quarta-feira, 30 de agosto de 2017

                                                          DEVANEANDO!
                Chama ardente que brota em cada ser, na evolutiva ação perpetrada pela criatura, na senda escolhida pelo livre arbítrio de cada um de nós, quando escolhemos volver à Terra para mais uma experiência nas múltiplas escolhas, do aprendizado constante, nas diversas aparições da vida temporal.
                Uns já foram eu ainda estou aqui. Espero render mais do que já fiz em busca de destinos, muitas vezes mal traçados, pelas incoerências do pretérito delituoso.
                Na busca incessante do melhoramento a que me destinei, claudico na fraqueza dos sentimentos dúbios e na contradição da volúpia nas intempéries da vida, segredada aos ímpios desejos.
                Nada é igual, nem parecido. Tudo se transforma, como já disse Antoine Lavoisier. Se vim da borboleta, passando pelo macaco, até me tornar homo sapiens, também um dia, volitarei como os pássaros o fazem diariamente, numa felicidade sem par e sem igual.
                Numa visão mais profunda e aguçada, serei um novo cocriador na imitação Maior e finalmente, saberei entender o coeficiente sinalizador de um novo mundo mais justo e bom.
                Já aprendi a nadar como os peixes, a voar como os pássaros e por que ainda não aprendi a entender os homens? Porque ainda não me conheço?
                Ainda guri nesta jornada, tenho que aprender com o rastro deixado pelos meus ancestrais que enfrenaram potros e redomões nos rodeios do cotidiano indócil, que a vida é cheia de percalços, de pealos de chuchara e de sobrelombo, nas angústias indesejadas do mal querer.
                E o piazito carreteiro do passado, hoje amargando o amanhã, já guardei meus aperos e me aparto do sonho guri... Mas ainda teimo, embora não possa mais fazer o que fazia. Quero voltar às rondas...  Ainda me vejo dançando milongas, sem fugir da raia num volteio sem fim, como se tudo continuasse como era antes.
                Na noite, encilho o tordilho negro como se tudo voltasse, mas inútil era mais um sonho volátil. Volto à realidade. O tempo é inexorável. Aquilo que passou, passou!
                Queria retornar à minha infância, adoçar o amargo da distância, na busca da inocência da criança indolente que fui, que pensava que o futuro era muito distante, mas hoje volvo ao regaço da minha saudosa mãe, que chora ao me ver e me envolve em seus braços de eterno amor!
                Assim termino mais uma volteada nos meus devaneios!
       ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e radialista.

       (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

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