TEATINO!
Quando os
sonhos falam mais que a razão, o teatino nos seus alforjes leva as mágoas como
correntes de ventos na tristeza do abraço que não veio e na cisma que enxerga a
porteira aberta, na fuga desenfreada do gado alçado.
Na busca
de reunir a tropa num só potreiro, o índio vagueia no insólito rincão onde a
manada pasta num redil sob o comando do sinuelo que com seu berro, é como se
fosse um cântico na chamada de seus súditos.
É assim
que vive este teatino na espera do boi corneta que leva ao matadouro onde o fio
da carneadeira fará seu mister no desiderato comprometido. São circunstâncias da
vida cotidiana na vida passada à chaira, onde o destino maleva cumpre a sorte
madrasta.
Na charla
charrua, que remete aos viventes da hodiernidade, revê paisagens da lembrança
fugidia, quando ainda a felicidade pairava no horizonte, mas o fiador só deixou
saudades, no lamento da ponta da adaga e o cantador desperta novamente à vacuidade
da existência fútil.
Este é
o sentimento de grande parte da humanidade que não vê futuro porque se arraigou
num pretérito tenebroso cicatrizando a bondade inerente a alma humana.
Mas voltemos
ao presente. Aí está o segredo, peão de estância. Nas milongas das estribeiras,
percorramos caminhos ornados de flores na sensibilidade intrínseca de cada um
de nós e a cordeona dará o alerta, que os corredores da vida são assim mesmo.
Temos dentro
de cada um, a luz como se pirilampo fôssemos e o futuro tão esperado é o
próprio presente, é também viver cada momento numa estampa de índio xucro, como
o terneiro mamão, que corre esbaforido depois de saciar sua fome!
E cheio
de esperanças se espera novo mate, a historia triste ficou para trás, a poesia
retornará como fantasia que agora se torna real, ao adquirir novas forças no
papel preponderante do novo alvorecer que já viceja logo ali.
Pensemos
nisso!
ANTONIO
PEREIRA DOS SANTOS – Professor e radialista.
(email, toninhosantospereira@hotmail.com;
twitter, toninhopds; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).
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