VIVÊNCIA DO EVANGELHO EM FAMÍLIA.
A família é o núcleo básico da
sociedade. Para entendê-la é preciso abrir o coração para o amor e a mente para
a sabedoria espiritual. Na sociedade, o homem vive o mundo da persona, tudo
cheio de máscaras. Em família ele se revela o mais próximo possível de sua vida
real.
Quando vemos e analisamos o vício
de alguém e o fazemos na perspectiva moralista, vendo-o como um mal em si,
desconectado da totalidade existencial do indivíduo, poderemos atingir somente
a superficialidade do problema. Aqueles que se constituem em intérpretes do
evangelho, devem buscar evitar se transformarem em profetas do apocalipse. O
vício, o erro ou mesmo uma atitude inadequada devem ser considerados como parte
de um contexto maior que sua ocorrência. O combate a eles não se devem limitar
a advertências punitivas, mas entender e principalmente levar a pessoa à
reflexão sobre os motivos que a levaram a tal cometimento.
A profilaxia dos desequilíbrios
humanos ou daquilo que o torna infeliz e que gera a ausência de paz inicia-se na
medida em que desperta para se questionar. Propor medidas comportamentais para
resolver tais problemas é como pular ou saltar um degrau importante da escada
natural de crescimento espiritual do ser humano.
O evangelho de Mateus, cap. 5
vers. 14, é fundamental ser repensado: vós sois a luz do mundo; não se pode
esconder a cidade edificada sobre um monte. Portanto, apontar caminhos
exeqüíveis com o fim de transformá-los em virtudes a partir de seu próprio
exemplo.
Médico, cura-te a ti mesmo. Jesus
propõe que o curador se cure, isto é, que sua fala seja dirigida a si mesmo.
Seu exemplo pessoal é a verdadeira mensagem que passa. A fala do Cristo
demonstra segurança e autoconfiança em si mesmo. Ele se expôs diante da
Sinagoga sem esconder suas capacidades e disse para que veio. E nós devemos ter
o equilíbrio e autodeterminação suficientes para assumir nossas
responsabilidades em família.
Quais os valores que devem
nortear a formação de um lar? Oriundos da religião? Das tradições familiares?
Do meio social? Dos filmes e livros? Talvez devamos escutar o coração e
perceber uma mensagem divina, gravada pelo criador da vida. Raramente
conseguimos escutá-la. Estamos muito ligados ao mundo material.
Ouvimos muito sons, prestamos
atenção no mundo para podermos dominá-lo, mas dificilmente ouvimos nosso
coração, nosso íntimo. Daí parte as intuições que nos elevam, nos fazem
divinos. É de lá que vem a mensagem e os valores que devem nortear nossa
caminhada evolutiva.
Escutar esse canto divino
pressupõe silencio, humildade e confiança. A cada momento, em cada segundo de
nossa vida, ele envia um pulso que permite-nos enxergar melhor o mundo, nos
fortalecendo para os desafios que ele promove. As religiões são importantes, se
suas lições são passadas com amor e não somente o teor dogmático.
O maior valor que se deve
vivenciar num lar e passar adiante aos filhos é a amorosidade para com os
outros, para com a vida, para consigo mesmo e para com Deus.
A sociedade está sempre em
mudança de costumes e de valores. Não é diferente da família. Nesta é mais
sutil. A família hoje se constitui mais pela atração entre pessoas do que pela
necessidade de transmitir valores de um determinado clã para seus descendentes.
Os problemas de relacionamento, de efetividade, financeiros, são a tônica do
mudo moderno. Os valores morais, a serem repassados aos filhos, estão em
segundo plano.
Princípios como o amor, a
caridade, a fé, a fraternidade e a paz são fundamentais e básicos para a compreensão
dos valores reais. - Do amor vem o respeito ao outro. - Da caridade, vem a
renúncia em favor de alguém. - Da fé, extraímos a crença no ser humano como
capaz de superar limites e vencer desafios. - Da fraternidade, vem a
aproximação e o maior contato com o mundo do outro. - Da paz, vem a capacidade
de ouvir o outro, dele fazer parte do nosso mundo.
Emitir bons pensamentos, desejar
a paz e equilíbrio para alguém é uma emissão psíquica de força inigualável.
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