quinta-feira, 27 de agosto de 2015

                                                             DIVAGANDO!

            Em tempos antanho, o Rio Grande vivia acampado, era nômade e o meu mundo era um galpão de estância. Para mim, enorme, como se o planeta todo ali estivesse, onde havia uma ordem natural das coisas.
            Ao primeiro grito, a primeira clarinada, estava de armas na mão em defesa de ideais. Não fazia véspera, era algo natural, defender aquilo que acreditava. Por isso a doação era inteira à causa abraçada.
            E hoje o que temos? Interesses próprios acima da coletividade, algo obscuro sobrepõe a limpidez do que deveria ser o apanágio da coisa pública e o cidadão de bem fica a mercê, sem saber o que fazer.
             A internacionalização de usos e costumes que vem midiaticamente tomou nossa querência, como ave de rapina, tornando-a tão somente mais uma entre tantas, que criticávamos em tempos outros, quer dizer, nos nivelamos por baixo.
Não somos mais a sentinela avançada na preservação de valores perenes, que foram conquistados com muita luta por nossos avoengos.
Onde estão àqueles homens que honravam sua palavra, que tinham respeito entre si, que honorificam sua família! Que homens são esses, que não tiram o chapéu para mais nada, como diz o poeta Carlos Moacir Pinto Rodrigues.  
Que homens são esses, que acham que liberdade é libertinagem, que acham que são donos dos outros, que roubam que mutilam que matam, em nome do nada, do nada não, digo mais, em proveito próprio!
Que homens são esses, que tiram a liberdade até de consciências, onde o brio de um Bento, de um Netto, cavaleiros e cavalheiros, na fidalguez de seus atos, verdadeiros centauros da pampa imortal, guardiães da honra e da alma gaúcha, precisam voltar, como fantasmas de uma era!
Por isso, clamo, que a velha alma farrapa, invencível nos seus preceitos idealísticos, esteja de novo conosco, agora elevando a chama votiva, que nunca se apagou de nossos corações.
Volta Bento, volta Netto, com suas almas iluminadas, trazendo a razão aos nossos governantes desajuizados pela incúria e pela avidez.
Saludo os heróis que por ora voltam, mostrando o caminho da virtude tão bem cantada em nosso hino:
“Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda a Terra”.

Antonio Pereira Dos Santos – Professor e tradicionalista.
 Blog www.allmagaucha.blogspot.com / twitter; @toninhopds


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