quarta-feira, 18 de outubro de 2023

 

                                            DIGITAL OU ANALÓGICO!

             

              Nos meus devaneios, me ponho a pensar nos dias que vivemos, em que tudo que aparece aos nossos olhos, são coisas que até há poucos anos nem  pensávamos.

              É a chamada era digital que corre vertiginosamente em nossa direção tomando conta de tudo e de todos. Tudo agora é computador, o celular cada vez mais, fazendo tudo e as pessoas tentando se atualizar e muitas vezes, não conseguindo alcançar o avanço do progresso.

              Tudo isso tem me assustado por demais, até porque, sou chamado de retrógado, conservador até. No entanto, estes adjetivos não me preocupam porque sinto no meu âmago, que toda a humanidade precisa sim desse progresso tecnológico. Entretanto, estamos também digitalizando os nossos usos e costumes. Tudo agora é relativo. O certo e o errado, que a nossa consciência nos diz, está sendo relativizada.

              A ética e a moral que foi estudada desde tempos imemoriais, nos tráz nos tempos mais atuais, a pessoa do grande Immanuel Kant que viveu no sec 18 e que influenciou grandes filósofos da atualidade. Sua ética se fundamenta exclusivamente na razão. Diz ele: “as regras são estabelecidas de dentro para fora a partir da razão humana e sua capacidade de criar regras para sua própria conduta.”

              Superam-se os interesses pessoais e impõe-se o ser moral, o dever. Ele é o principio supremo de toda moralidade. O homem quando pensa em fazer algo, ele deve se perguntar: se o que eu vou fazer,  toda a humanidade fizesse também, seria bom? Se a resposta for não, então não vou fazer. É a consciência moral que é um fato indiscutível e dela surge o sentimento de respeito à lei consciencial.

              Trago agora para as minhas reflexões. Será que preciso de um fiscal me cobrando o que devo ou não fazer? Cidadão educado não precisa ser fiscalizado. Educação moral é isso. É também a ética mais abrangente que está dentro de nós, latente e que precisa ser acordada.

              Por isso, os bons costumes de nossos antepassados,  não pode se tornar digital, as virtudes de nossas famílias, não pode ser digital, a nossa casa, não pode ser digital, nossa família não pode ser digital, porque precisa voltar a cultivar a casa como um verdadeiro lar, onde as  paredes não correm água do desgosto, da tristeza, da desavença, da depressão que mata cada dia mais, pelo desamor do tudo pode, tudo posso fazer. (já que o fulano faz, também posso).

              Mister se faça desmistificar a globalização de usos e costumes. Que a nossa casa se torne de novo um lar analógico para que continue sendo a sociedade em miniatura e a tradição da família reunida se pronuncie como um futuro de amor e paz.

Em síntese, sejamos digitais na evolução, mas não esqueçamos da tradição no nosso imo. A tradição é cultura e cultura é a alma de um povo. Não deixemos a casa dos pais, nem dos avós, se fecharem.

              Pensemos nisso!


ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Tradicionalista.

 

terça-feira, 5 de outubro de 2021

                                          MOMENTOS!

A vida é apenas um momento? Será que aquilo que eu tenho é realmente meu? Inescrutáveis são os caminhos da existência. Como caminhar então por estradas tão tortuosas, desconhecidas ou por veredas de belos jardins!
O que faço nesse interregno até atingir o destino traçado? As escolhas são minhas.
Os atalhos floridos podem ser perigosos, com armadilhas subrreptícias disfarçadas de risos que podem transformar-se em gargalhadas sarcásticas, bombardeando nossas mentalidades de desajustes inglórios, quando incautos enveredamos pelas facilidades estonteantes das bondades hipócritas, desenhadas em nossa retina, parecendo firmar-se como matiz de indolores regaços, mas que, no entanto, nos levam a devaneios sombrios.
Aí então, esta carreira de cancha reta, está definitivamente perdida.
Por isso, estaco e volto na antiga e conhecida trilha cheia de espinhos e obstáculos, parecendo intransponível, contudo ao vencê-la, sinto o sabor da vitória conquistada passo a passo no longevo da esperança e na galhardia dos atos, formando um cabedal de caráter inequívoco, nos convencimentos da alma enobrecida.
Inferindo, a vida não é fugaz, são sim momentos que ficam na memória imortal do vivente deste orbe. Não obstante, a marca é só tua.
E a saudade? Levo comigo, como o amor que fica, no termo inconsolável dos prantos que correm como águas rápidas, no salseiro das amarguras chorosas, no ínfimo refolho de nossa interioridade.
Canto a milonga saudade, na marca indefectível dos momentos vividos, na felicidade luminosa dos campos Elíseos, como viajor dos espaços incomensuráveis da Criação Divinal.
ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.
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terça-feira, 16 de março de 2021

PANDEMIA. Estamos vivendo uma época nunca vista nas gerações atuais com um vírus mortal atingindo milhões de pessoas em todo o planeta. Com tudo isso fiquei a maturar quando tudo começou, porque começou e quando terminará? Numa previsão espiritual do grande médium brasileiro Chico Xavier, ele antevia que a terra teria um prazo de 50 anos, desde o dia em que o homem foi à lua, isto é, em 20 julho de 1969, para que o homem aprendesse a viver com fraternidade. Se isso não sucedesse, aconteceria a hecatombe da terceira guerra mundial que devastaria o globo. O prazo se extinguiu em 20 de julho de 2019 e aparentemente nada aconteceu. Mas aconteceu sim...o que não aconteceu foi a terceira guerra de extinção, mas um vírus letal veio de mansinho atingindo toda a humanidade. O que houve afinal? O progresso na área humanitária fez com que aquela guerra sanguinolenta de destruição fosse substituída por uma outra guerra, agora silenciosa, mas de um aprendizado total. Ao invés de bombas nucleares destruidoras da natureza e pessoas, chegou um simples vírus como já havia acontecido em 1918, logo após a primeira guerra mundial. Como no passado longínquo, tudo passou e agora, tudo passará, só o Cristo como Espirito Maior não passou e não passará. Ele continua no comando dessa grande nau e sob sua égide, haverá o reajustamento de todos os valores humanos perdidos no tempo da inconsistência, iniquidade e olvido da sua misericórdia. Unamo-nos evenceremos esta batalha. A humanidade teve nova chance porque ainda não aprendeu tudo que teria, principalmente no que tange a universalidade dos ensinos do grande governador deste orbe. O Cristo Jesus. É mister que vivamos como irmãos que somos perante o Pai Celestial. Este é o grande ensinamento para refletirmos sobre tudo que está ocorrendo. As religiões estão ainda se digladiando, cada uma com sua verdade. Religião que prega cizânia entre pessoas, povos e nações não é religião na legitima acepção da palavra. Por isso, a palavra de Emmanuel no livro A Caminho da Luz, na psicografia de Francisco Cândido Xavier recebida em 1938, que diz, a nova era, que ora se inicia, é necessário resgatar a “ Alma Divina” das religiões. Ser religioso é ser irmão de cada ser humano. Ser religioso é amar incondicionalmente, ser religioso é praticar a caridade na sua pureza mais quintessinciada. Aí está o grande ensino da pandemia. Quanto antes aprendermos a lição, mais rápido sairemos dela. É isso que o Mundo Maior aguarda nesta grande transição. “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximos como a si mesmo”. A grande Lei está aí...vamos aprende-la? ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor.

sábado, 7 de novembro de 2020

 

´                                                                         FELICIDADE!

              Zoroastro, místico que teria vivido por volta do sec.VII a.C na região dos atuais, Irã e Afeganistão, criou uma doutrina religiosa, o Zoroastrismo que se baseava numa luta permanente entre o bem e o mal. O bem, incluiria tudo que fosse agradável ao homem: beleza, justiça, felicidade, etc. No final dos tempos, haveria vitória definitiva do bem.

A missão dos homens, seria apressar essa vitória final, através de uma conduta individual correta.

              Confúcio, na mesma época, na Índia, enfatizava o disciplinamento das relações sociais como elemento fundamental para se atingir a felicidade.

Por volta do sec. VI a.C, Sidarta Gautama cria o Budismo tendo como tema central a felicidade. Para o Budismo, a felicidade é a liberação do sofrimento. Segundo o ensinamento Budista, a suprema felicidade só é obtida pela superação do desejo em todas as suas formas.

              O filósofo grego Aristóteles, que viveu no sec. a.C; a felicidade estaria no equilíbrio, na harmonia.

              Epícuro, filosofo grego que viveu nos sec. IV e III a.C, defendia que a melhor maneira de alcançar a felicidade é através da satisfação dos desejos de uma forma equilibrada, que não perturbe a tranquilidade do indivíduo.

              Pirros de Élis, filósofo grego, contemporâneo de Epicuro, também advogava que felicidade residia na tranquilidade, porém divergia quanto de se alcançar a tranquilidade. Segundo ele, a tranquilidade viria do reconhecimento da impossibilidade de se fazer um julgamento válido sobre a realidade do mundo. Este pensamento é relacionado historicamente à escola do Ceticismo.

              Outra escola filosófica, o Estoicismo, também defendia a tranquilidade, como meio de se alcançar a felicidade, segundo esta escola, a tranquilidade poderia ser atingida através do autocontrole e da aceitação do destino.

              Jesus Cristo, defendia o amor como elemento fundamental para se atingir a harmonia em todos os níveis, inclusive no nível da felicidade individual – Cristianismo.

              Maomé, no sec. VII, na Península Arábica, enfatizou a caridade e a esperança numa vida após a morte como elementos fundamentais para uma felicidade duradoura, eterna.

              A felicidade é um estado durável de plenitude satisfação, equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem ainda a conotação de bem-estar espiritual ou paz interior.

 

 

                                                      EU VI!

 

Eu vi, em 30 de maio de 1431, Joana D’Arc ser queimada na cidade de Ruão (França) aos 19 anos de idade, por ordem da Inquisição Inglesa, que a acusou de heresia e bruxaria. Ela foi canonizada em 1920.

Eu vi a chamada Idade Média, mil anos de escuridão, quando uma simples desconfiança, os fiéis súditos eclesiásticos faziam valer sua autoridade em nome de um Cristo vingativo e cruel. Foram no mínimo milhares de mortos sob o fogo, para expurgar o demônio.

Eu vi, chegar a Idade Contemporânea e com ela nos dizemos pessoas inteligentes. Eu vi irmos à lua, conquistarmos o espaço, estarmos em pleno tempo quântico, criarmos clones de nós mesmos. Eu vi nos comunicarmos instantaneamente com todo o planeta e nos concebermos, como ser humano, na acepção legitima da palavra.

Eu vi os últimos dias, no entanto, cenas da idade média. Em toda a nossa Pátria, chamada do Evangelho e por muitos, considerada “coração do mundo”, e em todo o nosso Planeta Azul, eu vi como dantes muitos viram, o dantesco surgindo, como se tivéssemos voltado ao passado longínquo da inquisição romana.

Não, ninguém foi queimado em fogueira atroz visível a olho nu. Mas eu vi, línguas de fogo da inquisição hodierna a cuspirem sua ira e sua violência numa vil e ferina acusação de “heresias” dos novos tempos.

Eu vi, eu vejo ainda hoje no alvorecer da Nova Era, os ódios ainda florescendo no arcabouço da dureza de corações empedernidos, da ainda, vivência de eras primitivas do globo terrestre.

Eu vi o julgamento do pretérito voltar e senti de novo na própria pele o queimar do fogo inclemente a dilacerar as carnes num gozo impar dos algozes!  Seremos os novos juízes da inquisição? Nas dificuldades se conhecem as pessoas.

Eu vi o meu povo transformado e transtornado no primeiro obstáculo encontrado, eu vi as trombetas a tocarem o hino do Aqueronte, o rio da morte, no desespero da vida a esvair-se.

Eu vi e fiquei acabrunhado, triste... os rostos crispados dos meus irmãos que me fez sentir o antanho irracional, que já vivemos e que deveríamos ter extirpado do nosso imo!

Vivemos algo nunca experimentado por esta geração. A pandemia que assusta o mundo, mas que veio para libertar-nos dos atavismos de outrora numa demonstração clara do amor do Pai para conosco. Ao invés de uma guerra nuclear devastadora está nos trazendo o ensinamento através do amor que Ele tem, nos fazendo refletir e mudar o nosso interior fazendo cumprir a Lei maior da fraternidade universal!

O Cristo disse: “Não julgueis para não serdes julgados”. O amor é o meu dardo!

“O olho por olho e dente por dente” não cabe mais. Por isso, sejamos fraternos, façamos a nossa mea-culpa, busquemos a paz que tanto almejamos e que, às vezes, nós mesmos nos afastamos dela.  Pensemos nisso!

ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS- Professor e tradicionalista.

 

 

                                                             MEU PAGO!

              Ao pago santo ofereço meu preito, no recriar de fronteiras na liberdade de anseios refreados na prisão de sentimentos, nas refregas temporais de outros tempos e que trazemos incontinente à atualidade.

              Na incongruência da sociedade atual, vivo a dicotomia de um lado e outro sem saber, muitas vezes, que rumo seguir. Busco o equilíbrio nos questionamentos que faço, mas parece que estou solito na soledade dos meus devaneios!

              Quanta iniquidade sinto em meus confrades daqui e de lá, quando corações choram angústias indecifráveis e que levam a derrocada na ânsia de se conseguir uma felicidade efêmera à custa de muito ”choro e ranger de dentes”.

              Na carreirada domingueira não posso perder a vaza e tenho que erguer a fronte. Calço de novo as velhas botas e as bombachas surradas das domas que a vida oferece, sigo em frente, porque não posso parar. Quem para, cai e levantar, as vezes custa caro, e sigo para o altar das virtudes “compondo caminhos”, porque sempre posso recomeçar!

              E vejo neste instante, um beija flor a esvoaçar na minha janela e sinto que não estou sozinho. Ah, estou ouvindo também o sabiá laranjeira a cantar alegremente se fartando na ração da minha gata e levando em seu bico, grãos, que por certo, irão alimentar seus filhotes. Isto não é coincidência, com certeza não. Em tudo há a Mão Divina e ela veio me dizer para não desistir das minhas convicções. A natureza se manifesta em tudo, é só sabermos interpretá-la!

              O açoite da modernidade não mais me atingirá e a velha herdade está de volta ao meu frontispício  e visto uma pilha nova que mandei fazer na velha costureira do povoado, só para dias especiais, encilho o meu tordilho da razão, sigo em frente e estendo meu laço com 7 braças para levar comigo, aqueles que ficaram para trás, enrodilhados na tapera dos seus próprios pensamentos. Ninguém fica para remanescente!

Pensemos nisso!