Muitos pensam e até escrevem que na Revolução Farroupilha se digladiaram Chimangos e Maragatos. Ledo engano!
Só existiu este conflito a partir de 1823. A Revolução Federalista acontecida em 1893, teve como contendores, maragatos comandados por Gaspar Silveira Martins e Pica-paus, os legalistas, sob o comando de Júlio Prates de Castilhos. O nome chimangos vem de uma sátira de Ramiro Barcelos contra o presidente Rio-grandense, Antônio Augusto Borges de Medeiros, chamada de Antônio Chimango, referindo-se a ave de rapina existente nas nossas plagas, em alusão ao nariz adunco do presidente Borges que governava desde 1903.
A 14 de dezembro de 1923, após 324 dias de combates, maragatos e chimangos, resolvem assinar um pacto de paz, no castelo-residência de Joaquim Francisco de Assis Brasil, chefe maragato, em Pedras Altas, interior do município de Pinheiro Machado. O acordo só foi possivel com a intermediação do Ministro da Guerra, General Setembrino de Carvalho, enviado do presidente Arthur Bernardes, que pacientemente convenceu Assis Brasil e o presidente do Estado, Borges de Medeiros, agora apelidado de chimango, a fazerem algumas concessões.
Antes de Pedras Altas, o Gen Setembrino conversara longamente com Borges e estivera com Assis Brasil e todos os chefes maragatos na conferência de Bagé, realizada em 14 de novembro nos salões em estilo clássico do Hotel do Commercio. Inicialmente, Assis Brasil pede a destituíção de Borges. O chefe do partido Libertador apostava que Arthur Bernardes, como desafeto do dirigente gaúcho, iria aceitar. O min. Setembrino de Carvalho considera "inaceitável" a exigência. Então Borges de Medeiros promete que não concorrerá na próxima eleição e atende a duas solicitações dos maragatos: a reforma da Constituição Republicana Castilhista de 14 de julho de 1891 (principal causa da guerra civil de 1893) e eleição de um vice-presidente ( como era chamado o cargo na época).
Essas exigências selaram a paz.
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