quinta-feira, 19 de abril de 2018


PROGRAMAS TELEVISIVOS!

                Fazendo uma analise dos programas televisivos no Brasil, verificamos aturdidos o nível em que estamos, em matéria da moral e dos bons costumes, ou isto também não é politicamente correto, haja vista o alto IBOPE que os tais alcançam.
                Qual a cultura que esses programas trazem à família brasileira? Ficar espiando pela fechadura o que fazem as pessoas dentro de uma casa? O que isso traz de bom às pessoas?
                Verificamos, na realidade um verdadeiro descalabro situando-se em que, o núcleo familiar está sendo desmoralizado. O que foi ensinado por nossos avoengos, relegados aos museus dos escaninhos mentais.
                E pasmem, os participantes dos ditos programas se tornam verdadeiros heróis, com participações globais em outros horários dos respectivos canais. Será que é isso que queremos para nossos jovens e crianças? Aprender a tirar proveito de todas as situações, fofocas, amor debaixo do edredom, traições e tantas outras situações criadas, como se tudo fosse o mais natural possível!
                Só a verdadeira educação salva este País! Numa época difícil, em que a moral cristã se debate com a moral de ocasião, em que a violência cotidiana, seja no trânsito ou assassinatos, é uma verdadeira hecatombe, onde morrem mais que as guerras em redor do planeta, em que a convulsão social, cada vez aumenta mais, todos os cidadãos conscientes devem se perguntar, o que intimamente cada um está fazendo, para minorar esse estado de coisas!
                Já não chegam as novelas em que deturpam e cada vez mais procura destruir aquilo que de mais sagrado existe, que são os vínculos familiares, ainda damos guarida a programas apelativos de todos os naipes?
                E agora também apareceram as redes sociais como Face book e outros, onde se derramam o fel do desamor e a acridade do coração empedernido num sofrimento atroz, numa demonstração do aprendizado do tudo vale, do egoísmo e orgulho sem par, na destruição de virtudes e valores primordiais numa sociedade fraterna.
                Inferindo, devemos fazer a “mea culpa”, ”botar a boca no trombone” abstraindo-nos das inflamáveis e estéreis discussões, aproveitando a oportunidade para realmente educar os nossos filhos e lutar por uma humanidade melhor, onde possa reinar a paz em nossos corações!
                Pensemos nisso!
          ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS- Professor e radialista.
      (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com; Twitter, toninhopds).


                                                MEMÓRIAS –(1964)
                Corria o ano de 1964, por aí, quando fomos convidados a irmos num aniversário no interior de Guaíba. O aniversariante era o pai da nossa amiga Santinha, lá de Pantano Grande, que era esposa do saudoso Patrocínio Franco, mais conhecido por Branco, também grande amigo nosso.
                Era um sábado e tínhamos um fandango (naqueles tempos praticamente só fazíamos fandangos) no CTG Tropeiros da Amizade e os ditos só terminavam, nesta época, ao amanhecer o dia. O Juarez de Freitas Lopes, sua esposa Velocina, todos também de saudosa memória, seu filho Rudimar, mais José Carlos dos Anjos, hoje na Pátria espiritual e eu, na ocasião com 16 anos, pegamos o ônibus e rumamos para Rio Pardo, onde o Branco nos esperava na rodoviária.
                Naquela época, o Branco morava na fazenda Pastagem Nova em Volta Grande e dali rumamos para Guaíba numa caminhonete F100 lotada com o nosso pessoal e a família do Branco. Ainda não tínhamos dormido nada e fomos direto para a fazenda do seu sogro.
                Em lá chegando, a festa já estava começando com a chegada dos convidados, que eram muitos e a carneação já estava avançada. Passamos o dia fazendo festa, tocando, cantando e “encantando” todo aquele povo que lá se encontrava. Afinal, éramos os artistas, “naqueles tempos”.
                À tardinha, quando a festa terminou, o sono começou a bater e ainda tinha a janta com bate papo com o fazendeiro, por sinal, um homem muito circunspecto e de costumes antigos, que enfrentamos com galhardia e só depois do Grande Rodeio Coringa da Rádio Farroupilha das 20 às 22horas, alias, programa obrigatório dos domingos à noite, é que fomos liberados para finalmente dormir. (que sono).
                No outro dia, à tarde saímos de volta pra casa. A viagem era longa (ainda era estrada de chão) e nessa volta aconteceu um acidente quando o Branco, que era o único motorista, teve uma crise epiléptica e na cabine estava sua esposa Santinha e uma empregada da fazenda. Nenhuma das duas tinha nem ideia de como dirigir um carro.
                A F100 desgovernada, depois que bateu em caminhão boiadeiro seguiu fazendo zig zag pela estrada cheia de pedras com o motorista desmaiado e com o pé no acelerador. Foi quando o Juarez saltou da carroceria para chegar até o volante e eu saltei atrás ficando os dois agarrados na parte traseira, porque a caminhonete aumentou a velocidade.
                Quando não agüentamos mais ficarmos agarrados caímos rolando pela estrada na noite escura como um breu. Lá adiante, o Branco acordou do desmaio e freou o carro e por sorte ainda em cima da estrada. Dos dois lados, barrancos profundos.
                Foi um estrago. Ficamos bastante feridos principalmente nos braços e nas mãos (tenho marcas até hoje) e fomos para a fazenda do Branco, agora com o Juarez na cabine para qualquer eventualidade e passamos o resto da noite na Volta Grande com alguns curativos. Foi uma noite de cão e somente no outro dia é que fomos conduzidos até a rodoviária de Rio Pardo, para finalmente, regressarmos à Santa Cruz do Sul e sermos encaminhados ao posto médico.
                Mais um pouco da nossa história para a posteridade!
            ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS –Professor e tradicionalista.
       (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

quinta-feira, 5 de abril de 2018

                                                    DANÇAS DE SALÃO!

                Historiando sobre as danças de salão, é interessante saber que o Brasil só começou a praticar essa modalidade a partir de 1915, quando veio para cá essa novidade, vinda dos grandes salões europeus a começar pela valsa, em 1815 em Viena, capital da Áustria que logo espalhou para Paris, capital cultural do Planeta.
                No Brasil, foi criada pela Madame Louise Frida Poças Leitão, ou Madame Poças Leitão, uma escola de danças de salão que entre muitas regras tinham algumas que eram pontos de honra, como por exemplo: proibidos, chicletes, tênis, sapatos sem meias, recusar convites à dança.
                O lenço de bolso é item obrigatório para os homens enxugar o suor, inclusive da dama. Até 1970, os alunos eram obrigados ao uso do terno e gravata e as alunas, ao vestido ou saia, com meia de seda e saltinho. Inclusive, o lenço também servia para não sujar o vestido da dama, quando usado na mão direita do cavalheiro no momento da dança.
                Para se “tirar” para dançar, o cavalheiro fazia uma leve inflexão de tronco, mantendo os pés juntos, dizendo palavras mais ou menos assim: a dama quer me dar a honra desta dança, ou contradança?
                O cavalheiro poderia beijar as mãos das senhoras, jamais das senhoritas. Quando terminava a dança o cavalheiro conduzia de volta a dama ao seu local de origem.
                Também como etiqueta importante para os padrões da época era nunca cumprimentar alguém usando luvas.
                Aqui na região de Santa Cruz do Sul da década de 1960, 1970 criou-se o chamado carioquinha que era uma variação nas vaneiras dançadas 2x2 e a gurizada do CTG Tropeiros da Amizade, começou a dançar o 2x1 e pegou tanto que até hoje muitos dançam o carioquinha que, pela oficialidade só poderia ser dançado nas milongas.
                As danças de salão não podem ser automatizadas, robotizadas, isto é, faz isso, faz aquilo e nada de criação. Dança é uma simbiose, mente e corpo e dentro do ritmo, deve-se deixar os dançarinos fluírem em seus passos. Até doenças como depressão, são curadas no simples ato da dança.
                Essa é, portanto, a origem das danças de salão e que se espalhou para o todo o Brasil sendo que, cada estado da federação ficou com suas peculiaridades.

     ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

         (Email, toninhosantospereiraa@hotmail.com; Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).