quinta-feira, 26 de março de 2015

                 SE NÃO ESTIVESSE TÃO FORA DE MODA...

Ia falar de AMOR. Daquele amor sincero, olhos nos olhos, daqueles momentos que, só quem amou um dia, conhece bem. Daquela vontade de repartir, de conquistar todas as coisas, mas não para retê-las, no egoísmo material da posse, mas para doá-la no sentimento do amor, o amor que constrói, o amor que não mata, o amor fraternal, enfim...
                SE NÃO ESTIVESSE TÃO FORA DE MODA...
Ia falar de SINCERIDADE. Sabe aquele negócio antigo de fidelidade... respeito mútuo...aquelas outras coisas que deixaram de ter valor? Aquela sensação que embriaga mais do que a bebida; que é ter, numa mesma pessoa, a soma de tudo que, às vezes, procuramos em muitas...
A admiração pelas virtudes e a aceitação dos defeitos, mas, sobretudo, o respeito pela individualidade, que até julgamos nos pertencer, mas que cada um tem o direito de possuir...
                SE NÃO ESTIVESSE TÃO FORA DE MODA...
Ia falar de AMIZADE. Na amizade que deve existir entre duas pessoas que se querem bem... o apoio, o interesse, a solidariedade de um, pelas coisas do outro e vice-versa. A união, além dos sentimentos, a dedicação de compreender.
                SE NÃO ESTIVESSE TÃO FORA DE MODA...
Ia falar de FAMÍLIA. Essa instituição que ultimamente vive a beira da falência, sofrendo contínuas e violentas agressões. Pai, mãe, irmãos, filhos, lar...
Aquele bem maior de ter uma comunidade unida pelos laços sanguíneos e protegida pelas bênçãos divinas. Um canto de paz no mundo, o aconchego da morada, a fonte de descanso e a renovação das energias... A realização da mais sublime missão humana de sequenciar a obra do Criador... E depois, eu ia até, quem sabe, falar de algo como...a FELICIDADE.
Mas é uma pena que a felicidade, como tudo mais, há muito tempo já esteja tão fora de moda e tenha dado seu lugar aos modismos da civilização...
Ainda assim, gostaria que a vida fosse repleta dessas questões tão fora de moda e que, sem dúvida, fazem a diferença!
Afinal, que mal faz ser um pouquinho “careta”?

     (Carta do X Encontro estadual da Juventude Gaúcha, de 2001 em Alegrete).

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