O MÊS DE JUNHO MARCA O NASCIMENTO DA PRIMEIRA MÉDICA BRASILEIRA!
Em sete
de junho de 1866, nasce Rita Lobato Velho Lopes na cidade de Rio Grande.
Frequentou o curso secundário em Pelotas e demonstrou, desde cedo, pendores
para a Medicina. Entretanto, os preconceitos da época eram desestimulantes a
vocações desse tipo, pois as funções específicas de uma mulher branca
continuavam sendo, casar (com marido que o pai escolhesse), procriar (no que
tinha a concorrência das escravas), rezar e costurar. Foi quase um escândalo a
reforma Leôncio de Carvalho, estabelecida pelo Decreto Imperial 7247, de 19 de
abril de 1879, pelo qual se reconhecia “a liberdade e o direito da mulher
frequentar os cursos das Faculdades e obter um título acadêmico”.
Valendo-se
de tal abertura, Rita Lobato matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro, transferindo-se depois à Faculdade de Medicina de Salvador, na Bahia.
Sentiu a hostilidade, que ainda perdurava, contra o ingresso feminino em curso
superior, mas não esmoreceu em sua férrea determinação de adquirir o diploma.
Gradativamente, conquistou a simpatia dos colegas e professores, até receber do
Corpo Docente, da Faculdade, as maiores considerações.
Defendeu
a tese sobre “A Operação Cesariana”, a 25 de novembro de 1887 e finalmente
recebeu o grau, a 10 de dezembro do mesmo ano.
Era a
primeira brasileira formada em medicina.
Após a formatura, retornou ao Rio Grande do Sul. Na fazenda
Santa Vitória, de sua avó, D. Luciana Terra Velho, nos arredores de Rio Pardo,
a nossa “Tranqueira Invicta”, casou com Antonio Maria Amaro Freitas, nascendo
deste consórcio uma única filha, Isis.
Clinicou
em Porto Alegre durante algum tempo, mas terminou por se radicar em Rio Pardo,
onde exerceu a profissão desde 1910 até 1925. Foi eleita vereadora pelo Partido
Libertador em 1935, desempenhando a função política até o golpe de Estado de
1937, que fechou as Câmaras Municipais.
Passou
o restante de sua vida na Estância de Capivari, nesse mesmo município. Faleceu
em seis de janeiro de 1954.
(Pesquisa:
Almanak Literário e Estatístico da Província do RS, Enciclopédia Rio-Grandense,
Enciclopédia Globo, Kraemer Neto. Nossa Terra, Laytano, Dante de. Guia
Histórico de Rio Pardo.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário