MEMÓRIAS DO INÍCIO DO TRADICIONALISMO EM SANTA CRUZ DO SUL!
Em 1961,
foi eleito patrão do CTG Tropeiros da Amizade, Deodomiro Paludo, que, devido a
desavenças com o patrão da atualidade e fundador das tradições nesta cidade,
Euclides Pereira Soares, não assumiu a patronagem, demissionando-se do CTG.
Com o senhor Paludo, saiu também a grande maioria dos
associados da época, fundando um novo CTG, o Lanceiros de Santa Cruz, no Bairro
Várzea, junto onde hoje é, a rótula da Avenida Independência.
Nesse mesmo
ano, já havia sido fundado, na Sociedade Aliança Católica Santa Cruz, (hoje não
se chama mais católica), o CTG Rincão da Alegria, cujo primeiro gaiteiro foi
Cliff Manoel Pereira dos Santos. Portanto, ao final do ano de 1961, já existiam
em pleno funcionamento, três (3) entidades tradicionalistas em nossa cidade.
Na época,
saíram dos Tropeiros, para fundar os Lanceiros, nomes como, além de Deodomiro
Paludo, Ercides Saraiva de Figueiredo, João Figueiredo, Ernestor Cardoso,
Flávio Pereira dos Santos, Adail Gonzaga Fernandes, João Almeida, Valdir dos
Santos, João Norberto Lacerda, entre outros.
Começou
a ser forjada uma nova leva de tradicionalistas. Arthur Bugs de Andrade
despontou como o novo patrão do CTG Lanceiros de Santa Cruz. No CTG Rincão da
Alegria, Norberto Adams, com sua equipe, desligou-se da Sociedade Aliança,
começando um trabalho cujos frutos, ainda hoje, se verificam no meio
tradicionalista.
No final
deste ano (1961), por motivos particulares, o patrão Euclides, dos Tropeiros,
mudou-se para Candelária deixando em seu lugar o senhor Pedro Ferreira. Este,
por sua vez, resolveu fundar outro CTG na mesma sede, antigo salão Tavares,
depois sede do Flamengo Arroio Grande, no mesmo bairro. Ele contava com as
mesmas pessoas que continuaram, somando-se a novos sócios.
Era fundado
o CTG Rancho da Saudade, cuja primeira prenda ficou a filha do patrão, Dalila
Ferreira. Faziam-se muito, nesta época, saraus dançantes, aos domingos a tarde,
hoje chamamos de domingueiras.
O grupo de danças folclóricas,
sim “folclóricas”, porque não tinham autor, como as atuais que são chamadas “tradicionais”,
de Paixão Cortes e Barbosa Lessa, continuou graças ao trabalho do Cliff,
Antonio Pereira dos Santos, ainda menino, Osmar Lima de Almeida, Plínio Lima,
Raul Xavier, Vital da Silva e outros. As prendas além da Dalila, sua irmã Neli,
a Ilone Figueiredo, as filhas do seu João da Silva, Marlene e Ivone, entre
outras.
Neste período,
ingressou no CTG Rancho da Saudade, Ary de Freitas Lopes. No dia 24 de junho de
1962, o Euclides foi convidado para apadrinhar um novo CTG, que se formava em
Cachoeira do Sul, “Os Gaudérios”.
Euclides Pereira Soares, morador
da cidade de Candelária, tinha um programa Gauchesco na rádio da cidade de
muito sucesso na época, convidou a gurizada do antigo Tropeiros da Amizade,
para juntos serem os paraninfos da nova entidade.
Na viagem,
ficou acertado que Ary de Freitas Lopes, juntamente conosco, a invernada artística,
que era muita unida, reergueria os Tropeiros.
Neste mesmo
ano, saímos do CTG Rancho da Saudade, começando uma nova fase do mais antigo
CTG de Santa Cruz. Com a nossa saída, o Rancho terminou. Este CTG teve uma
duração de mais ou menos um (1) ano.
Foi alugada
então uma casa à Rua Bela Vista, como sede provisória do CTG. Após, mudou-se
para a Rua João Martim Buff, 605, residência do patrão Ary, que aumentou a
mesma, fazendo dela um galpão que abrigou o CTG por mais ou menos três (3)
anos, mudando-se em definitivo para a sua sede permanente, em 1965, à Rua
Princesa Isabel, 357 onde se situa até hoje.
Enquanto
isso, o CTG Rincão da Alegria, que já tivera sua sede no Círculo Operário,
mudou-se para a chamada Faixa (única rua asfaltada da cidade e que ia para Vila
Teresa, hoje Vera Cruz), na propriedade do Senhor Furtado, Rua Gaspar Batholomay,
mudando-se, depois para a Rua Leonel do Prado, sede definitiva. Por desavenças
ocorridas ainda, na Rua Gaspar Barthomay, foi fundado em 1966, o CTG Estância
Alegre. Antônio Alves Fernandes, Pedro Lima, João Delfino da Silva, entre
outros, destacaram-se nesta fundação.
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