REMINISCÊNCIAS!
Nas
minhas reminiscências de índio vago, repontando nas coxilhas do Rio Grande uma
ponta de gado xucro, recostado num capão de mato, paro de sofrenaço, ao dedilhar
as primas do meu violão.
Sinto o
impacto da modernidade a sobressaltar-me nos recônditos do âmago aflito, por
não sentir a maturidade de tempos imemoriais, onde o respeito sobressaía e a
sociedade, baseada em valores que pareciam perenes, era alicerçada na chamada
célula mater, ou seja, a família.
Indestrutível,
indevassável, a família plantava a nação em destinos retos, assim como o homem
que se mantinha com inteireza de caráter.
Em busca dos rodeios da vida, onde o gado
alçado era reunido num só aprisco, todo aquele desgarrado era buscado no galope
do pingo e na redondilha do laço, como se esperasse a volta do filho pródigo à
invernada posteira, o patrão aguardava na cancha reta, com um mate bem cevado e
um abraço de quatro costados.
Nesta
dualidade do vai e vem do bem e do mal, no volteio da existência em muitas
canhadas, volvemos nossos passos e muitas rodadas acontecerão. Contudo sairemos
de coluna ereta e cabeça erguida, porque a vida segue com obstáculos a serem
ultrapassados, como nas grandes tropeadas, que percorremos ao longo da
existência temporal, que marca a ferro e fogo, o cerne do nosso espírito.
Tudo
isso, no aprendizado constante e ininterrupto na vertiginosa intempérie das
viagens conscienciais.
O
segredo é finalmente manter-se no prumo, na inconteste firmeza do pensamento
imortal, na magia da natureza inigualável, para não sucumbirmos nos precipícios
das nossas desvairadas paixões!
Reflitamos,
pois!
ANTONIO PEREIRA DOS
SANTOS – Professor e tradicionalista.
(Email, toninhosantospereira@hotmail.com;
twitter, @toninhopds; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).
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