REPONTE!
Assim
como se reponta o gado na procura das aguadas para saciar sua sede, também repontando
jornada, me vejo às vezes, apegado as reminiscências do taura vago, como são
próprias do índio criado guaxo. Sinto a rebeldia da melena revoando ao vento
quando a cantilena esmorece, assim como acontece todos os dias ao anoitecer.
Desgarrado,
sigo a sina que me foi proposta num tempo anterior e que aceitei de bom grado
não sabendo, no entanto, o que encontraria pela frente. São percalços quase
intransponíveis que escolhi para passar em meu caminho!
Por
isso na introspecção de meu ser, percorro trilhas inconfessáveis, mas a
liberdade me aponta para frente sempre, sigo, não obstante, indomável nos
casarios da vida e sinto as taperas remoendo as entranhas.
A
solidão me abraça então e canto uma milonga na solidão dos ermos, onde o quera
(quéra) se embretou. Malsinado da sorte, me queixo, entretanto encilho meu
pingo e de rédea solta, já estou na picada assombrada, de tantos causos
contados pelos avoengos.
Reponto,
lá na frente uma nova empreitada na cisma de não parar, do teatino de pago em
pago, levando na retina a quimera daquele guri cheio de esperanças num porvir
venturoso.
Que
nada. Tudo parece vazio, assim como minha alma seca pelas amarguras da
existência bruta e abagualada, sem um desiderato na premissa do acordo com o
Avatar da humanidade, em tempos remotos.
No entanto, parece que acordo do
sono profundo que me levou a essas reflexões onde a mágoa sobrevoava meu
interior, como um abutre carnívoro que quer devorar o que sobrou. Ainda bem, que foi tudo um sonho de uma noite mal dormida, porque na madrugada que reponta no horizonte, sinto toda a beleza
à minha disposição.
Inferindo,
te digo parceiro, tudo passa como um sonho irreal, virtual. Assim é a vida, um
dia para lá, outro dia para cá. É preciso,
pois, saber viver e agora estradeio, costeando um capão de mato, encontro
finalmente, a aguada da sobrevivência da alma inquieta e sigo repontando ilusões!
Pensemos
nisso!
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