SAUDADE REDOMONA!
O
sol da tarde caindo, bem lindo o céu nessa hora que a luz do dia vai mermando, mermando,
até cair de todo no horizonte fugidio!
É
a solidão da campanha do guapo de antanho, que assombra de quando em vez a alma
rude, mas o chimarrão não o deixa sozinho e no tição da brasa acesa, na trempe
da saudade, suas mágoas desabafa.
Deixei
para trás horizontes e na busca de novas fontes, desenfreado saio. Um dia,
cantarei de novo a beleza deixada, a do largo e meu mate de espera terá
companhia no jujo da maçanilha enfeitando como china caborteira, a vida do peão!
Meu
catre não estará mais vazio e os pelegos aquecerão meu corpo cansado das lides
dos viandantes sem rumo e de destino incerto. Sou parte da querência como centauro
de homem-cavalo em um só, na memória do índio vago, que erra pelas coxilhas e canhadas
infindas, no trote do pingo aguaxado.
Aos
coices, meu coração me leva a lugar algum, pois não vejo mais o verde dos
campos. Meu rancho virou tapera e a coivara tomou conta dos lugarejos e vilas
das minhas saudades!
Aos
arrancos da lembrança, repuxos e um gosto amargo na boca, sobressaem das
agruras que tento cabrestear, mas, nas dificuldades dos retouços da vida maleva,
que escoiceia sem parar como cavalo redomão, changueio sentimentos no flete
fogoso da esperança, que me trás novo alento!
Na
bruaca, escondo os escolhos da vida secas que são restolhos da pregressa existência
vã, que se esvai nos rios, que são lágrimas que de tão salgadas, formam novos mares,
nos recônditos imersos na chucresa da vida gaviona.
Assim
é a vida que segue, na utopia de novos rumos mais alvissareiros, na cancha reta
da carreira que se perde nos escombros da saudade redomona!
Pensemos nisso!
ANTONIO PEREIRA DOS
SANTOS- Professor e tradicionalista.
(Email, toninhosantospereira@hotmail.com;
Twiter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).
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