PRIMEIRO DE MARÇO DE 1845: ASSINATURA DA PAZ DE PONCHE
VERDE!
No dia
25 de fevereiro de 1845, no acampamento da Carolina em Ponche Verde (município
de Dom Pedrito), os oficiais farroupilhas sob o comando do general Davi
Canabarro, recebem Antônio Vicente da Fontoura, recém-chegado da Corte do Rio
de Janeiro, onde foi ter, como representante da República Rio-grandense, para
tratar da pacificação com o Império do Brasil. Ele lê para aprovação ou não
pelos oficiais, as condições estabelecidas para a paz. As cláusulas já haviam
sido aprovadas pelo Barão de Caxias, presidente da província do Rio Grande do
Sul (lado Imperial). Os farroupilhas também
as aceitam, por unanimidade, com restrições por parte do general Antônio de
Souza Neto.
Três
dias depois o comandante em chefe, Canabarro manda formarem a tropa e lê a
seguinte proclamação: “Concidadãos”!
“Competentemente
autorizado pelo magistrado civil a quem obedecíamos (ele se referia a
Vasconcelos Jardim, presidente da República Farrapa) e na qualidade de
comandante-em –chefe, concordando com a unânime vontade dos oficiais sob o meu
comando, vos declaro que a guerra civil que há mais de 9 anos devasta este belo
país está acabada. A cadeia de sucessos por que passam todas as revoluções tem
transviado o fim político a que nos dirigíamos, e hoje a continuação de uma
guerra tal, seria o ultimato da destruição e do aniquilamento da nossa terra.
Um poder estranho ameaça a integridade do Império (Canabarro referia-se às conturbações
externas na área platina) e tão insólita ousadia jamais deixaria de ecoar nos
corações brasileiros. O Rio Grande não será retrato o teatro de suas
iniquidades e nós partilharemos a glória de sacrificar os ressentimentos
criados no furor dos partidos, ao bem geral do Brasil.
“Concidadãos!
Ao desprender-me do grau que me havia confiado o poder que dirigia a revolução,
cumpre-me assegurar-vos que podeis volver tranquilos ao seio de vossas famílias.
Vossa segurança individual e vossa propriedade estão garantidas pela palavra
sagrada do monarca e o apreço de vossas virtudes, confiado ao seu magnânimo
coração.
“União, fraternidade, respeito às leis e eterna gratidão ao
ínclito presidente da Província, o Ilmo. e Exmo. Sr. Barão de Caxias, pelos
afanosos esforços que há feito na pacificação da província.
Campos
em Ponche Verde, 28 de fevereiro de 1845.
Davi
Canabarro”.
No dia
seguinte, 1 de março de 1845, o barão de Caxias – ciente de que os republicanos
haviam aceito as cláusulas – faz sua proclamação, selando a paz:
“Uma só
vontade nos una, Rio-grandenses! União e tranquilidade seja, de hoje em diante
a nossa divisa”. (pesquisa: Spalding, Walter, A Revolução Farroupilha).
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