A primeira das Sete Missões
Sete anos
estivera o padre Roque Gonzales de Santa Cruz em Conceição, como atalaia em
posto avançado, sempre com os olhos fitos na margem esquerda do rio Uruguai,
quando em congregação provincial do ano 1626, foi declarado superior das
missões sobre o Paraná e Uruguai, conforme nos diz o padre Carlos Teschauer.
O novo cargo, como se o obrigasse
a atividade mais intensa, não lhe parecia consentir que diferisse por mais
tempo a execução do plano que havia tanto tempo, concebera. Removido algum
tanto os impedimentos, passou o rio e guiado por um catecúmeno, alcançou a foz
do Piratini.
Avançando mais duas léguas,
achou-se em local que lhe pareceu próprio para uma povoação. Soube ganhar a afeição
dos índios e no dia da invenção da Santa Cruz do mesmo ano, depois da missa,
arvorou o símbolo da redenção e tomou posse do sítio, que chamou de São
Nicolau, em deferência ao prenome do provincial.
Logo no primeiro tempo escapou a
dois perigos de vida gravíssimos. Foi o primeiro que, caminhando de noite pela
selva, desencadeou-se medonho temporal e a luz dos coriscos, viu dois tigres,
aos quais mal teve tempo de escapar. O segundo o ameaçou na choça de um índio,
que traiçoeiramente o acabaria a golpes de macana, se Deus não estorvasse ao
malfeitor o criminoso intento.
Como superior
não podia prolongar sua estada na recém-fundada povoação e entregou ao padre
Aragon, o qual soube cativar a estima geral a ponto de poder reunir em três meses,
280 famílias, número quem em breve se elevou a 500 famílias.
Portanto
a três de maio de 1626 foi fundada a primeira das Sete Missões, para muitos
missioneiros, esta seria realmente a primeira fundação do Rio Grande do Sul.
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