quarta-feira, 30 de julho de 2014


                                                           O Tropeiro José Altivo.

                Um tarca deste Rio Grande que marcou a pata de cavalo as estradas desta terra, estaria de aniversário no mês de julho. Nascido em 29 de julho de 1889 e partido para a Pátria espiritual em 28 de julho de 1968, ele deixou uma marca indelével de conhecimento e sabedoria nos vários setores da vida cotidiana.

                Nasceu tropeando, viveu tropeando e em cima do lombo do cavalo conheceu a querência. De Rio Pardo, sua cidade natal, até Soledade, fazia sua principal rota de tropas. Como fazia Rafael pinto Bandeira, também conhecia palma-a-palmo os atalhos dos caminhos e descaminhos, das coxilhas e canhadas por onde atravessava e ao simples odor da relva molhada sabia, na noite mais escura, onde se encontrava...

As árvores e jujo conhecia no simples olhar e sabia fazer os chás necessários para qualquer mal. na benzedura era um doutor e seu conhecimento empírico levou para muitos dos seus. Aprendeu homeopatia e juntamente com sua esposa Maria Eufrásia eram os únicos que, com sua botica, “receitavam” os remédios. Médicos não haviam por perto.

                Depois de muitas andanças aquerenciou-se em Passo da Laje interior de Barros Cassal, onde teve uma vasta prole, hoje espalhadas por este Rio Grande afora.

                Os novos horizontes abertos pelo seu Pereira, tio José, Tio Juca, Zé Pereira, serviram de parâmetro a toda uma nova geração, que hoje ainda se ligam a ele, pelo exemplo deixado e em Santa Cruz do Sul, fincou o esteio do primeiro pilar do tradicionalismo, cravado no seio desta comunidade ordeira e trabalhadora.

                O legado desta figura impar, por certo está gravado no frontispício das mentes das pessoas esclarecidas e que o conheceram, ou ouviram contar, de suas proezas como personagem imponente, comandando com seu jeito alegre e sincero, paciente e firme, toda uma plêiade ansiosa por ouvir sua palavra, que inspirava confiança, acalmava e transmitia ponderabilidade.

                O Universo o levou para a sua Pátria e nós no resgate à sua memória inesquecível, talvez para lembrar àqueles que esquecem o passado, relegando a figura dos nossos avoengos, a peças de museu, a planos secundários, olvidando seus feitos, é que volvemos os nossos olhos, na esperança de ainda o encontrar com seu sorriso amável, sua voz macia, com toda sua sapiência pra dizer-lhe papai... Nós ainda o amamos e na reverência da tua importância como ser humano, ainda dizemos... Que saudades!

quarta-feira, 23 de julho de 2014


                                                                     OS AÇORIANOS!

                Havendo exuberância de população nas ilhas dos Açores e Madeira, o governo Português deliberou mandar até 4000 casais de aquelas ilhas estabelecerem-se ao sul do Brasil, mediante vantagens especiais.

Cada casal teria um quarto de légua de campo para cultivar. Seriam todos distribuídos em arranchamentos ou povoações de 60 casais, edificando as suas moradas de modo que formassem o núcleo de futuras cidades.

                A metrópole, além do transporte, se daria também uma ajuda de custo em dinheiro e seriam fornecidas, ferramentas.

                Diz a tradição que os primeiros casais vindos dos Açores e da Madeira dirigiram-se para a Capela Grande, onde assentaram os seus arranchamentos. Situada em lugar central, a nascente povoação tinha necessidade de um porto pra desenvolver o seu comércio futuro.

                Dirigiram-se então 60 casais para as proximidades do Guaíba e estabeleceram-se no Morro de Santana. Este povoado ficou sendo considerado o Porto de Viamão e dele dependendo. Mais tarde, passou a chamar-se Capela de São Francisco do Porto dos Casais.

                Em 1742 acontece a fundação do Porto dos Casais. Antes da vinda dos casais, o atual território de Porto Alegre era habitado por algumas tribos de índios espalhadas pelo morro de Santana e adjacências, Moinhos de Vento, Passo da Areia, Várzea do Gravataí, etc. Dedicavam-se à plantação de mandioca e inhame.

                Foram 60 casais, portanto, os primeiros habitantes brancos de Porto Alegre, troncos da futura população.

                Seduzidos, pela amenidade do sítio, vieram a estabelecerem-se na área limitada pelo litoral do Guaíba e da Rua Vasco Alves.

                As suas rústicas moradas eram ranchos de taipa com cobertura de capim ou alguma tosca habitação de madeira.

                E assim, nasce Porto Alegre, a capital dos Rio-grandenses.

quinta-feira, 17 de julho de 2014


                                       COMEÇO DA COLONIZAÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL.

                O presídio de Rio Grande, primeira fundação em nosso estado em 19 de fevereiro de 1737, foi logo se desenvolvendo com o estabelecimento de famílias vindas do Rio de Janeiro e de Santa Catarina. Colocado em meio caminho da Colônia do Sacramento, era ponto obrigatório para refresco das expedições que para lá se dirigiam por mar e das que por terra iam comerciar com a Colônia.

                Também moradores do território de Santa Catarina encaminharam-se para o sul, formando os primitivos centros de população. Em 1740, começa a formação do povoado de Santo Antonio da Guarda Velha.  (hoje Santo Antonio da Patrulha). A sua origem, crê-se ter sido uma guarda ou registro, ali estabelecido, para regular o comércio com a Colônia.

                Com o correr do tempo a ela agregaram-se companheiros de expedição de João de Magalhães, aos quais se deve o desenvolvimento do incipiente povoado.

                Em 1741, é fundado o povoado da Capela Grande. Presume-se que Francisco Carvalho da Cunha, sendo um dos companheiros de João de Magalhães, na exploração do território do Rio Grande do Sul, formara o estabelecimento que denominou Estância Grande, onde erigiu uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição.

                Logo para ali afluíram moradores dos vizinhos Campos de Viamão, então pertencentes ao distrito de Laguna. A povoação foi crescendo. Tratou-se da construção de uma igreja e foi ainda Carvalho da Cunha quem doou para o seu patrimônio, uma légua de campo e muitos animais vacuns e cavalares, conforme escritura pública, lavrada em Laguna, no dia 26 de abril de 1746.

                Segundo uma antiga legenda, o nome da nascente povoação teve a seguinte origem: dali, de uma daquelas alturas, avista-se os cinco rios que se vem lançar no Guaíba, figurando os dedos de uma gigantesca mão espalmada. Da frase, vi a mão, parece ter-se derivado o nome da povoação que ficou sendo a Capela Grande de Viamão, hoje tão somente, Viamão.

(pesquisa de A.G.Lima, 1916)

quarta-feira, 16 de julho de 2014

                              INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICA!

          Numa democracia precisamos de 3 poderes fortes e independentes. Já vivemos no Brasil, em época remota a anarquia, e ela não foi boa. Já imaginaram um judiciário sem juízes, um legislativo fraco, o que seria da verdadeira democracia... O povo precisa valorizar as nossas instituições e não denegri-las. Afinal elas, queiramos ou não, nos representam. Portanto, coloquemos homens bons nos cargos políticos e vamos dar vivas ao governo, do povo para o povo,...Isto sim, é democracia...
                                                      SÍMBOLOS FARRAPOS!

          Símbolos Farroupilhas. O maior deles é a Bandeira. O quadrilátero central, em vermelho, é a cor republicana, herdada da Revolução Francesa. O verde, o mesmo da Bandeira do Brasil, representa a casa de Bragança, que pertencia D Pedro l. Amarelo, tambem da Bandeira do Brasil, vem da Casa de Lorena, pertencia a Dona Leopoldina, esposa de D Pedro. O escudo, com barreto frígio, emblema da república e da liberdade, é inspirado nos ideiais franceses de 1789. Também havia o lenço farroupilha, vermelho, com 2 pontas soltas as costas, o nó sobre o peito, mostrava a identidade política, republicana de quem usava.

quinta-feira, 10 de julho de 2014


                                       IMIGRAÇÃO ALEMÃ NO RIO GRANDE DO SUL!

                O rei D. João VI percebera que o sistema rural brasileiro, baseado na grande propriedade, na monocultura de exportação e no trabalho escravo, estava a exigir modificações que assegurassem o desenvolvimento do país. Uma das medidas de maior alcance seria a vinda de colonos europeus para exercerem um trabalho livre em pequenos lotes rurais. Os efeitos seriam múltiplos: gradativa diminuição da assustadora porcentagem de escravos na população, abertura de condições para o surgimento de uma classe média, um novo estímulo ao comércio e à indústria, progressivo desestímulo ao tráfico negreiro, etc., com repercussão inclusive na esfera militar, pela formação de um exército que garantisse a segurança interna e servisse à política expansionista no Prata. Aos colonos europeus que quisessem se estabelecer no Brasil foi oferecida uma série de vantagens, desde a gratuidade no transporte, a doação de um lote rural, instrumentos de trabalho, sementes, ajuda em dinheiro para os primeiros anos, até assistência médica e religiosa.

                Essa política de colonização não sofreu alterações quando, em 1822 o Brasil se tornou independente. O jovem Imperador D. Pedro I adotou as mesmas diretrizes iniciadas pelo Pai e sua obra de maior importância foi o estabelecimento da Colônia de São Leopoldo, na Província do Rio grande em 1824.

                Ao convite brasileiro, sugerido pela Imperial Princesa Dona Leopoldina, são os agricultores alemães que vem para essa colônia. Foram recrutados pelo major Jorge Antônio Schaeffer e deveriam ocupar as terras da Imperial Feitoria do Linho Cânhamo, recém-extinta (31 de março de 1824). Para atraí-los mais facilmente, Schaeffer oferecera-lhes condições extremante favoráveis: viajariam as expensas do Império brasileiro, seriam logo naturalizados e gozariam da liberdade de culto. Tais promessas, aliadas condições socioeconômicas desfavoráveis na Europa, levaram muita gente a procurar uma nova pátria.

                A primeira leva de imigrantes, composta de 38 pessoas, foi recepcionada no Rio de Janeiro pelo Imperador e Imperatriz. Não menos festiva foi a sua chegada em Porto Alegre, a 18 de Julho de 1824, com as honras prestadas pelo Presidente da Província, José Feliciano Fernandes Pinheiro.

                Os colonos chegaram no dia 25 de julho a seu destino: Porto das Telhas, no lugar chamado Faxinal do Courita, à margem esquerda do rio dos Sinos. O feitor José Tomás de Lima os acolheu, em nome do Governo Imperial e os alojou nas dependências da Real Feitoria do Linho Cânhamo.

                Com a organização desse primeiro núcleo europeu, retomava-se a histórica linha de desenvolvimento agrícola iniciada na província pelos casais açorianos. Os imigrantes aumentariam as áreas agricultáveis já existentes no Rio Grande do Sul. Mas, além disso, poderiam se dedicar também ao artesanato e à indústria. A maioria dos imigrantes se constituía de agricultores que eram ao mesmo tempo artífices e isto contribuiu decisivamente para a edificação e desenvolvimento comunal da primeira povoação.

                Não foram fáceis os primeiros anos. Entre as dificuldades encontradas, a começar pelas novas condições geográficas e climáticas, houve demora na demarcação dos lotes e empecilhos constitucionais para cumprimento da naturalização mediata e da liberdade de culto, prometidas por Schaeffer. Mesmo assim, o núcleo à margem do Sinos progrediu rapidamente graças ao empenho do Dr. José Feliciano Fernandes Pinheiro (futuro Visconde de São Leopoldo), presidente da Província, José Tomás de Lima, inspetor da nascente colônia e Dr. João Daniel Hillebrand, imigrante médico, que ali veio a ocupar todos os postos de relevo e confiança; e graças à união, à capacidade de ajudar-se, que animava os colonos em face das asperezas do novo mundo que se abria diante de seus olhos.

                 A colonização alemã, que a princípio se estabelecera em São Leopoldo foi espalhando-se pelos vales dos rios Sinos, Caí, Taquari, Jacuí e Pardo. Todavia, ao subirem as encostas do Planalto os alemães raramente ultrapassaram a altitude de 300 metros, espaço este que seria ocupado posteriormente pelos imigrantes italianos.

                Cumpre observar que os imigrantes hoje rotulados genericamente como “alemães” constituíam, na verdade um mosaico de etnias: eram germanos, eslavos germanizados, galos germanizados, eslavos germanizados, romanos germanizados e provinham de uma região politicamente esfacelada em dezenas de pequenos condados e principados. Seus descendentes somam hoje milhões de habitantes, integrados definitivamente, pela fusão de hábitos e experiências, com as demais correntes imigratórias do Rio Grande do Sul.

 

(Pesquisa: Becker, Klaus- álbum oficial do sesquicentenário da imigração alemã; Lazzari, Beatriz Maria. Imigração e Ideologia; Manfroi, Olivio. A colonização Italiana no Rio Grande do Sul; Muller, Telmo Lauro. São Leopoldo, Berço da Colonização; Roche, Jean. A Colonização Alemã e o Rio Grande doSul).

quarta-feira, 2 de julho de 2014

                     Afinal, a mente está situada no cérebro?
 
          André Luiz, no livro "Evolução em Dois Mundos", nos dá notícia de que a mente é envolvida por um corpo especial, à parte do perispírito, que denominou "corpo mental". 
          Assim como o perispírito serve como envoltório do espírito, o corpo mental é o envoltório da mente. Aos três elementos constitutivos do homem - espírito, perispírito e corpo de carne - André Luiz, em mais um passo na complementação da terceira revelação, acrescenta um quarto: o corpo mental. 
          Embora afirme que esse corpo mental ainda não possa ser melhor conceituado, por falta de terminologia na linguagem terrena, esclarece o Autor espiritual que o corpo mental preside a formação do perispírito, do mesmo modo que este preside a formação do corpo físico.
          A mente é, assim, a usina geradora da vontade do espírito. Por seu intermédio, o espírito produz uma força inteligente,  que podemos chamar de "idéia", que ganha forma e direção através do pensamento. 
          Por esse motivo, assume papel de  fundamental importância nas manifestações mediúnicas, para as quais serve de base. Conforme a natureza da idéia que exterioriza, através do pensamento, será a qualidade do espírito atraído pelo medianeiro.
          Por força da lei de afinidade,  o médium atrai para si espíritos com os quais se identifica pela natureza de seus pensamentos. Isto se aplica tanto no  aspecto moral como intelectual. 
          Um médium que tenha um sistema de vida pouco afeito aos bons costumes e á pratica  do bem atrairá espíritos do mesmo modo perseverantes nos maus hábitos e na prática do mal. Aquele que convive com  os bons hábitos e se dedica ao bem, ao contrário destes últimos, trará para o seu campo mental espíritos igualmente dedicados a atos e pensamentos edificantes.
          O mesmo se dá com relação ao valor intelectual da comunicação. Conforme explicou o Instrutor Albério, um espírito  sábio não poderá se comunicar através de um médium inculto senão para assuntos triviais, de que este tenha  conhecimento.
          Nesse caso, campo mental receptivo não estaria capacitado para pensamentos mais complexos que  aqueles com os quais convive.Por outro lado, um espírito com pouca evolução intelectual não poderia transmitir, mesmo através de um médium sábio, mais do que o pouco que conhece.
 
                                  
 
                                             
             
                                   

                        CORPO: INSTRUMENTO DO ESPÍRITO>

                        Questões para debate

1. Utilizada por Jesus, a expressão “a carne é fraca” é correta ou não passa de um equívoco?

2. Como o Espiritismo sugere que cuidemos do nosso corpo material?

3. A proposta contida na velha máxima “mente sã em corpo são” deve ser interpretada de que modo?

4. A falta de cuidados com o próprio corpo pode acarretar consequências desagradáveis?

5. Por que, após haver examinado André Luiz, o médico Henrique de Luna, da colônia espiritual “Nosso Lar”, afirmou que André desencarnara devido a um suicídio? André foi suicida? 

Macerar o próprio corpo não produz perfeição moral 

1. Utilizada certa vez por Jesus, como podemos ler nos textos evangélicos, a expressão “a carne é fraca” tem sido repetida por pessoas que certamente atribuem ao corpo físico as atitudes infelizes e, por extensão, as quedas morais dos seres humanos. Provavelmente, outra não é a razão pela qual existem criaturas que procuram enfraquecer e mesmo flagelar o corpo, com o propósito de evitar as tentações. 

2. A maceração do corpo, contudo, não produz nem significa perfeição moral porque, evidentemente, uma não leva à outra. O que se sabe é que o cuidado com o corpo material, promovendo a saúde e prevenindo as enfermidades, influi de maneira importante sobre a alma, porquanto para que essa prisioneira viva se expanda, e chegue a conceber as ilusões da liberdade, tem o corpo de estar sadio, disposto, forte. 

3. Com efeito, temos no corpo humano o mais sublime dos santuários e uma das maravilhas da obra divina. Da cabeça aos pés, sentimos a glória do Supremo Idealizador que, no curso incessante dos milênios, organizou para o Espírito em crescimento o domicílio de carne em que a alma se manifesta. 

4. Não padece dúvida de que, isolado na concha milagrosa do corpo, o Espírito se encontra reduzido em suas percepções a limites que se fazem necessários. Visão, audição, tato padecem enormes restrições. O cérebro físico é gabinete escuro, que lhe proporciona ensejo de recapitular e reaprender. Conhecimentos adquiridos e hábitos arraigados aí jazem na forma estática de intuições e tendências. 

O corpo físico é o instrumento passivo da alma 

5. Dentro das grades dos sentidos fisiológicos, o Espírito recebe, no entanto, gloriosas oportunidades de trabalho em busca da autossuperação. Entendamos, pois: O corpo material é instrumento de manifestação do Espírito encarnado. Não é ele – corpo – que é fraco no tocante às quedas morais, mas sim o Espírito. 

6. O corpo nada mais é que um instrumento passivo e é de sua condição perfeita que depende a perfeita exteriorização das faculdades do Espírito. Da cessação da atividade desse ou daquele centro orgânico resulta o término da manifestação que lhe é correspondente. É daí que provém toda a sabedoria da velha máxima “mente sã em corpo são”. 

7. O corpo material não funciona apartado da alma – ele é, em verdade, a sua representação. Suas células são organizadas segundo as disposições perispirituais do indivíduo, de modo que o organismo doente retrata um Espírito enfermo.  

8. No que se refere ao “corpo são”, tem o atletismo um papel importante e seria sua ação das mais edificantes no tocante à saúde humana, se o homem em sua vaidade e egoísmo não houvesse viciado também a fonte da ginástica e do esporte, transformando-a muitas vezes em tablado de entronização da violência e do abastardamento moral da mocidade, iludida com a força bruta e enganada pelos imperativos da chamada eugenia.   

Não cuidar do corpo é desatender a lei de Deus 

9. O homem tem o dever de velar pela conservação do seu corpo. É esta uma lei absoluta, que não lhe é dado ab-rogar e, por esse motivo, não lhe assiste o direito de sacrificar ao supérfluo os cuidados que o veículo físico reclama. 

10. Devemos amar nossa alma, sim, cuidando igualmente da saúde do corpo, instrumento que serve à evolução daquela. Desatender às necessidades que a própria Natureza prescreve é desatender à lei de Deus, e tal atitude gera efeitos inevitáveis, como André Luiz registrou em sua primeira obra. 

11. Quando André, após ser examinado por Henrique de Luna, escutou-o a dizer-lhe que lamentava tivesse “vindo pelo suicídio”, André protestou: "Lutei mais de quarenta dias, na Casa de Saúde, tentando vencer a morte. Sofri duas operações graves, devido a oclusão intestinal..." O médico espiritual explicou-lhe então que a oclusão radicava-se em causas profundas. "Talvez o amigo não tenha ponderado bastante. O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo", explicou-lhe Henrique. (Nosso Lar, cap. 4, p. 31 e 32.) 

12. A oclusão – observou em seguida o facultativo – derivava de elementos cancerosos e estes, por sua vez, de algumas leviandades cometidas por André no campo da sífilis. A moléstia talvez não assumisse características tão graves se seu procedimento mental no planeta estivesse enquadrado nos princípios da fraternidade e da temperança. Seu modo especial de agir, muita vez exasperado e sombrio, captara destruidoras vibrações nos que o rodeavam. A cólera é manancial de forças negativas para nós mesmos. A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com as pessoas, a quem muitas vezes ofendera sem refletir, conduziam-no com frequência à esfera dos seres doentes e inferiores. Foi isso que agravou o seu estado. Todo o aparelho gástrico fora destruído à custa de excessos de alimentação e de bebidas alcoólicas; a sífilis devorou-lhe energias essenciais; o suicídio era incontestável. (Obra citada, cap. 4, pp. 32 e 33.) 

Respostas às questões propostas 

1. Utilizada por Jesus, a expressão “a carne é fraca” é correta ou não passa de um equívoco? 

A frase usada por Jesus não tem o sentido que alguns lhe atribuem. Ora, o corpo físico não é responsável pelas atitudes infelizes e pelas quedas morais do indivíduo. O Mestre referia-se, obviamente, à condição do Espírito reencarnado, que sofre muito a influência do meio em que vive e as restrições que a encarnação lhe impõe. 

2. Como o Espiritismo sugere que cuidemos do nosso corpo material? 

Temos o dever de velar pela conservação do corpo. É esta uma lei absoluta, que não é dado ao homem ab-rogar e, por esse motivo, não lhe assiste o direito de sacrificar ao supérfluo os cuidados que o veículo físico reclama. Devemos amar nossa alma, sim, cuidando igualmente da saúde do corpo, instrumento que serve à evolução daquela.  

3. A proposta contida na velha máxima “mente sã em corpo são” deve ser interpretada de que modo? 

O corpo nada mais é que um instrumento passivo e é de sua condição perfeita que depende a perfeita exteriorização das faculdades do Espírito. Da cessação da atividade desse ou daquele centro orgânico resulta o término da manifestação que lhe é correspondente. O corpo material não funciona apartado da alma – ele é, em verdade, a sua representação. Suas células são organizadas segundo as disposições perispirituais do indivíduo, de modo que o organismo doente retrata um Espírito enfermo.  

4. A falta de cuidados com o próprio corpo pode acarretar consequências desagradáveis? 

Sim. Desatender às necessidades que a Natureza prescreve é desatender à lei de Deus, e tal atitude gera efeitos desagradáveis. 

5. Por que, após haver examinado André Luiz, o médico Henrique de Luna, da colônia espiritual “Nosso Lar”, afirmou que André desencarnara devido a um suicídio? André foi suicida? 

Sim. Algumas leviandades cometidas por André Luiz no campo da sífilis, seu modo especial de agir, muita vez exasperado e sombrio, a ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com as pessoas, a quem muitas vezes ofendera sem refletir, conduziam-no com frequência à esfera dos seres doentes e inferiores. Todo o aparelho gástrico fora destruído à custa de excessos de alimentação e de bebidas alcoólicas; a sífilis devorou-lhe energias essenciais; seu suicídio, embora não consciente, fora incontestável.  

 

Bibliografia

O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. XVII, item 11.

Elucidações evangélicas, de Antônio Luiz Sayão, p. 459.

O Consolador, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, questão no 127.

Emmanuel, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, p. 184.

Livro da Esperança, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, p. 49.

Roteiro, de Emmanuel, psicografado por Francisco cândido Xavier.