SAUDADE DA QUERÊNCIA!
Querência é a seiva da água límpida
a correr na mata virgem, quando a nata da natureza intocada floreia no jardim das
miragens inoculadas da brisa suave, a trespassar na aquarela de cores, na insofismável
beleza da criação Divina.
É o Éden
sonhado pelos ideais do homem na utopia dos tempos de hoje, onde a correria
para chegar, não se sabe onde, leva o vivente para a hecatombe do despenhadeiro
sem fim.
No entanto,
a soledade das delicias perdidas nas memórias latentes, vez por outra, se
sobressaem às amarguras das intempéries nos solavancos soturnais, nos
insensatos torvelinhos da gesta campeira, quando a força do braço não atinge
mais, a grande redondilha da vida.
A saudade
de antanho, volta a galope ferindo o coração numa mágoa estreita, o tridente
fere, e a alma chora no estribilho da canção, pelo sentimento de abandono nas
entrelinhas da tristeza que toma conta do ser!
Não terá
mais solução, na agonia da última tropeada do ser utópico? E os pirilampos que
iluminam os campos nas noites de breu, da grande pampa, serão extintos? Entretanto,
as brumas do amanhecer, aguardando o sol nascer, indicam que tudo volta ao
normal, no horizonte da vida que reinicia.
Se assim
não acontecer, não terá mais solução. Portanto, a querência ainda está aí com
todo seu esplendor. É preciso, pois, virar a pagina e fazer nova escrita, no
folhetim da vida integral no seu triunvirato maior: matéria, sopro e seiva, num
complemento final da sina que segue, como fruto sazonado do vai e vem, à
volitação da liberdade como desiderato alcançado.
Pensemos
nisso!
ANTONIO
PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.
(Email, toninhosantospereira@hotmail.com;
Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com; Twittter, toninhopds).
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