quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

                                                   ANO QUE FINDA!

                Ao chegar o fim do ano de 2016, quero externar os meus agradecimentos a todos que, de uma forma ou outra, prestigiaram os meus artigos que despretensiosamente escrevi.
                Com o intuito de mostrar uma experiência de mais de 50 anos no tradicionalismo gaúcho e também como cidadão de minha terra em outras áreas que milito e também no despertar de uma noção poética até então latente em meu subconsciente, que de forma abrupta abriu-se como a flor que se esconde à noite e no sol resplandece com pétalas macias.
                Sei que não agradei a todo mundo, tenho consciência disso e até a esses, quero agradecer porque serviram de instrumentos para o meu melhoramento, mormente no que tange ao orgulho e presunção, que vez ou outra, podem aparecer à nossa frente.
                Por isso, peço vênia e desculpem a este velho xiru por alguma improbidade ofensiva à suscetibilidade de cada um.
A minha intenção foi de sempre ajudar a sociedade e as pessoas em particular, a se auto melhorarem, começando pela reforma íntima de cada um, fazendo verdadeira assepsia, retirando os monstros que porventura possam habitar o imo de nosso ser.
                Por isso, rogo que a luz faça morada em nosso coração e que o clima do renascimento perdure o ano inteiro, desfazendo possíveis mal entendidos entre familiares e amigos, perdoando nossos inimigos, se os tivermos logicamente e finalmente fazer uma grande cruzada de paz e amor entre todos nós.
Inferindo, que toda a humanidade possa caminhar passo a passo, ombro a ombro, rumo à grande fraternidade universal, desiderato que deveremos alcançar.
                Que assim seja!

                ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e radialista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

                                                                  PAPAI NOEL!


Sempre acreditei nos exemplos, a começar pelos meus pais, depois os irmãos mais velhos, os professores etc.
            Todos diziam pra mim que existia Papai Noel. Eu acreditei. Cada final de ano que chegava ficava apreensivo, pensando lá com meus botões, o que o bom velhinho traria naquele ano.
            Seria talvez uma vara de marmelo? Quanta arte tinha feito e a promessa se cumpria e a varinha famosa corria solta... Sabia de antemão dos doces que minha saudosa Maria Eufrásia preparava, com todo seu carinho de mãe desvelada que era.
Havia também e isso é o mais importante os exemplos que os mais velhos passavam. Seguia passo-a-passo essas condutas. O exemplo vem de cima.
Meu mundo era enorme. Embora fosse uma morada isolada no meio do campo, matas ao redor, riachos, picadas, cerros, talvegues. Era aquilo que conhecia e era maravilhoso.
O papai Noel era um ser de contos de fadas, de grande amor, de conduta irrepreensível, edificante enfim, bom por natureza. O que ele dizia, era lei.
Mãe Maria e pai José faziam de uma forma sutil a comparação que me marcou profundamente. Papai Noel, era o Cristo visível para nós.
Presentes, quase não havia, mas, a expectativa daquela noite dadivosa em que se recebia a visita de tão incrível criatura, descendo pela chaminé, deixava a petizada em êxtase. Era uma emoção indescritível.
Um pacotinho feito em casa, para cada um com seus nomes escritos e a felicidade estampada nos olhos brilhantes, no sorriso doce, na meiguice do semblante de cada filho, era também a felicidade de nossos pais.
O mundo ficava tomado de tal encanto que eu queria que aquele momento se tornasse eterno. Na verdade acho que, de certa forma, se eternizou, pois aquela emoção e alegria que sentia nos Natais de minha infância continuam renascendo todos os anos dentro de mim.
Por isso, gurizada de hoje, aproveitem o verdadeiro Papai Noel na vida do Mestre, renascido em cada coração de pais e filhos na grande harmonização que deve imperar na humanidade tão carente de luz, de paz e amor!
            Se, Papai Noel é isto, então acredito Nele ainda!
            Isto se chama felicidade!

ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e radialista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

                                                CHAMAMENTO À PAZ!

                Igualdade cívica, a dignidade da pessoa, a democracia, a solidariedade, o respeito, são valores humanos e cristãos assimilados no exercício do ato de educar, devendo ser vivenciado pela comunidade em toda a Nação. Este é um ato de amor!
                Precisamos despertar os valores, que de repente, podem ter ficado adormecidos em nossa consciência. A começar pelas nossas escolas de educação infantil cujos educadores precisam ser mais valorizados, pois ali começa a ser criada uma nova concepção de ser humano.
                Mas como conseguir essa paz que parece cada dia mais distante da nossa realidade, pois, a violência coabita conosco em escala alarmante? Acredito, salvo melhor juízo, que somos os principais responsáveis por este estado de coisas.
                Porque desta afirmação! Basta indagarmos o nosso ego, isto é, examinarmos a nossa consciência. O que preciso fazer para alcançar a paz? Precisamos abafar e destruir em nosso coração, o orgulho e o egoísmo que são as duas maiores chagas da humanidade.
                Abafando a humildade e a caridade, as duas maiores virtudes, as duas outras fazem com que nós queiramos ganhar dos outros a qualquer preço, não ligando para aqueles que atravessam nosso caminho.
                Os pequeninos citados anteriormente, com certeza olham nossos exemplos e veem nossos corações empedernidos a germinar como um grão profundo de desarmonia e desamor.
                Deixemos aflorar as duas maiores virtudes abertas à luz para que a paz tão buscada por todos se torne realidade. Esta paz tem necessidade do húmus do nosso coração para fazer brotar as flores da esperança do porvir.
                Deixar entrar a paz em nossa alma a começar pelas pétalas dos sentimentos como sementes de um amor novo que se ramificarão pelo mundo inteiro. Deixar entrar a amizade, florir os nossos olhos, como uma porta que se abre à fraternidade, porque também as amizades precisam ser cultivadas a exemplo de uma flor, que necessita de água diariamente para não fenecer.
                Compreendamos uns aos outros, sem perfídias, sem ironias, discussões ruidosas e fúteis, sem desinteligências destrutivas, sem perda de tempo em comentários vagos e inoportunos, amparando-nos reciprocamente pelo trabalho, pela tolerância e pela fé inabalável de que juntos, poderemos atender a este grande chamamento. A PAZ!
ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e radialista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).
                                       A ÁRVORE DA ENFORCADA!

                Defronte a casa onde morávamos em Barros Cassal, na década de 1950, havia uma mata muito extensa que era um dos locais, onde nós, ainda crianças, brincávamos.
                Havia também nesta mata muitas árvores frutíferas, entre as quais o famoso araticum. Tinham todos os tipos desta espécie e nós conhecíamos todas as suas localizações.
                Pois num local especifico, lá no fundo da mata, tinha um pé de araticum de quaresma. Era uma árvore muito frondosa e bonita em que na época propícia colhíamos o delicioso fruto.
                Certo dia, o povoado amanheceu num alvoroço só. Diziam que uma mulher, nossa vizinha, havia se suicidado. A mulher, ainda nova, tinha problemas, que hoje diríamos que era depressão. O seu nome era Lídia e vivia com sua mãe, quase a beira do mato.
                Foi uma correria só. As crianças, sempre muito curiosas, foram as primeiras a chegar ao local do suicídio. Pois não é que, a Lidia tinha havia se enforcado justamente no pé de araticum de quaresma, aquele mesmo que se enchia de frutos!
                Até a chegada da Brigada Militar que vinha de Soledade para a retirada do corpo, nós ficamos ali, praticamente o dia inteiro. Só fomos pra casa almoçar.
                Vimos uma enforcada de verdade, não eram mais só os casos do pai José que, todas as noites à beira do fogão à lenha, excitavam a nossa imaginação. Ela estava com a língua pra fora e tudo mais. É uma cena dantesca, inesquecível, fica para a vida inteira impregnada em nossa mente.
                Passado algum tempo deste fato, nunca mais nos aproximamos desta árvore e seguimos a nossa vida normal. Um certo dia, quando o pessoal da mana Genoveva e do Euclides Pereira Soares que já moravam em Santa Cruz do Sul, foram nos visitar, levamo-los para visitarem a dita árvore da enforcada.
                Éramos todos crianças, o Jair era o mais velho, depois tinha, a Sônia, a Stela, a Gládis, a Célia, a Belinha, o Milton, mais a Terezinha, o Cliff, a Eva e eu.
                Inferindo, quando chegamos à altura da dita árvore, ouvimos de uma forma aterradora, um berro horripilante que, nos fez dar de volta a toda, para a nossa casa. Tivemos que atravessar toda a mata de novo, carregando uns no colo, apavorados com o acontecido.
                Passado o susto, alguns dias depois, o Cliff nos disse que havia sido ele quem nos pregou a peça. Até hoje não acreditamos nisso, porque o grito ouvido era muito esganiçante e pavoroso.
   ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e radialista.

     (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, toninhpds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).