quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

                                                        SENTIMENTO! 


                No sentimentalismo das relações humanas, sofrendo uma invasão na vida hodierna, como se uma terceirização houvesse tomado conta do presente, em dissonância do amor que também estava ausente, paira no ar dissoluto a dúvida, onde entra o verdadeiro sentir na inconteste Criação!
                São, às vezes, dois corações numa só história. Outras tantas, também se desencontravam.  O que essas almas procuram afinal?
                No verso triste de uma canção, no inverno tenebroso da saudade, a solidão gritará mais forte! Será isto amor, paixão! Mas e a mágoa que está pulsante! Então, não é amor, é posse!
                É verdade, não se pode enganar o coração.
Vibra o amor no ar respirável de olores, das flores que inebriam de suavidade o ambiente, na forma-pensamento mentalizado e elaborado pela essência do Ser imortal que dissemina valores que estão acima de nossa vã filosofia, como dizia o sábio.
Este amor, que vê alem da materialidade inconstante e febril, que sente a verdade muito mais avançada da realidade do hoje, porque a alma humana vibra além da irracionalidade temporal, na eterna presença incorpórea, no universo imponderável.
                Procura-se então a consensualidade destes sentimentos enobrecidos e na geratriz, encontra-se o amor real, verdadeiro que é o fator causal de todas as coisas na Arte Divina que dá vida a tudo que toca.

           ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

                  (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, @toninhopds; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

                                          FORMAÇÃO DO NOSSO POVO!

                Quando vamos acordar para a nossa verdadeira identidade? Parece que malhamos em ferro frio, que pregamos nos deserto!
                O nosso Estado começou a ser forjado, 200 anos após a descoberta do Brasil, por lagunistas, paulistas, espanhóis, portugueses, fluminenses e logo depois por africanos, alemães, italianos, judeus, árabes, poloneses e tantas outras etnias que ajudaram na construção desta verdadeira nação sulista, cujo primeiro município, foi Rio Grande, através do Forte Jesus, Maria, José em 1737.
                Quando observamos as guerras étnicas de muitos povos do planeta, nos perguntamos, onde está a humanidade e fraternidade que deveria nortear a comunidade internacional!
                Ainda assistimos, na nossa região, divisões, como por exemplo: ah, eu sou alemão, sou afro, sou italiano, sou pelo duro (português), mais uma vez nos perguntamos, será que todos nós, não somos gaúchos e brasileiros?
                Repensemos agora, quem foram nossos antepassados, aqueles mesmos que sofreram agruras, dificuldades diversas, derramando seu sangue, para que hoje, unidos pudéssemos elevar o nome da nossa terra, não com picuinhas, com muros levantados de orgulho e presunção, de vaidades escondidas no recôndito do nosso coração, valorizando mais a cor da pele e de pretensas raças superiores, em detrimento do sentimento de amor e paz que deixa a nossa alma leve e feliz.
                Todos nós, na verdade não somos nativos daqui. Somos todos imigrantes neste garrão brasileiro. Esta é a pura realidade. Então o que está faltando? É adquirirmos a nossa própria identidade e pararmos de copiar os outros. Estamos sendo engolidos por costumes alienígenas,  muitas vezes nefastos à nossa cultura.
                Quando a pregação da desagregação familiar é comum em nosso meio, quando as escolas perdem a sua condição de educadora por excelência, na formação da cidadania, quando os pais perdem o seu poder, na maioria das vezes, por desleixo e incúria, sobre os próprios filhos, abandonando-os à sua própria sorte, fica realmente muito difícil, manter intactos, nossos usos e costumes.
                Por tudo isso, devemos ter o devido cuidado em não nos deixarmos corromper pelo poder e pelo dinheiro e entrar naquela: “já que todo mundo faz, eu também posso fazer”. Identifiquemo-nos, pois, como um povo honrado, cultivando os nossos avoengos, porque um povo sem tradição acaba por ser escravo.

                Construamos juntos uma nova era!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016



                   PRIMEIRO FESTIVAL ARTÍSTICO-CULTURAL DE SANTA CRUZ DO SUL.

                Aconteceu no ano de 1961, em nossa cidade a 1ª Exposição Avícola da região. Este evento teve por local os pavilhões de festa da nossa Catedral, na época Matriz.
                Dentro desta Exposição ocorreu o 1º concurso artístico dos CTGs de Santa Cruz do sul. Nesta ocasião existiam as seguintes entidades tradicionalistas: CTG Tropeiros da Amizade, CTG Lanceiros de Santa Cruz, CTG Rincão da Alegria e CTG Trempe da Saudade, da Escola Normal Rural, Murilo Braga de Carvalho.
                Os Lanceiros, recém-fundados tinha ido buscar em Vacaria, o famoso Tio Belizário que, já havia ensinado aos Tropeiros, há algum tempo, 46 danças folclóricas e por isso era o franco favorito, para se sagrar campeão, até porque seus fundadores eram na sua maioria, oriundos do CTG Tropeiros e também por isso, havia uma grande rivalidade entre as duas entidades.
                O concurso se desenvolveria em três modalidades, ou seja, canto (dupla), declamação e dança. Foram ensaios diuturnos e eu, com a saída do mano Flavio Pereira dos Santos, que era o posteiro de danças, fui guindado dos mirins, para posteiro dos adultos. O Flavio foi ser posteiro dos Lanceiros.
                No canto, o mano Cliff Pereira dos Santos, gaiteiro e o Joãozinho no violão, formavam a dupla, os Araganos. Eles haviam perdido o Tio Marciliano José Rodrigues, no violino, que também ingressou nos Lanceiros.
                Foi uma grande festa, com os Pavilhões lotados e uma Comissão Julgadora de gabarito. Lembro-me da saudosa professora e poetiza, Elisa Gil Boroswski e outras autoridades locais.
                O resultado do Concurso foi o seguinte: em 1º lugar, o CTG Tropeiros da Amizade, sagrando-se campeão em canto e declamação e segundo lugar em danças folclóricas. O declamador foi este peão, com a poesia do saudoso poeta Dimas Costa, Fanfarronada. Nesta ocasião, pela primeira vez, o patrão Euclides Pereira Soares, preparou uma garrucha de dois canos e na hora da apresentação, foi um grande susto, quando acionei o gatilho e além do estampido, também fumaça e papel voaram sobre a plateia atônita, que assustada, não sabia, a principio, o que estava acontecendo.
                A dupla os Araganos também ficou em 1º lugar. O 2º lugar geral ficou com CTG Rincão da Alegria que, apresentou a dança do Pericon, muito polemizada, por ser uma dança de origem Uruguaia. O 3º lugar ficou com o CTG Lanceiros de Santa de Cruz, 2º lugar em canto e declamação.
                A volta do campeão para sua sede que ficava no antigo salão Tavares, bairro Arroio Grande, foi com um grande desfile pela cidade. O Sr. Pedro Ferreira a cavalo puxava a frente do carro-ônibus do seu Eugênio Frantz. A chegada ao galpão foi com um grande foguetório e muita comemoração. A taça, a primeira de muitas, deve estar muito bem guardada na galeria de troféus daquela entidade.

                        ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.
                        (Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, toninhopds; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

                                                              CONFLITOS.

                Existem pessoas, que muitas vezes de forma inconsciente, querem se arvorar em defesa da humanidade sofredora, mas de forma errônea, pegando os problemas para si, daquilo que ocorrem ao seu redor ou pelo mundo afora, como traições conjugais, entre outras coisas.
                Então, culpam seus cônjuges que servem como bodes expiatórios e a culpa se espalha para os filhos, fazendo a família inteira sofrer com esta pseudo defesa de outrem.
                Consideramos isso como uma autodefesa precedente ao fato acontecido, isto é, antes que ocorra algo vamos nos prevenir. Sucede que com tal procedimento estamos fazendo sofrer àqueles a quem amamos, sem nenhuma necessidade.
                A nossa autoestima cai e a defesa é o ataque, acusando os outros por aquilo que está em si próprio e os que estão pertos, são os que mais sofrem. É preciso ser mais amável e mais amado.
                 Didaticamente, podemos dividir em duas fases esse comportamento: o ego diminuído e superego valorizado.
No primeiro item, passamos a acusar todo mundo dos fracassos de pessoas que nos rodeiam, criando ao mesmo tempo um escudo ao nosso redor, numa verdadeira autodefesa inconsciente, ficando insensível a todo e qualquer apelo daqueles que, sinceramente querem o nosso bem verdadeiro. É preciso reflexionar sobre isso!
                No segundo item, achamos que podemos consertar todos os erros da humanidade, menos o nosso, é claro. Ativados e cheios da razão, estamos criando fatores conflitantes que podem causar doenças degenerativas e suas consequentes sequelas, assim como, também aumentam as dissensões familiares, as pressões psicossociais, religiosas, culturais e até econômicas.
                Não podemos transformar o mundo, a não ser começando pela própria reforma íntima, isto é, em se “Consertando o homem, consertamos o mundo”.
                Por isso, faz-se mister sair desse casulo e despertar para a emoção superior onde vigora a paciência, onde brota o amor, preenchendo os espaços emocionais, antes ocupados em culpar alguém, pela nossa própria incúria e imprevidência,
                As tendências nobres precisam ser liberadas, enquanto dilui àquelas de natureza inferior.
                Quanto mal evitaria se não ultrapassássemos os limites que o próprio Cristo nos ensinou, quando nos direcionou para a verdadeira caridade!
                “Benevolência para com todos, indulgencia para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas”. (BEINPE).


                                                                 CORRUPÇÃO, EU?


                Analisando corrupção na sua legitima acepção, buscamos no Aurélio, sua concepção: ato ou efeito de corromper, alterar, adulterar, perverter, viciar, tornar podre, suborno...
Então onde tudo começa? Em cada um de nós! Afirmação polêmica talvez, mas, pensemos um pouco!
                Enquanto no trânsito, só para dar um exemplo bem prático, estou aguardando uma vaga para estacionar, sinal ligado e tudo mais. Quando de repente outro automóvel, lógico, dirigido por alguém te ultrapassa e ocupa tua vaga! Há um acordo tácito, social que esta vaga não era dele e, no entanto, ele a ocupou, usurpando o direito moral que era meu!
                Isto é uma forma de corrupção, através de uma atitude ilícita, tirando vantagens para si.
                Não precisa estar escrito em lugar algum, porque está na consciência de cada individuo. No entanto dizem todo mundo faz! E daí respondo: Será que está certo parceiro? Esta atitude não fere a cidadania real?
                 É preciso respeito mútuo em todas as circunstâncias, mínimo que sejam para que possamos conviver pacificamente, sendo gentis, cordiais, sabendo que o outro é igual a nós com os mesmos defeitos e virtudes, as mesmas apreensões, com família que os ama, como a nossa.
                Não obstante tudo isso, vivemos tentando tirar proveito da inocência de nossos irmãos que não tem a nossa “malandragem”, contudo, nosso coração, com certeza, fica amargurado, porque nossa essência é boa, é divina e as consequências, mais dia, menos dia virão em forma de uma melancolia, uma tristeza inexplicável que pode nos levar a uma depressão!
                Portanto, não adianta acusar a outrem, atirar pedras e agredir, se faço as mesmas coisas, se ajo de forma idêntica àqueles, aos quais critico, aos corruptos, que acuso em altos brados, se no íntimo, sou igual: “como túmulo, caiado por fora, mas podre por dentro”!
Se quero mudar o mundo, começo mudando a mim mesmo!

ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

(Email, toninhosantospereira@hotmail.com; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com; twitter, @toninhopds)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

                                                     COISAS DA VIDA!

                Quando eu era pequeno, meu mundo também era pequeno. Meu horizonte era restrito e eu me contentava com muito pouco. Bastavam-me as brincadeiras de mocinho e bandido, colher frutos silvestres, brincar de Tarzan, jogar futebol, nadar nas águas correntes e límpidas do riacho que passava por entre a mata, praticamente virgem e ainda não derrubada, para a construção de casas e apartamentos.
                Responsabilidades, ah! Isto era com os mais velhos, principalmente nossos pais. Quando eu era pequeno, o tempo também era diferente. Não tinha toda essa pressa, andava a pé, andava a cavalo e também de carroça e isto era o máximo.
                Para se andar uma légua, levava-se, mais ou menos, uma hora e ali estava a felicidade. Hoje, parece que perdemos aquela alegria de criança, aquela inocência juvenil. A pressa agora, governa nossa vida, a impaciência impera e queremos chegar logo a todos os lugares.
                Os nossos carros, hoje parecem foguetes. E então, corremos de um lado para outro, feito baratas tontas, para chegar num destino e não fazer nada. Quando vamos à praia, por exemplo, fazemos das nossas estradas, verdadeiras pistas de corrida, depois pegamos uma cadeira, nos esticamos a beira-mar, com todo o tempo do mundo!
Então, por que correr? Quantos diariamente não chegam ao seu destino? É de se pensar, não é mesmo?...
Agora, depois de crescido, o mundo se tornou enorme, aquele meu mundo pequeno, já era. A globalização de tudo, até dos costumes, da má educação, da marginalidade, da inversão de valores, faz com que tudo pareça normal e até nosso interior, já está infectado.
                Será este o preço que teremos que pagar para termos progresso? Dias destes ainda, observando uma turma de jovens de 12, 13 e 14 anos quando saiam de uma escola, fiquei pasmo com sua atitude. Chutavam tudo que encontravam pela frente, jogavam copos de plásticos pelo chão, certamente não com alegria própria da juventude, mas como protesto por algo ou por alguma coisa, que não tinham gostado.
                O mundo deles, certamente não foi e não é igual ao meu, quando eu era pequeno!

          ANTONIO PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.

         Email, toninhosantospereira@hotmail.com; twitter, @toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).