OITÃO!
Na sombra do oitão, vi nascer a vida, que se desenhava longínqua estampa, donde
os olhos de piá via a natureza ainda pura, com verdejantes matas, com seu
habitat ainda intocável pelas mãos dos homens.
Como eram belas! As coxilhas e
canhadas, em soberbas paisagens plantadas pelas Mãos do Senhor do Universo.
Sonho particular, de ideais
indestrutíveis, de um caráter moldado por ancestrais de lídima acepção atávica,
de respeito a valores que passavam de pai para filho, numa corrente de amarras
firmes como tronco de corumilha.
Os centauros eram reais e não
imaginários. Eram avatares, que sobrepujavam todos os obstáculos que se
apresentassem.
Os araganos, um dia voltavam à
terra prometida, como filhos pródigos que um dia desgarravam-se do poncho paternal.
Metaforicamente, é isso que
sentimos nas luzes da cidade que atrai para tantos descaminhos, almas rudes que
foram trazidas como mariposas de changas e changas, onde olhos perdidos veem
seus filhos cortarem os elos da corrente de antanho, que ficaram nas
remembranças de um tempo fugidio e que não volta atrás.
Até quando serão enganados pela
factualidade de insensatezes desnorteantes onde o mundo troca de ponta num
desdém de umbralinas sombras?
Os teatinos, não dobrarão a
espinha e voltarão retemperados pela dura sina do aprendizado cabreiro.
Embora, nas luzes de ribalta, voltarão ao fundo da invernada, laçando o
gado alçado que um dia perdeu-se no
horizonte.
Sim, uma nova alvorada se lhe
apresenta com um chamamento aquele sonho que ficara lá atrás, no velho oitão do
casario onde nascera, onde um mate será cevado e compartilhado numa roda
permanente de paz consciencial!
ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS –
Professor e tradicionalista.
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