quarta-feira, 7 de maio de 2014


             Pela passagem do teu niver, a ti Maria Eufrásia e a todas as mães do mundo!

                Escrever para as mães deveria ser uma obrigação de todos os filhos. Deveria se falar todos os dias. Pois bem, estive a matutar e recordei, mais uma vez, daquela famosa música cantada por Ângela Maria e Agnaldo Timóteo, que todos os anos cantava pra ti, Eufrasinha, dos quais vai uma estrofe:

                Eu te lembro o chinelo na mão,

                O avental todo sujo de ovo,

                Se eu pudesse, queria outra vez, mamãe,

                Começar tudo, tudo de novo!

                Que saudades da nossa rainha do lar. Que saudades dos seus bolinhos de chuva, dos bolinhos de arroz que ela fazia como ninguém, da sua carne de panela, daquele maravilhoso feijão mexido (revirado), do cabo de relho, que era uma mistura de feijão com arroz e outras sobras, de suas panquecas, váfulas, gralhas, daqueles pães gostosos que ela fazia ao forno, só para lembrar um pouco de sua culinária, que ela conservou muita viva, até seus últimos dias dos seus 86 anos.

                Sabem, quando era pequeno lá na minha terra, de quando em vez, na calada noite, quando não havia lua e tudo era um breu, (não havia luz elétrica), dava um medo que toda criança sente (história de assombrações, mula-sem-cabeça, boitatá, etc.) então fingia que dormia e ela pé por pé, vinha até a beira da cama, com seu lampião a querosene, atenta a tudo e a todos e com seu carinho e sua palavra meiga, dava confiança, dizendo que não tivesse receio, que o Papai do Céu estava ao meu lado.

                Que saudades de sua compreensão de mãe afetuosa, parecia adivinhar as menores preocupações e aflições e sabia com antecedência tudo o que se passava conosco.

                Neste momento de nostalgia, tento expressar a alegria de tê-la tido como Mãe, até porque, enquanto estavas conosco, de repente não tive a humildade e a coragem de dizer do meu amor por ti, do quanto representavas na minha vida.

                Que saudades de ainda dormir nos teus braços, do aconchego do teu regaço, anjo de candura e amor. Por certo ainda hoje, velas por mim e por todos os teus como sempre fizestes, no grande halo que o teu coração magnânimo, conquistou nas esferas divinais.

                Mãe, se eu precisasse uma inspiração, para parâmetro de Maria de Nazaré, mãe do Cristo-Jesus, por certo Mamãe, tu serias esse padrão de mãe exemplar.

                Que saudades mamãe!

Um comentário:

  1. Saudades da minha avó, adorava quando vinha nos visitar com a Teresinha e também quando a visitávamos e antes de dormir comíamos aquele pão de milho que só a vó Eufrásia sabia fazer.

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