DIVAGANDO!
Em tempos antanho, o Rio Grande vivia acampado, era
nômade e o meu mundo era um galpão de estância. Para mim, enorme, como se o
planeta todo ali estivesse, onde havia uma ordem natural das coisas.
Ao primeiro grito, a primeira clarinada, estava de armas
na mão em defesa de ideais. Não fazia véspera, era algo natural, defender
aquilo que acreditava. Por isso a doação era inteira à causa abraçada.
E hoje o que temos? Interesses próprios acima da
coletividade, algo obscuro sobrepõe a limpidez do que deveria ser o apanágio da
coisa pública e o cidadão de bem fica a mercê, sem saber o que fazer.
A
internacionalização de usos e costumes que vem midiaticamente tomou nossa
querência, como ave de rapina, tornando-a tão somente mais uma entre tantas,
que criticávamos em tempos outros, quer dizer, nos nivelamos por baixo.
Não
somos mais a sentinela avançada na preservação de valores perenes, que foram
conquistados com muita luta por nossos avoengos.
Onde
estão àqueles homens que honravam sua palavra, que tinham respeito entre si,
que honorificam sua família! Que homens são esses, que não tiram o chapéu para
mais nada, como diz o poeta Carlos Moacir Pinto Rodrigues.
Que
homens são esses, que acham que liberdade é libertinagem, que acham que são
donos dos outros, que roubam que mutilam que matam, em nome do nada, do nada
não, digo mais, em proveito próprio!
Que
homens são esses, que tiram a liberdade até de consciências, onde o brio de um Bento,
de um Netto, cavaleiros e cavalheiros, na fidalguez de seus atos, verdadeiros
centauros da pampa imortal, guardiães da honra e da alma gaúcha, precisam
voltar, como fantasmas de uma era!
Por
isso, clamo, que a velha alma farrapa, invencível nos seus preceitos
idealísticos, esteja de novo conosco, agora elevando a chama votiva, que nunca se
apagou de nossos corações.
Volta
Bento, volta Netto, com suas almas iluminadas, trazendo a razão aos nossos
governantes desajuizados pela incúria e pela avidez.
Saludo
os heróis que por ora voltam, mostrando o caminho da virtude tão bem cantada em
nosso hino:
“Sirvam
nossas façanhas, de modelo a toda a Terra”.
Antonio
Pereira Dos Santos – Professor e tradicionalista.
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