JEITO ENSIMESMADO!
Canto
do meu jeito, músicas que me ensinaram meus pais, no universo de minha
pequenez, quando ouvia seus conselhos, nas asas que o Senhor me deu e por Ele
sempre irei cantar.
É
meu jeito, assim acanhado, mas, no bordoneio da viola querendona, a inspiração
brota e a retina se alonga buscando novos horizontes, ainda não vistos por
estes olhos, agora firmes na busca dos Divinos acordes!
Mas
ao mesmo tempo penso, do que me adianta a guaiaca cheia, se estou ensimesmado
com as ironias de uma sociedade hipócrita, quando as mentiras mascaram choros e
a visão turba diante da malevolência, que vez por outra, impera dominando
sentidos que adormecem na soledade infame.
Mas
a passarada me chama a atenção do turbilhão a que estava envolvido, volto ao meu
canto triste, porque é assim mesmo que o taura enternece seu íntimo e revolve
suas agruras no sol sangrando na tarde que finda!
O
pago, com certeza está do meu lado. Conspirando, pego de novo as rédeas que norteiam
o meu viver e por trás do brete, me ajeito no silêncio dos mates solitos,
infiro então que não posso decair aos corcovos que a existência obstaculiza à
minha frente.
Canonizo
o nativismo, como cântico à terra que me viu nascer na fumaça dos tições das
brasas vivas que ardem no reponte infinito das amarguentas comunhões, então, caborteio
ilusões, na busca da ultima morada na Estância do Infinito.
Mas,
minha mente rebusca uma réstia de luz que sobrou das reminiscências perdidas e
embora acabrunhado pela iniqüidade momentânea, ergo a fronte na ânsia de
encontrar guarida dos meus ancestrais, renovo a firmeza no caminhar lento, mas
firme, para a posteridade superior!
Por
isso, ensimesmado nas ondas energéticas que se sobrepõe a pusilanimidade,
transporto-me a augusta luz e meu canto sai mavioso na paisagem colorida da
natureza que me cerca linda, indescritível.
Pensemos
nisso!
ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor
e tradicionalista.
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