INSTALAÇÃO DA PRIMEIRA ASSEMBLEIA PROVINCIAL.

                As Assembleias Provinciais foram criadas pelo Ato Adicional de 12 de agosto de 1834 e se constituíram na grande expressão do Poder Legislativo nas Regiões Brasileiras sob a égide do Império.

                A instalação da Assembleia Provincial do Rio Grande do Sul ocorreu a 20 de Abril de 1835.

As paixões partidárias tiveram como divisor de águas o presidente da província, Fernandes Braga. A posição governista era defendida principalmente pelo ardoroso Dr. Pedro Rodrigues Fernandes Chaves, formado pela Faculdade de Direito de São Paulo, ex-estudante na Universidade de Coimbra e, circunstancialmente, irmão do Presidente. A seu lado, destacavam-se, Manoel Felizardo de Souza e Melo e o juiz Rodrigo Pontes. Na facção contrária, de forte cunho liberal, exaltada, pontificavam como o do coronel Bento Gonçalves da Silva, o médico, Marciano Pereira Ribeiro, José de Paiva Magalhães Calvet e Domingos José de Almeida.

                Para esta primeira legislatura, foram eleitos cidadãos que, nos anos seguintes assumiram papel preponderante na vida política da província, tais como o padre Tomé Luiz de Souza, Dr. Joaquim Vieira da Cunha, Dr.Francisco de Sá Britto, marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto, major José Mariano de Matos, Francisco Xavier Ferreira, coronel João da Silva Tavares. Como suplentes, entre outros, José Gomes de Vasconcelos Jardim, José Pinheiro de Ulhôa Cintra, coronel Bento Manuel Ribeiro, Professor Antônio A. Coruja e Serafim do Anjos França.

                 Na fala de abertura da Assembleia, instigado por seu irmão Pedro Chaves, o presidente Fernandes Braga, denunciou a existência de um plano oculto com o fim de revolucionar a província e separá-la da comunhão brasileira. “Sua imprudente franqueza chegou ao extremo de acusar individualmente, por pedido que lhe fez a Assembleia, alguns deputados presentes como coniventes neste plano sinistro ou como seus organizadores. Protestos violentos se levantaram imediatamente. Os exaltados defenderam-se energicamente. Esteve iminente um conflito. A tempestuosa sessão terminou mais calma graças aos esforços do Dr. Marciano Ribeiro. Porém, a luta era inevitável e a revolução não podia tardar”. (Coruja Filho)

                Foi aqui que se iniciou a Revolução Farroupilha, deflagrada à madrugada de 19 para 20 de setembro de 1835.