SENILITUDE!
A
senilitude é implacável.
Dias
desse, via um casal de idosos, ele de bengala mal podia caminhar, sendo
escorado por sua esposa, mais jovial e forte que ele.
Pensei na tristeza de vê-los assim!
Eu os conheci há alguns anos. Pessoas da alta sociedade desta terra, que
tiveram cargos importantes e muitas pessoas dependiam delas.
Matutei ainda: que sentimento carregam agora!
Pelas
suas fisionomias, pareciam melancólicos. Será que seus filhos, agora crescidos
e com vida própria os abandonaram? E aquelas pessoas que outrora dependiam
deles, onde estariam?
A
velhice é tão triste assim? Será, que até o seu hoje está perdido, a vida não
tem mais alegrias? Onde estão os amigos que cantavam canções, na afinação de
suas vozes no regozijo das luzes da ribalta, que faziam daquele momento,
eterno!
Hoje,
eles parecem abandonados! Os amigos mais antigos já se foram.
Acordem!
Moços e velhos vejam a beleza que é guardada no âmago de cada coração, na
imperturbável amorosidade, que deixou amalgamada na quintessência do ser, as
boas obras, amarras indestrutíveis que perduram para todo o sempre.
As marcas se foram, pergunto? Não, respondo! Mas onde
estão?
Fincadas
no esteio edificado do ser gigante que impera além dos horizontes do hoje, para
um amanha infindo.
Por isso, suspiro e concito, venham despertar
a criança que dormita, vejam as estrelas e a lua brilharem, no vai e vem de
dias e noites, num ciclo energizante, que dá vida ao orbe em que estamos
inseridos.
Para todos os efeitos, a vida segue. Senão, nada valeria
a pena!
Pensemos nisso.
ANTONIO
PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.
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