quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

                                                                    DEGOLA! 

                A Revolução Federalista (Fev 1893, ago de 1895) durou, portanto dois anos e meio e deixou numa população de mais ou menos um milhão de habitantes, doze mil mortos entre maragatos ou Federalistas liderados por Gaspar Silveira Martins e Pica Paus, Republicanos ou ainda Chimangos (ave de rapina do pampa Rio-grandense), tendo como comandante máximo o positivista Júlio Prates de Castilhos, dos quais dois mil somente por degola. Saliento ainda que o nome Pica-Paus dos legalistas vem do uniforme azul e quepe vermelho que eles usavam.
                Quanto à origem da degola, muita aplicada na Revolução supracitada, valho-me do saudoso amigo, historiador e colega de caserna Osório Santana Figueiredo, autor do livro “As Revoluções da Republica”, para dizer que: “consiste em cortar com uma lâmina afiada a cabeça do individuo, por vezes decepando-a do corpo, perde-se no fundo imemorial das eras.
                É uma prática primitiva de vingança e de ódio, que se evidencia pela convicção da morte do condenado, esvaído no próprio sangue, morrendo quase instantaneamente.
                A Bíblia narra o episódio do jovem David, abatendo o gigante Golias com uma pedrada de funda, logo cortando-lhe a cabeça fora, pelos mil anos antes de Cristo. Heródoto narra os costumes do povo Cita, um dos mais cruéis com os prisioneiros de guerra. O guerreiro Cita bebia o sangue do primeiro homem que conseguia abater. Cortava a cabeça de quantos podia matar em combate, para levá-la ao seu soberano.
                Tirava o couro da cabeça do adversário, sovava-o com as mãos fazendo dele guardanapo e forro para bridão do cavalo. Isso lhe dava um título de honra. Aquele que possuísse mais guardanapos de pele de homem era considerado valente e destemido e, quanto maior o número, maior era o prestigio que gozava entre seu povo. “A degola é fruto do ódio vingativo”.
                Na Revolução da Degola aqui no Rio Grande do Sul, entre irmãos, a degola, era também para poupar armas e munições. Não se gasta pólvora em chimango, ditado antigo da nossa terra.
A foto abaixo mostra o tenente coronel maragato, Adão Latorre, um dois mais famosos degoladores da revolução.
Resultado de imagem para foto da degola de adao latorre
     ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

         (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com)

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