segunda-feira, 3 de março de 2014


                          PRIMEIRO DE MARÇO DE 1845: ASSINATURA DA PAZ DE PONCHE VERDE!

                No dia 25 de fevereiro de 1845, no acampamento da Carolina em Ponche Verde (município de Dom Pedrito), os oficiais farroupilhas sob o comando do general Davi Canabarro, recebem Antônio Vicente da Fontoura, recém-chegado da Corte do Rio de Janeiro, onde foi ter, como representante da República Rio-grandense, para tratar da pacificação com o Império do Brasil. Ele lê para aprovação ou não pelos oficiais, as condições estabelecidas para a paz. As cláusulas já haviam sido aprovadas pelo Barão de Caxias, presidente da província do Rio Grande do Sul (lado Imperial).  Os farroupilhas também as aceitam, por unanimidade, com restrições por parte do general Antônio de Souza Neto.

                Três dias depois o comandante em chefe, Canabarro manda formarem a tropa e lê a seguinte proclamação: “Concidadãos”!

             “Competentemente autorizado pelo magistrado civil a quem obedecíamos (ele se referia a Vasconcelos Jardim, presidente da República Farrapa) e na qualidade de comandante-em –chefe, concordando com a unânime vontade dos oficiais sob o meu comando, vos declaro que a guerra civil que há mais de 9 anos devasta este belo país está acabada. A cadeia de sucessos por que passam todas as revoluções tem transviado o fim político a que nos dirigíamos, e hoje a continuação de uma guerra tal, seria o ultimato da destruição e do aniquilamento da nossa terra. Um poder estranho ameaça a integridade do Império (Canabarro referia-se às conturbações externas na área platina) e tão insólita ousadia jamais deixaria de ecoar nos corações brasileiros. O Rio Grande não será retrato o teatro de suas iniquidades e nós partilharemos a glória de sacrificar os ressentimentos criados no furor dos partidos, ao bem geral do Brasil.

              “Concidadãos! Ao desprender-me do grau que me havia confiado o poder que dirigia a revolução, cumpre-me assegurar-vos que podeis volver tranquilos ao seio de vossas famílias. Vossa segurança individual e vossa propriedade estão garantidas pela palavra sagrada do monarca e o apreço de vossas virtudes, confiado ao seu magnânimo coração.

“União, fraternidade, respeito às leis e eterna gratidão ao ínclito presidente da Província, o Ilmo. e Exmo. Sr. Barão de Caxias, pelos afanosos esforços que há feito na pacificação da província.

                Campos em Ponche Verde, 28 de fevereiro de 1845.

                Davi Canabarro”.

                No dia seguinte, 1 de março de 1845, o barão de Caxias – ciente de que os republicanos haviam aceito as cláusulas – faz sua proclamação, selando a paz:

                “Uma só vontade nos una, Rio-grandenses! União e tranquilidade seja, de hoje em diante a nossa divisa”. (pesquisa: Spalding, Walter, A Revolução Farroupilha).

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