Escravatura no Brasil!
Em 13
de maio de 1888, deu-se a abolição da escravidão no nosso País. Era uma
vergonha a escravidão!
A Inglaterra havia libertado os
escravos de suas colônias em 1833; em 1846, fizeram o mesmo a Suécia e a
Holanda; em 1848, a França e a Dinamarca; em 1856, Portugal; e, depois de
grande luta (a guerra da secessão), os Estados Unidos da América, em 1865. Em
1870, acabada a Guerra do Paraguai, o governo provisório desse país aboliu a
escravidão, a pedido do Conde d’Eu! E nós passávamos a vergonha de continuar
com escravos, que os nossos dois aliados (Argentina e Uruguai não tinham!).
A Lei
Rio Branco. – Esta Lei, concedia a liberdade aos nascituros de mulher escrava;
e dispunha que tais crianças ficariam sob o poder dos senhores das mães, que
tinham a obrigação de cria-las até os oito anos de idade; estabelecia uma verba
para o resgate anual de escravos, por sorteio e dava aos escravos a faculdade
de se remirem quando por si, ou por algum protetor, pudessem pagar a quantia em
que fossem avaliados. “A sessão de aprovação final (dessa Lei) converteu-se
numa festa. Foi então, que o ministro dos Estados Unidos desceu ao recinto e,
apanhando uma flor, entre as inúmeras atiradas das galerias sobre o ministério,
disse que ia manda-la para seu País, a fim de que vissem que aqui se fazia com
rosas o que lá se fizera com rios de sangue...” (Pedro Calmon, História Social
do Brasil ).
Nos Estados Unidos, a libertação dos
escravos, custou uma guerra civil, entre os estados do norte (que desejavam a
abolição, pois sendo mais industrializados, não precisavam do braço escravo) e
os estados do sul (agrícolas e, portanto interessados em manter a escravidão).
A Guerra Civil durou de 1861 a 1865. Custou mais de oito bilhões de dólares e
colocou em armas perto de 2 500 0000 homens mobilizados pelos federais (do
norte) e 1 500 000 pelos confederados (do sul). As vítimas orçaram em de cerca
de 500 mil!
Dom
Pedro II, quando de sua vinda ao Rio Grande do Sul, em 1865 (na rendição de
Uruguaiana) entrou em contato com pensadores e diretores mentais da Argentina e
do Uruguai, sentiu a geral repulsa inspirada pela existência de cativos no
Brasil, parece que Hauriu novas forças, para preparar a via de acesso da
abolição gradativa do pecado servil.
A
igreja e a emancipação dos escravos. - Em 1887, os bispos brasileiros diziam em
pastorais que a mais nobre forma de festejarem o jubileu do Santo Padre era,
para os que tivessem escravos, darem-lhes liberdade; e, para os outros, empregarem
em cartas de alforria os dons que quisessem oferecer ao Papa.
A
princesa Isabel, quando da votação da Lei da abolição chamou o Barão de
Cotegipe, que era contrário à lei, mostrou o entusiasmo geral, perguntou-lhe se
não fora acertado vota-la: “Vossa Alteza redimiu uma raça, mas perdeu seu
trono”, foi a profética resposta. Anos depois, a nobre senhora, de tão alta mentalidade
cristã, abençoada por milhões de brasileiros e aclamada Isabel, a Redentora,
teve a energia de afirmar: “Mesmo se nesse tempo eu tivesse podido adivinhar o
que tinha de acontecer, teria agido pelo mesmo modo”. (Calógeras, história do
Brasil ).
A
princesa Isabel era dedicada partidária da libertação escravagista; em
Petrópolis promovia festas para formação de fundos destinados à liberdade dos
escravos que ainda existiam na cidade; e numa quermesse, aí vendeu flores
colhidas no quilombo do Leblon, em benefício da causa.
Outra
grande figura que não pode ser esquecida nesta data tão importante era de José
do Patrocínio: figura impar nasceu no ano de 1854 e faleceu em 1905. Natural de
Campos, de origem humilde, conseguiu formar-se em farmácia; não exerceu a
profissão; fez-se jornalista e dedicou-se ardorosamente à causa da abolição;
por seus artigos, tornou-se o herói popular dessa campanha abolicionista.
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