AINDA DIVAGANDO!
Amigo, faça um costado para
este parceiro de lida. Não me deixes matear solito guardando este sentimento
que rumina minha alma, num desespero sem fim.
A solidão não
pode ganhar vida na alma do vivente, que não nasceu para ser cabresteado no
sovéu das inverdades, que deixam nublados os olhos do futuro indigente.
Gaúcho, o homem do cantar
triste, no dizer do poeta cachoeirense Aurélio Porto, é uma marca desta terra,
que hoje parece sem dono, desmentindo o mítico Sepé Tiarajú, que firmou garrão
nestas plagas, vendendo com a própria vida sua ânsia de liberdade, de querência
e pátria.
Nosso respeito aos hermanos
da pátria amada, mas precisamos da honra de nossos avoengos lendários, verdadeiros
centauros, na mistura homem-cavalo, desbravando planícies, canhadas e capões de
mato.
À ferro e fogo, guardamos nossas fronteiras pela unicidade de convicções,
amalgamadas nas muitas lutas sangrentas, que enlutaram almas e corações.
Que a voz de Sepé ainda retumbe, fazendo eco
em nossas almas vazias e sem emoções. Que possamos, agora sim, através dos
mates conversados, entendermo-nos como seres humanos, sem precisar buscar os
atavismos continentinos, as heranças barbarescas que enodoaram este chão, onde
o verde é mais verde, e o céu é mais azul!
Que a anterioridade de nossas
paixões, nos instintos latentes da ancestralidade atávica sejam banidos, e que
os sentimentos, finalmente desabrochem num novo porvir, agora numa grande roda,
no verdadeiro mosaico de nossa formação primeva e o sentimento quintessenciado,
atinja a meta almejada, os píncaros do amor!
O amor, que
unirá homens numa só invernada, com um só comando, com blandície e nossa gente
triunfante poderá gritar: “Esta terra tem dono”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário