quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

VIDA PASSAGEIRA!

Hoje estou aqui, amanhã não sei. É uma incógnita. Por isso canto triste como a própria definição do gaúcho no cantar do poeta, típico deste garrão do Brasil meridional.
No tisnar de cores cinzentas, envolvo um turbilhão de ondas, de avassaladora energia buscando sempre algo mais, para trazer em sua intermitência de ida e vinda.
E o sentimento dúbio na dicotomia da matéria e do éter, como ser desconhecido dos sentidos ainda embrutecidos, das calejadas fainas nos rodeios onde os pealos deixam por terra, esperanças e buscas desenfreadas da origem de tudo. Enfim, suas raízes!
Quando atingido o cerne das questões vivenciais, descubro como num relance os tons antes cinzentos, agora desanuviando para mostrar, as verduras e o viço da natureza viva e a luminosidade ofusca meus olhos acostumados à obscuridade da incompreensão, que tudo continua que a passagem é só aparente, que tudo se renova, inclusive o soma que abriga a alma do vivente sofrido.
E ela volta, num renascimento de imortal consequência e eu continuo respirando aqui e lá num andejar infindo, na vivaz eternidade.
Resta, a poeira dos cascos, das marcas deixadas pra trás. Mas a primavera haverá de chegar, porque tudo é cíclico na estrada da existência e o taita finalmente se levanta e segue a despacito, cumprindo aquilo que se propôs em tempos longevos.
Os feitos jamais serão esquecidos e as estrofes de seu canto continuarão na rima dos acordes celestiais que o acompanharão até o inconteste destino do Criador Universal.

ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e radialista.
(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).


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