A história da indumentária gaúcha se dá em quatro fases, cada uma representadas por uma peça de roupa:
- Chiripá primitivo
- Braga
- Chiripá farroupilha
- Bombacha
Traje Indígena - 1620 à 1730
Quando o homem que veio explorar a América e se vestia à moda europeia aqui chegou, encontrou nos campos índios missioneiros e índios cavaleiros. Os Missioneiros se vestiam conforme indicavam os padres jesuítas. Passaram a usar os calções europeus e em seguida a camisa. Vestiam também uma peça de indumentária não-europeia e provavelmente indígena: "el poncho", isto é, o pala bichará, um poncho feito de lã. Esta peça não existia no Rio Grande do Sul antes da chegada do branco, pois os nossos índios pré-missioneiros não teciam e nem fiavam. Os Padres descobriram a atração que as vestes religiosas e as fardas militares exerciam sobre os índios e distribuíram essas roupas entre eles.
A mulher missioneira, usava o tipoy, um longo vestido formado por dois panos costurados entre si, deixando sem costurar, apenas duas aberturas para os braços e uma para o pescoço. Na cintura, usavam uma espécie de cordão, chamado chumbé.
Os índios cavaleiros eram assim chamados porque prontamente se adonaram do cavalo trazido pelo branco, desenvolvendo uma surpreendente técnica de adestramento e equitação. Usavam duas peças de indumentária absolutamente originais: o chiripá e o cayapi. O chiripá era uma espécie de saia, constituída por um retângulo de pano enrolado na cintura, até os joelhos. O cayapi era um couro de boi, inteiro e bem sovado com o pêlo para dentro, pintado com listras, em cinza e ocre. Era usado nas costas, para esquentar. À noite, servia de cama, estirado no chão. Era também conhecido como quillapi ou toropi.
A mulher, entre os índios cavaleiros, usava apenas o chiripá. No pescoço, colares de contas ou dentes de feras. De peças da indumentária ibérica e indígena, o gaúcho foi constituindo sua própria indumentária.
Traje Gaúcho - 1730 à 1820
Patrão das Vacarias e Estancieira Gaúcha
O primeiro chefe militar rio-grandense tinha mais dinheiro e se vestia melhor. Ele foi também o primeiro estancieiro. Trajava-se basicamente no estilo europeu, com a braga - calças largas e curtas - e as ceroulas de crivo, uma espécie de bordado na peça que se usa por baixo das calças.
Passou a vestir também a bota de garrão de potro, invenção gauchesca típica. Igualmente o cinturão-guaiaca, o lenço de pescoço, o pala indígena, a tira de pano prendendo os cabelos, o chapéu de pança de burro, entre outros.
A mulher desse rico estancieiro usava botinhas fechadas, meias brancas ou de cor, longos vestidos de seda ou veludo, mantilha - um manto fino para se cobrir, xale ou sobrepeliz - um tipo de veste eclesiástica, branca, de tecido fino, que se usava por cima da batina. Os cabelos eram enrolados e presos, e o leque sempre a tiracolo.
Peão das Vacarias e China das Vacarias
O traje do peão das vacarias destinava-se a proteger o usuário e a não atrapalhar a sua atividade - caçar o gado e cavalgar. Normalmente, este gaúcho só usava o chiripá primitivo e um pala enfiado na cabeça. À cintura, faixa larga, negra, ou cinturão de bolsas, tipo guaiaca, adaptado para levar moedas, palhas e fumo e, mais tarde, cédulas, relógio e até pistola. Ainda à cintura, as armas desse homem: boleadeiras, faca flamenga ou a adaga e, mais raramente, o facão.
- Braga
- Chiripá farroupilha
- Bombacha
Traje Indígena - 1620 à 1730
Quando o homem que veio explorar a América e se vestia à moda europeia aqui chegou, encontrou nos campos índios missioneiros e índios cavaleiros. Os Missioneiros se vestiam conforme indicavam os padres jesuítas. Passaram a usar os calções europeus e em seguida a camisa. Vestiam também uma peça de indumentária não-europeia e provavelmente indígena: "el poncho", isto é, o pala bichará, um poncho feito de lã. Esta peça não existia no Rio Grande do Sul antes da chegada do branco, pois os nossos índios pré-missioneiros não teciam e nem fiavam. Os Padres descobriram a atração que as vestes religiosas e as fardas militares exerciam sobre os índios e distribuíram essas roupas entre eles.
A mulher missioneira, usava o tipoy, um longo vestido formado por dois panos costurados entre si, deixando sem costurar, apenas duas aberturas para os braços e uma para o pescoço. Na cintura, usavam uma espécie de cordão, chamado chumbé.
Os índios cavaleiros eram assim chamados porque prontamente se adonaram do cavalo trazido pelo branco, desenvolvendo uma surpreendente técnica de adestramento e equitação. Usavam duas peças de indumentária absolutamente originais: o chiripá e o cayapi. O chiripá era uma espécie de saia, constituída por um retângulo de pano enrolado na cintura, até os joelhos. O cayapi era um couro de boi, inteiro e bem sovado com o pêlo para dentro, pintado com listras, em cinza e ocre. Era usado nas costas, para esquentar. À noite, servia de cama, estirado no chão. Era também conhecido como quillapi ou toropi.
A mulher, entre os índios cavaleiros, usava apenas o chiripá. No pescoço, colares de contas ou dentes de feras. De peças da indumentária ibérica e indígena, o gaúcho foi constituindo sua própria indumentária.
Traje Gaúcho - 1730 à 1820
Patrão das Vacarias e Estancieira Gaúcha
O primeiro chefe militar rio-grandense tinha mais dinheiro e se vestia melhor. Ele foi também o primeiro estancieiro. Trajava-se basicamente no estilo europeu, com a braga - calças largas e curtas - e as ceroulas de crivo, uma espécie de bordado na peça que se usa por baixo das calças.
Passou a vestir também a bota de garrão de potro, invenção gauchesca típica. Igualmente o cinturão-guaiaca, o lenço de pescoço, o pala indígena, a tira de pano prendendo os cabelos, o chapéu de pança de burro, entre outros.
A mulher desse rico estancieiro usava botinhas fechadas, meias brancas ou de cor, longos vestidos de seda ou veludo, mantilha - um manto fino para se cobrir, xale ou sobrepeliz - um tipo de veste eclesiástica, branca, de tecido fino, que se usava por cima da batina. Os cabelos eram enrolados e presos, e o leque sempre a tiracolo.
Peão das Vacarias e China das Vacarias
O traje do peão das vacarias destinava-se a proteger o usuário e a não atrapalhar a sua atividade - caçar o gado e cavalgar. Normalmente, este gaúcho só usava o chiripá primitivo e um pala enfiado na cabeça. À cintura, faixa larga, negra, ou cinturão de bolsas, tipo guaiaca, adaptado para levar moedas, palhas e fumo e, mais tarde, cédulas, relógio e até pistola. Ainda à cintura, as armas desse homem: boleadeiras, faca flamenga ou a adaga e, mais raramente, o facão.
A camisa, quando contava com uma, era de algodão branco ou riscado, sem botões, apenas com cadarços nos punhos, com gola imensa e mangas largas. As botas mais comuns eram as de garrão-de-potro, que eram retiradas de vacas, burros e éguas (raramente era usado o couro de potro, que lhe deu o nome). Essas botas tinha seu pelor aspado, ou o perdiam com o uso. As botas não costumavam durar mais de 2 meses. As esporas mais comuns nessa época eram as nazarenas e as chilenas.
O peão das vacarias não era de muito luxo. Só usava ceroulas de crivo nas aglomerações urbanas. Ademais, andava de pernas nuas como os índios. À cabeça, usava a fita dos índios, prendendo os cabelos e também o lenço, como touca, atado à nuca.
O chapéu, quando usava, normalmente era feito de palha, e mais raramente, de feltro, e de couro cru, este último conhecido como pança-de-burro. O chapéu, qualquer que fosse o feitio, era preso com barbicacho sob o queixo ou nariz. O barbicacho era trançado em couro cru ou cordões de seda.
O peão das vacarias não era de muito luxo. Só usava ceroulas de crivo nas aglomerações urbanas. Ademais, andava de pernas nuas como os índios. À cabeça, usava a fita dos índios, prendendo os cabelos e também o lenço, como touca, atado à nuca.
O chapéu, quando usava, normalmente era feito de palha, e mais raramente, de feltro, e de couro cru, este último conhecido como pança-de-burro. O chapéu, qualquer que fosse o feitio, era preso com barbicacho sob o queixo ou nariz. O barbicacho era trançado em couro cru ou cordões de seda.
Ainda nesta época, aparece o cingidor, hoje conhecido como tirador - uma espécie de avental de sola macia ou couro cru, que o laçador usa a fim de proteger as calças ou as bombachas dos danos que poderia ocasionar o atrito do laço, no momento de prender o animal.
A mulher vestia-se de maneira simples. Saia comprida e rodada de cor escura e blusa clara. Por baixo, apenas usava bombachinhas, que eram as calças femininas da época.
Traje Gaúcho - 1820 - 1865
Chiripá Farroupilha e Saia e Casaquinho
Este período é dominado por um chiripá que substituiu o anterior. O dessa nova fase é em forma de grande fralda, passada por entre as pernas. Este chiripá adapta-se bem ao ato de cavalgar, certamente a explicação para a sua criação. Esse é um traje muito funcional, nem muito curto, nem muito comprido, tendo o joelho por limite, ao cobri-lo.
As esporas deste período são as chilenas, as nazarenas e os novos tipos inventados pelos ferreiros da campanha. Vestiam a bota forte, comum, a bota russilhona e a bota de garrã o, inteira ou de meio pé. As ceroulas são enfiadas no cano da bota ou, quando por fora, mostram nas extremidades, crivos, rendas e franjas. À cintura, faixa preta e guaiaca, de uma ou duas fivelas.
Camisa sem botões, de gola, e mangas largas. Usavam jaleco, de lã ou mesmo veludo, e às vezes, a jaqueta, com gola e manga de casaco, terminando na cintura, fechado à frente por grandes botões ou moedas. No pescoço, lenço de seda, nas cores mais populares, vermelho ou branco. Porém, muitas vezes, o lenço adotado tinha outras cores e padronagens. Em caso de luto, usava-se o lenço preto. Com luto aliviado, preto com petit pois, carijó ou xadrez de preto e branco. Aos ombros, pala, bichará ou poncho. Na cabeça usavam a fita dos índios ou o lenço amarrado à pirata, chapéu de feltro, com aba estreita e copa alta ou chapéu de palha, sempre preso com barbicacho.
A vestimenta da mulher era saia e casaquinho com discretas rendas e enfeites. Tinham as pernas cobertas com meias, salvo na intimidade do lar. Usavam cabelo solto ou trançado, para as solteiras e em coque para as senhoras. Os sapatos eram fechados e discretos. Como joias, apenas um camafeu ou broche. Ao pescoço vinha muitas vezes o fichú (triângulo de seda ou crochê, com as pontas fechados por um broche). Este foi o traje usado pelas ricas e pobres desta época.
Traje gaúcho - 1865 até nossos dias
Bombacha e Vestido de Prenda
A bombacha surgiu com os turcos e veio para o Brasil usada pelos pobres na Guerra do Paraguai. Até o começo do século, usar bombachas em um baile, seria um desrespeito. O gaúcho viajava à cavalo, trajando bombachas e trazia as calças "cola fina", dobradas em baixo dos pelegos, para frisar.
As bombachas são largas na Fronteira, estreitas na Serra e médias no Planalto, abotoadas no tornozelo, e quase sempre com favos de mel. A correta bombacha é a de cós largo, sem alças para a cinta e com dois bolsos grandes nas laterais, de cores claras para ocasiões festivas, sóbrias e escuras para viagens ou trabalho. À cintura o fronteirista usa faixa; o serrano e planaltense dispensam a mesma. A guaiaca da Fronteira é diferente da serrana, por esta ser geralmente peluda e com coldre inteiriço.
A camisa é de um pano só, no máximo de pano riscado. Em ambiente de maior respeito usa-se o colete, a blusa campeira ou o casaco. O lenço do pescoço é atado por um nó de oito maneiras diferentes e as cores branco e vermelho são as mais tradicionais.
Usa-se mais frequentemente o chapéu de copa baixa e abas largas, podendo variar com o gosto individual do usuário, evitando sempre enfeites indiscretos no barbicacho.
Por convenção social o peão não usa chapéu em locais cobertos, como por exemplo no interior de um galpão.
As esporas mais utilizadas são as chilenas, destacando-se ainda as nazarenas. As botas são preferencialmente pretas ou marrons. Para proteger-se da chuva e do frio usa-se o poncho ou a capa campeira, e do calor o poncho-pala. Cita-se ainda o bichará - um poncho de lã forte - como proteção contra o frio do inverno. O preto é somente usado em sinal de luto. O tirador deve ser simples e sem enfeites.
Traje Gaúcho - 1820 - 1865
Chiripá Farroupilha e Saia e Casaquinho
Este período é dominado por um chiripá que substituiu o anterior. O dessa nova fase é em forma de grande fralda, passada por entre as pernas. Este chiripá adapta-se bem ao ato de cavalgar, certamente a explicação para a sua criação. Esse é um traje muito funcional, nem muito curto, nem muito comprido, tendo o joelho por limite, ao cobri-lo.
As esporas deste período são as chilenas, as nazarenas e os novos tipos inventados pelos ferreiros da campanha. Vestiam a bota forte, comum, a bota russilhona e a bota de garrã o, inteira ou de meio pé. As ceroulas são enfiadas no cano da bota ou, quando por fora, mostram nas extremidades, crivos, rendas e franjas. À cintura, faixa preta e guaiaca, de uma ou duas fivelas.
Camisa sem botões, de gola, e mangas largas. Usavam jaleco, de lã ou mesmo veludo, e às vezes, a jaqueta, com gola e manga de casaco, terminando na cintura, fechado à frente por grandes botões ou moedas. No pescoço, lenço de seda, nas cores mais populares, vermelho ou branco. Porém, muitas vezes, o lenço adotado tinha outras cores e padronagens. Em caso de luto, usava-se o lenço preto. Com luto aliviado, preto com petit pois, carijó ou xadrez de preto e branco. Aos ombros, pala, bichará ou poncho. Na cabeça usavam a fita dos índios ou o lenço amarrado à pirata, chapéu de feltro, com aba estreita e copa alta ou chapéu de palha, sempre preso com barbicacho.
A vestimenta da mulher era saia e casaquinho com discretas rendas e enfeites. Tinham as pernas cobertas com meias, salvo na intimidade do lar. Usavam cabelo solto ou trançado, para as solteiras e em coque para as senhoras. Os sapatos eram fechados e discretos. Como joias, apenas um camafeu ou broche. Ao pescoço vinha muitas vezes o fichú (triângulo de seda ou crochê, com as pontas fechados por um broche). Este foi o traje usado pelas ricas e pobres desta época.
Traje gaúcho - 1865 até nossos dias
Bombacha e Vestido de Prenda
A bombacha surgiu com os turcos e veio para o Brasil usada pelos pobres na Guerra do Paraguai. Até o começo do século, usar bombachas em um baile, seria um desrespeito. O gaúcho viajava à cavalo, trajando bombachas e trazia as calças "cola fina", dobradas em baixo dos pelegos, para frisar.
As bombachas são largas na Fronteira, estreitas na Serra e médias no Planalto, abotoadas no tornozelo, e quase sempre com favos de mel. A correta bombacha é a de cós largo, sem alças para a cinta e com dois bolsos grandes nas laterais, de cores claras para ocasiões festivas, sóbrias e escuras para viagens ou trabalho. À cintura o fronteirista usa faixa; o serrano e planaltense dispensam a mesma. A guaiaca da Fronteira é diferente da serrana, por esta ser geralmente peluda e com coldre inteiriço.
A camisa é de um pano só, no máximo de pano riscado. Em ambiente de maior respeito usa-se o colete, a blusa campeira ou o casaco. O lenço do pescoço é atado por um nó de oito maneiras diferentes e as cores branco e vermelho são as mais tradicionais.
Usa-se mais frequentemente o chapéu de copa baixa e abas largas, podendo variar com o gosto individual do usuário, evitando sempre enfeites indiscretos no barbicacho.
Por convenção social o peão não usa chapéu em locais cobertos, como por exemplo no interior de um galpão.
As esporas mais utilizadas são as chilenas, destacando-se ainda as nazarenas. As botas são preferencialmente pretas ou marrons. Para proteger-se da chuva e do frio usa-se o poncho ou a capa campeira, e do calor o poncho-pala. Cita-se ainda o bichará - um poncho de lã forte - como proteção contra o frio do inverno. O preto é somente usado em sinal de luto. O tirador deve ser simples e sem enfeites.
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