quinta-feira, 14 de abril de 2016

OITÃO!

                Na sombra do oitão, vi nascer a vida, que se desenhava longínqua estampa, donde os olhos de piá via a natureza ainda pura, com verdejantes matas, com seu habitat ainda intocável pelas mãos dos homens.
Como eram belas! As coxilhas e canhadas, em soberbas paisagens plantadas pelas Mãos do Senhor do Universo.
Sonho particular, de ideais indestrutíveis, de um caráter moldado por ancestrais de lídima acepção atávica, de respeito a valores que passavam de pai para filho, numa corrente de amarras firmes como tronco de corumilha.
Os centauros eram reais e não imaginários. Eram avatares, que sobrepujavam todos os obstáculos que se apresentassem.
Os araganos, um dia voltavam à terra prometida, como filhos pródigos que um   dia desgarravam-se do poncho paternal.
Metaforicamente, é isso que sentimos nas luzes da cidade que atrai para tantos descaminhos, almas rudes que foram trazidas como mariposas de changas e changas, onde olhos perdidos veem seus filhos cortarem os elos da corrente de antanho, que ficaram nas remembranças de um tempo fugidio e que não volta atrás.
Até quando serão enganados pela factualidade de insensatezes desnorteantes onde o mundo troca de ponta num desdém de umbralinas sombras?
Os teatinos, não dobrarão a espinha e voltarão retemperados pela dura sina do aprendizado cabreiro.
   Embora, nas luzes de ribalta, voltarão ao fundo da invernada, laçando o gado   alçado que um dia perdeu-se no horizonte.
Sim, uma nova alvorada se lhe apresenta com um chamamento aquele sonho que ficara lá atrás, no velho oitão do casario onde nascera, onde um mate será cevado e compartilhado numa roda permanente de paz consciencial!
ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com; twitter, toninhopds).

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