quinta-feira, 28 de abril de 2016

                                                      NO LIMIAR DOS TEMPOS!

                No descambar do sol, desanuviando a mente, no cabedal de conhecimentos empíricos adquiridos ao longo da existência no orbe que me acolheu, angustia-me ver a humanidade, vagueando sem rumo, tateando na escuridão do fosso negro em que se embretou.
                Tanto desatino, tanta estupidez, tanta ganância, quando o caminho é mais simples e sem pressa, se chega ao desiderato proposto.
                Portanto, que possamos ouvir mais o som interior do silêncio, que nos trás reflexões da verdadeira voz que nos clama paciência e amorável cumplicidade, nos gorjeios de harpas que são ouvidas, por quem tem ouvidos para ouvir!
                Que não sucumbamos, no covil dos lobos famintos do sangue de inocentes, num redil de infâmias e iniquidades e sim subamos aos requintes do saber glorioso, da constante alma enobrecida, nos valores da sua essência, que ninguém pode usurpar!
                A conspiciência não mais prevalecerá na incontinência daqueles que ainda estão mergulhados no orgulho e egoísmo, chagas que enodoam a humanidade, que serão extirpadas e colocadas em seu lugar, a firmeza de propósitos no bem universal.
                Será apanágio nos novos tempos, a docilidade de palavras e gestos, intercambiando virtudes num sufrágio de bendizentes ternuras, onde os amplexos serão mais fraternais e uma onda magistral de emoções infrenes, varrerá todo e qualquer resquício de inferioridade, que não grassará mais no planeta azul!

                ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, toninhopds; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

sexta-feira, 22 de abril de 2016

                                                              MANANCIAL!


                Canto o meu pago, um canto de raiz, do fundo da chucreza de hábitos ancestrais.
Um povo que se fez a ferro e fogo não pode perder-se em vãs filosofias de globalizantes atualidades em aturdidas convulsões, nas dicotomias extenuantes na invernada existencial.
                O indomável coração, têmpera forjada em tempos imemoriais, que não se maneava, no laço de doze braças, na pontaria certeira do braço exímio, segue o prumo do destino traçado, na maioridade atingida no decorrer de eras, solidificando ações no infindável passar dos tempos.
                Ao raiar de outro dia, no tinir das esporas nazarenas, sentindo a flexilha e o orvalho nas coxilhas e canhadas das plagas nativas, firmo o tranco porque sei que minha voz será ouvida, como um grito do Sapucaí nas profundezas do continente sulino.
Na hodierna comparação do ontem e do hoje, o que parecia irreal, parece viável, porque não se perdem no ocaso de desilusões frementes.
                Ficam latentes, na expectativa, aguardando as visões do atalaia que, no seu quarto de ronda, acorda a alma gaúcha, para um novo despertar de horizontes nobres.
Num novo reponte, reúne o gado bravio num só potreiro, na obediência sistemática ao sinuelo na ponta, seguindo a jornada ao manancial das aguadas, dando de beber aos sedentos.  
Os perdidos ouvirão a chamada na clarinada do novo amanhecer, nascendo para uma nova vida, num chamado de renascimento de fulgurantes luzes, na esteira do conhecimento da chama votiva, na firmeza de um caráter imaculado e meticuloso.
Mato a sede neste manancial maravilhoso!

ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, toninhopds; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

quinta-feira, 14 de abril de 2016

OITÃO!

                Na sombra do oitão, vi nascer a vida, que se desenhava longínqua estampa, donde os olhos de piá via a natureza ainda pura, com verdejantes matas, com seu habitat ainda intocável pelas mãos dos homens.
Como eram belas! As coxilhas e canhadas, em soberbas paisagens plantadas pelas Mãos do Senhor do Universo.
Sonho particular, de ideais indestrutíveis, de um caráter moldado por ancestrais de lídima acepção atávica, de respeito a valores que passavam de pai para filho, numa corrente de amarras firmes como tronco de corumilha.
Os centauros eram reais e não imaginários. Eram avatares, que sobrepujavam todos os obstáculos que se apresentassem.
Os araganos, um dia voltavam à terra prometida, como filhos pródigos que um   dia desgarravam-se do poncho paternal.
Metaforicamente, é isso que sentimos nas luzes da cidade que atrai para tantos descaminhos, almas rudes que foram trazidas como mariposas de changas e changas, onde olhos perdidos veem seus filhos cortarem os elos da corrente de antanho, que ficaram nas remembranças de um tempo fugidio e que não volta atrás.
Até quando serão enganados pela factualidade de insensatezes desnorteantes onde o mundo troca de ponta num desdém de umbralinas sombras?
Os teatinos, não dobrarão a espinha e voltarão retemperados pela dura sina do aprendizado cabreiro.
   Embora, nas luzes de ribalta, voltarão ao fundo da invernada, laçando o gado   alçado que um dia perdeu-se no horizonte.
Sim, uma nova alvorada se lhe apresenta com um chamamento aquele sonho que ficara lá atrás, no velho oitão do casario onde nascera, onde um mate será cevado e compartilhado numa roda permanente de paz consciencial!
ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com; twitter, toninhopds).

quinta-feira, 7 de abril de 2016

                                                                MATUTANDO!


                No tisnar de cores, como um arco-íris de luminosidade indescritível, os olhos se enchem de lágrimas, aos constatar as maravilhas incomensuráveis da natureza divina que nos honra com fantásticas imagens, sem comparações ou parâmetros.
                Ah! Como é bela a paisagem Divinal que se nos apresenta. Tudo se encaixa sem rupturas, com perfeição e esta beleza, às vezes inescrutável, está à disposição das criaturas. Basta ter sensibilidade e olhos para vê-la.
                Nos recônditos da alma incontida, rumam desígnios muitas vezes inconfessáveis, no desiderato da contextualidade que deixam nossos sentidos avessos ao chamamento Maior.
                No terra a terra de inconfessos sentimentos que vendam nossas visões, as incomparáveis e verdejantes planuras que, por ora enternece nossa alma, estremecida pelo bafejo da organização perfeita e soberana, viceja ainda a temporalidade da nossa existência extemporânea!
                Sim, são lampejos dessa gloriosa realidade que, latente aguarda o momento do seu desabrochar definitivo, em canções de tonalidades ainda desconhecidas pela pequenez de nossa sensibilidade.
                Entretanto, corre em nossas veias, a chama que um dia vingará na compreensão de tudo, no despertar de uma nova gestação do Planeta em consonância linear, agora sim, na perfeita harmonia, na corrente intercambial do aprendizado constante e maturável da vida material e subjetiva, no cosmos em que estamos mergulhados!
                Pensemos nisso!

                  ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

         (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).