quarta-feira, 14 de junho de 2017

                                                                  TEMPO!

                Tempo maleva, leva minhas mágoas na sutileza da desilusão no mítico, mas que era a utopia nas lonjuras que ficaram, nas inebriantes viagens na constelação dos sonhos fugidios.
                Um mate, parceiro? Com a alma lavada depois dos desatinos cometidos numa insânia sem fim, o amargo ensina a voltar, sair da virtualidade e a objetividade retorna no bater de cascos na tropeada sem fim.
                Matuto, na improbidade dos devaneios que levam e trazem na dubiedade de sentimentos, entre um gole e outro do companheiro inseparável do teatino sem rumo.
                Era como um sonho de guri cheio de esperança, num porvir profícuo de imagens e sons paradisíacos, enfeitando o quadro na fotografia projetada numa grande tela do tamanho do horizonte. Era tudo real! As horas passavam devagar e o sorriso largo desabrochava numa beleza incomparável!
                Mas tudo passa e volto à realidade. Foi tudo inútil? O hoje parece acre, não pelo chimarrão que continua doce, mas não meu coração. Olho ao redor, as idas e vindas de pessoas que mal se olham, não se cumprimentam mais, desconfiadas, olham de soslaio o próximo como se fossem antagônicos seus!
                Isso fere como a lâmina do aço nas batalhas continentinas de tempos antanho onde se enfrentavam peito a peito.
                A sordidez da alma ferina na dicotomia do esgar falso e a intenção subterrânea, onde encontro a paz da meninice distante?
                Bueno visualizo a natureza na sua beleza estonteante e vejo que tudo está em seu lugar, que tudo é perfeito na Criação. Então, também assim o sou, preciso encontrar meu cerne, à imagem e semelhança do Supremo Ser!
                Finalmente, sinto Sua presença através do sabiá, que gorjeia ao meu lado e se refestela numa poça de água e canta um canto sem igual, num agradecimento pela vida.
                Sim, ele me ensinou que a existência é bela, é simples e tudo está no seu devido lugar, tudo se encadeia no desenrolar das eras. Bendito Criador sou um felizardo, obrigado!
                    ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e radialista.

        (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

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