóvis Gewher, juntamente com o Terra de Bravos CTG, cujo patrão era o
Altair Dorneles de Lima, o Tio Teco, assessorados pela Claudia Dias Forgiarini,
pediu, nesta Convenção, que Santa Cruz sediasse uma das macrorregionais do
Festival Gaúcho de Arte e Tradição (FEGART). O pedido foi aceito pelo MTG e a
ATS, recém fundada, assumiu os encargos da realização dessa Macro que aconteceu
em 1996.
Com isso,
o Rio Grande do Sul, começou a conhecer nossa potencialidade, a nossa pujança,
o espaço físico do Parque da Oktoberfest e o carinho do nosso povo, para com
seus visitantes. Isso também, despertou a atenção do novo presidente do MTG,
Dirceu Brizola, que sofria agruras, devido ao acanhado parque onde até então se
realizava o FEGART, bem como pelo pouco caso que o Poder Público Municipal
de Farroupilha, tinha com o evento.
Em 1997,
quando já estava tudo pronto naquela cidade para a realização do 12º Fegart,
houve o rompimento da parceria que havia entre a Prefeitura, O MTG e o IGTF. A Prefeitura
da cidade de Farroupilha não tinha mais interesse em realizar o Festival, da
forma como estava acontecendo. Despesa de mais ou menos 90.000,00 todo o ano,
inviabilizavam o evento.
Então, a
diretoria do MTG recorreu a nós, que trouxemos o pedido para a Prefeitura de
Santa Cruz, para ver do interesse na realização do mesmo. O prefeito Sérgio
Ivan Moraes, juntamente com a ATS, depois de muitas negociações, resolveu
assumir o evento.
A Secretaria
Municipal de Turismo Esportes e Lazer, era o principal setor municipal envolvido. Com R$ 30.000,00 cedidos à ATS, começou então, já na metade do ano a realizar o
evento. Diga-se de passagem que, estes 30 mil reais, eram uma promessa de
campanha do Prefeito Sérgio, aos CTGs da cidade.
Era presidente da ATS, o amigo
Armando Gewher. Estávamos preparando, desde o início do ano, o 43º Congresso
Tradicionalista do Rio Grande do Sul, que em janeiro desse mesmo ano fomos pleitear
na cidade de Santo Augusto, no Congresso anterior (janeiro de 1997).
Com o aval do Prefeito, que se
fez representar nesse Congresso, pelo então secretário de Turismo, Elton
Griebeler, buscamos a aprovação para sediar, pela primeira vez, um Congresso
Tradicionalista em nossa cidade, cuja realização aconteceria em Janeiro de
1998. Imaginem todo o trabalho que teve a ATS para preparar esses dois grandes eventos
no mesmo ano. O Armando que me ajudava na preparação do Congresso, já que fui
eleito presidente da Comissão Executiva do mesmo, ficou encarregado de preparar
também o Fegart.
O festival aconteceu no final do mês de
outubro de 1997 e o Congresso no início do ano de 1998. Faço, um parênteses pra
dizer que, havia mais uma vaga para suplente no Conselho Diretor do MTG e o Coordenador
da época, meu amigo Vorni Prestes, indicou o Armando para esta vaga e nesse
mesmo Congresso, o Armando foi eleito suplente, bem como ele já tinha sido indicado
para ser o 2º vice-presidente do Congresso. Agora, tínhamos dois representantes
no egrégio Conselho Diretor do MTG.
É importante
frisar também, que neste Congresso, foi rompida uma parceria que existia há
muitos anos, para a realização do FEGART, com o Instituto Gaúcho de Tradição e
Folclore, IGTF, que era encarregado da parte técnica do Festival, fixando
parceria agora definitiva, entre o MTG, a ATS e a Prefeitura de Santa Cruz do
Sul.
Pois bem,
o 12º FEGART, o primeiro realizado em Santa Cruz, foi um sucesso. A bem da
verdade, funcionava da seguinte forma. Todo o evento, era realizado por nossa
cidade, ou seja, pela ATS. Despesas ou
possíveis lucros que, até este data, não havia, porque era só déficit, eram por
nossa conta. Como disse anteriormente, o município repassava R$ 30.000,00 para a
ATS e ela fazia o resto.
As despesas realmente eram
grandes e para não termos prejuízos, começamos a cobrar ingressos a preços
módicos e alugar espaços. Com isso conseguimos superar as expectativas e já em
1998 na nossa segunda edição, (13º FEGART) colocamos um automóvel pra sortear a
quem pagasse ingresso.
O
sucesso do festival despertou a cobiça dos antigos “donos” que se arvoraram
para conseguir de volta o FEGART. No ano de 1999, assumimos novamente a presidência
da ATS e na metade do ano, quando o presidente do MTG era o tradicionalista
Jair Lima, tendo como vice-presidente administrativo, Manoelito Carlos Savaris,
a Prefeitura de Farroupilha, conseguiu uma liminar avocando o nome FEGART, como
propriedade sua, contra a Prefeitura de Santa Cruz e o MTG.
Foi uma correria novamente, com
deslocamentos semanais a Porto Alegre e vice-versa, com a presença do Prefeito,
da Procuradoria Geral do Município, através da Dra. Maria Eliana Noronha da
Rosa, e nós, representando a ATS para juntamente com a Diretoria do MTG, resolver
o impasse.
Enquanto
na justiça se discutia o mérito da questão, foi feita uma pesquisa em todo o
Estado tentando viabilizar um novo nome para o Festival, que por sinal, já
estava com o material todo pronto com o nome de Fegart. Tudo tinha que ser
refeito.
Numa reunião
histórica realizado no MTG em Porto Alegre, no dia 2 de Agosto de 1999, 56
sugestões foram estudadas e o nome, que nós propusemos, com o aval da
Prefeitura Municipal, foi o escolhido e aprovado pela comissão especialmente
convocada para este fim.
O estudo,
feito por nós, objetivou retirar-se um pouco da competitividade, substituindo
o nome “Festival” pelo de “Encontro” entre tradicionalistas, onde a fraternidade
fosse o imperativo.
A partir de então, chamar-se-ia “ENART”,
Encontro de Artes e Tradição Gaúcha, até que fosse cassada a liminar da
Prefeitura de Farroupilha. Santa Cruz do Sul, ganhava mais uma batalha e, em
novembro de 1999, realizava-se o 1º ENART, agora marca registrada de nossa
cidade que, firmava-se como polo cultural e artístico do Brasil.
Registramos também, que foi
cassada a liminar de Farroupilha sobre o nome FEGART. Porém, o MTG, a ATS e a
Prefeitura de Santa Cruz, optaram por não mais mudar o nome.
Também é
importante ressaltar que, desde a assunção da nova diretoria do MTG em 1999,
foi mudada a sistemática para a realização do evento. Até a data acima
referida, a ATS com a ajuda da Prefeitura Municipal, preparava tudo. O MTG
recebia pronta toda a estrutura e não participava, nem de lucros, nem de prejuízos,
como já frisei em parágrafo anterior, como acontecera por 11 anos, na cidade de
Farroupilha.
Portanto,
a partir de 1999, o MTG passou a ser parceiro em tudo, inclusive nas reuniões preparatórias,
para a organização do evento, em todas as suas fases. Aí, começou a aparecer a
mente privilegiada, do então vice-presidente do MTG, Manoelito Savaris, que
inclusive, participou de todas as reuniões.
Ao invés do 14º FEGART, tivemos o
1º ENART e as Macrorregionais foram substituídas por Inter-regionais.
Inferindo,
neste pequeno histórico, queremos resgatar um pouco da história deste grande
evento, que se solidifica cada vez mais em nosso município, levando seu nome
para o todo o Planeta.