UM NOVO MUNDO!
Herculano Pires, filósofo, escrito
e jornalista, (1914-1979) nos diz que uma nova civilização, está surgindo aos
nossos olhos, sob os nossos pés e sobre as nossas cabeças. Mas para que isso aconteça
sem perdermos de vista de todo o equilíbrio cultural, já bastante abalado,
temos de cuidar seriamente da motivação de nossos instrumentos culturais, a
saber:
a)
A economia, que deve tornar-se universal rompendo
os diques e as barreiras de um mundo pulverizado, para lhe dar a unidade
necessidade e flexibilidade possível para o atendimento dos povos e das camadas
diversificadas, afastando do planeta os privilégios e os desperdícios, a
penúria e a fome. A duras penas, a nova mentalidade econômica já está se definindo
em todas as civilizações, mas o egoísmo das camadas privilegiadas ainda impede
a compreensão das exigências de fraternidade e humanismo dos novos tempos.
b)
A moral, que tem de romper os seus padrões
envelhecidos de egoísmos e sociocentrismo, moldados em preconceitos de vaidade,
ambição e prepotência, para elevar-se a novos padrões de humanismo, respeito
por todos os seres humanos, até hoje espezinhados na Terra dos Homens, sem essa
expressão de Saint-Exupéry que é um novo chamado à nossa consciência em termos
evangélicos. Altruísmo- interesse pelos outros- humildade, fraternidade,
tolerância e compreensão, amor, são essas as novas palavras de uma moral
realmente cristã. A violência terá de ser expulsa da terra, com seu cortejo de
brutalidades. É necessário, que o conceito da não violência se transforme na
marca do Homem, no signo que o distingue do bruto, do primata inconsciente. A
honra e a dignidade humanas são incompatíveis com a estupidez dos broncos,
inamissíveis num sistema de civilização. Com adverte Fredric Wertham, a
violência é um câncer social, que corroí e destrói toda estrutura de uma
civilização. O homem verdadeiramente homem deve ter vergonha e horror da
violência. Ser violento é ser amoral, pois quem não respeita os outros não respeita
a si mesmo.
c)
A
educação- que tem de renovar os seus conceitos básicos sobre seu objeto, o
educando. Em primeiro lugar, a educação familiar, que dever basear-se na
efetividade, nas relações de amor e compreensão entre pais e filhos. Educação
com violência é domesticação. O mundo da criança não é o mesmo do adulto e este
tem de descer a este mundo, voltar à sua própria infância para não esmagar a
infância dos filhos. As pesquisas entre os povos selvagens mostraram que a
essência da educação é o amor. Sem amor não se educa, deforma-se. Nos povos
selvagens a educação não foi deformada pela ideia do pecado, pelo mito da queda
do homem, que envolvera o mundo de violências redentoras capazes de aterrorizar
um brutamonte, quando mais uma criança.
ANTONIO
PEREIRA DOS SANTOS – Professor e radialista.(Email, toninhosantospereira@hotmail.com;
Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).
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