CORPO: INSTRUMENTO DO
ESPÍRITO>
Questões para debate
1. Utilizada por Jesus, a expressão “a carne é
fraca” é correta ou não passa de um equívoco?
2. Como o Espiritismo sugere que cuidemos do nosso
corpo material?
3. A proposta contida na velha máxima “mente sã
em corpo são” deve ser interpretada de que modo?
4. A falta de cuidados com o próprio corpo pode
acarretar consequências desagradáveis?
5. Por que, após haver examinado André
Luiz, o médico Henrique de Luna, da colônia espiritual “Nosso Lar”, afirmou que
André desencarnara devido a um suicídio? André foi suicida?
Macerar o próprio corpo não
produz perfeição moral
1. Utilizada certa vez por Jesus, como podemos ler
nos textos evangélicos, a expressão “a carne é fraca” tem sido repetida por
pessoas que certamente atribuem ao corpo físico as atitudes infelizes e, por
extensão, as quedas morais dos seres humanos. Provavelmente, outra não é a
razão pela qual existem criaturas que procuram enfraquecer e mesmo flagelar o
corpo, com o propósito de evitar as tentações.
2. A maceração do corpo, contudo, não produz nem
significa perfeição moral porque, evidentemente, uma não leva à outra. O que se
sabe é que o cuidado com o corpo material, promovendo a saúde e prevenindo as
enfermidades, influi de maneira importante sobre a alma, porquanto para que
essa prisioneira viva se expanda, e chegue a conceber as ilusões da
liberdade, tem o corpo de estar sadio, disposto, forte.
3. Com efeito, temos no corpo humano o mais sublime
dos santuários e uma das maravilhas da obra divina. Da cabeça aos pés, sentimos
a glória do Supremo Idealizador que, no curso incessante dos milênios,
organizou para o Espírito em crescimento o domicílio de carne em que a alma se
manifesta.
4. Não padece dúvida de que, isolado na concha
milagrosa do corpo, o Espírito se encontra reduzido em suas percepções a
limites que se fazem necessários. Visão, audição, tato padecem enormes
restrições. O cérebro físico é gabinete escuro, que lhe proporciona ensejo de
recapitular e reaprender. Conhecimentos adquiridos e hábitos arraigados aí jazem
na forma estática de intuições e tendências.
O corpo físico é o instrumento
passivo da alma
5. Dentro das grades dos sentidos fisiológicos, o
Espírito recebe, no entanto, gloriosas oportunidades de trabalho em busca da
autossuperação. Entendamos, pois: O corpo material é instrumento de
manifestação do Espírito encarnado. Não é ele – corpo – que é fraco no tocante
às quedas morais, mas sim o Espírito.
6. O corpo nada mais é que um instrumento passivo e
é de sua condição perfeita que depende a perfeita exteriorização das faculdades
do Espírito. Da cessação da atividade desse ou daquele centro orgânico resulta
o término da manifestação que lhe é correspondente. É daí que provém toda a
sabedoria da velha máxima “mente sã em corpo são”.
7. O corpo material não funciona apartado da alma –
ele é, em verdade, a sua representação. Suas células são organizadas segundo as
disposições perispirituais do indivíduo, de modo que o organismo doente retrata
um Espírito enfermo.
8. No que se refere ao “corpo são”, tem o atletismo
um papel importante e seria sua ação das mais edificantes no tocante à saúde
humana, se o homem em sua vaidade e egoísmo não houvesse viciado também a fonte
da ginástica e do esporte, transformando-a muitas vezes em tablado de
entronização da violência e do abastardamento moral da mocidade, iludida com a
força bruta e enganada pelos imperativos da chamada eugenia.
Não cuidar do corpo é desatender
a lei de Deus
9. O homem tem o dever de velar pela conservação do
seu corpo. É esta uma lei absoluta, que não lhe é dado
ab-rogar e, por esse motivo, não lhe assiste o direito de sacrificar ao
supérfluo os cuidados que o veículo físico reclama.
10. Devemos amar nossa alma, sim, cuidando
igualmente da saúde do corpo, instrumento que serve à evolução daquela.
Desatender às necessidades que a própria Natureza prescreve é desatender à lei
de Deus, e tal atitude gera efeitos inevitáveis, como André Luiz registrou em
sua primeira obra.
11. Quando André, após ser examinado por Henrique
de Luna, escutou-o a dizer-lhe que lamentava tivesse “vindo pelo suicídio”,
André protestou: "Lutei mais de quarenta dias,
na Casa de Saúde, tentando vencer a morte. Sofri duas operações graves, devido
a oclusão intestinal..." O médico espiritual explicou-lhe então que a
oclusão radicava-se em causas profundas. "Talvez o amigo não tenha
ponderado bastante. O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história
completa das ações praticadas no mundo", explicou-lhe Henrique. (Nosso
Lar, cap. 4, p. 31 e 32.)
12. A oclusão – observou em seguida o
facultativo – derivava de elementos cancerosos e estes, por sua vez, de algumas
leviandades cometidas por André no campo da sífilis. A moléstia talvez não assumisse
características tão graves se seu procedimento mental no planeta estivesse
enquadrado nos princípios da fraternidade e da temperança. Seu modo especial de
agir, muita vez exasperado e sombrio, captara destruidoras vibrações nos que o
rodeavam. A cólera é manancial de forças negativas para nós mesmos. A ausência
de autodomínio, a inadvertência no trato com as pessoas, a quem muitas vezes
ofendera sem refletir, conduziam-no com frequência à esfera dos seres doentes e
inferiores. Foi isso que agravou o seu estado. Todo o aparelho gástrico fora
destruído à custa de excessos de alimentação e de bebidas alcoólicas; a sífilis
devorou-lhe energias essenciais; o suicídio era incontestável. (Obra citada,
cap. 4, pp. 32 e 33.)
Respostas
às questões propostas
1. Utilizada por Jesus, a expressão “a carne é
fraca” é correta ou não passa de um equívoco?
A frase usada por Jesus não tem o
sentido que alguns lhe atribuem. Ora, o corpo físico não é responsável pelas
atitudes infelizes e pelas quedas morais do indivíduo. O Mestre referia-se,
obviamente, à condição do Espírito reencarnado, que sofre muito a influência do
meio em que vive e as restrições que a encarnação lhe impõe.
2. Como o Espiritismo sugere que cuidemos do nosso
corpo material?
Temos o dever de velar pela conservação
do corpo. É esta uma lei absoluta, que não é dado ao homem ab-rogar e, por esse
motivo, não lhe assiste o direito de sacrificar ao supérfluo os cuidados que o
veículo físico reclama. Devemos amar nossa alma, sim, cuidando igualmente da
saúde do corpo, instrumento que serve à evolução daquela.
3. A proposta contida na velha máxima “mente sã
em corpo são” deve ser interpretada de que modo?
O corpo nada mais é que um instrumento
passivo e é de sua condição perfeita que depende a perfeita exteriorização das
faculdades do Espírito. Da cessação da atividade desse ou daquele centro
orgânico resulta o término da manifestação que lhe é correspondente. O corpo
material não funciona apartado da alma – ele é, em verdade, a sua
representação. Suas células são organizadas segundo as disposições
perispirituais do indivíduo, de modo que o organismo doente retrata um Espírito
enfermo.
4. A falta de cuidados com o próprio corpo pode
acarretar consequências desagradáveis?
Sim. Desatender às necessidades que a
Natureza prescreve é desatender à lei de Deus, e tal atitude gera efeitos
desagradáveis.
5. Por que, após haver examinado André
Luiz, o médico Henrique de Luna, da colônia espiritual “Nosso Lar”, afirmou que
André desencarnara devido a um suicídio? André foi suicida?
Sim. Algumas leviandades cometidas por
André Luiz no campo da sífilis, seu modo especial de agir, muita vez exasperado
e sombrio, a ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com as pessoas,
a quem muitas vezes ofendera sem refletir, conduziam-no com frequência à esfera
dos seres doentes e inferiores. Todo o aparelho gástrico fora destruído à custa
de excessos de alimentação e de bebidas alcoólicas; a sífilis devorou-lhe
energias essenciais; seu suicídio, embora não consciente, fora incontestável.
Bibliografia:
O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. XVII, item
11.
Elucidações evangélicas, de Antônio Luiz Sayão, p. 459.
O Consolador, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido
Xavier, questão no 127.
Emmanuel, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido
Xavier, p. 184.
Livro da Esperança, de Emmanuel, psicografado por
Francisco Cândido Xavier, p. 49.
Roteiro, de Emmanuel, psicografado por Francisco cândido
Xavier.