quarta-feira, 2 de abril de 2014


                           MISSIONÁRIOS JESUÍTAS E OS SETE POVOS!

            O litoral do Rio Grande do Sul parece ter sido visitado pela primeira vez por Cristóvão Jacques que, em 1534, veio explorar as costas do Brasil.

            Este acontecimento, entretanto, em nada concorreu para torná-lo conhecido. Os Espanhóis, a seu turno, tentaram algumas expedições no rio Uruguai. Juan Ortiz de Zárate (1573) e Fernando Árias de Saavedra, o Hernandárias,  adelantados (era um tipo de governador) do Rio da Prata, nada conseguiram nesse sentido por terem sido derrotados pelos índios Guaranis. Este último, conhecendo improfícuo o emprego da força, teve a ideia de confiar aos jesuítas à catequização daqueles selvagens. Mas, só em 1618, foi que o governador espanhol Diogo de Gongora, encarregou o jesuíta Roque Gonzales de Santa Cruz de civilizar e incorporar à coroa da Espanha os índios da margem esquerda do rio Uruguai.

            Os jesuítas, desde 1610, tinham fundado as célebres missões de Guaíra e encaminhando-se mais para o sul, tinham também fundado as missões da margem ocidental do Uruguai, em terras do Paraguai. Daí destacou o padre Roque Gonzales, que foi o primeiro a penetrar em terras do Rio Grande em 1619, mas teve de voltar e atravessar de novo para a margem ocidental do Uruguai, deixando para mais tarde o seu projeto de estender as missões pela margem oriental daquele rio.

            Em três de maio de 1626 é fundada, aquela que é por muitos apontados como o início da povoação do nosso estado, São Nicolau, a primeira das sete missões da margem oriental do Uruguai. Realizada esta sua aspiração, o padre Roque, explorou o Uruguai e o Ibicuí e penetrou na região do Tape, que hoje é Cima da Serra. No relatório desta sua viagem encontra-se a mais antiga descrição do Rio Grande do Sul.

            Na redução de Caaró que o padre Roque fundara em 1627, ele foi morto pelos indígenas em 15 de Novembro de 1628. Também foram mortos, nesta mesma ocasião, os padres João de Castilhos e Afonso Rodrigues, os bem-aventurados mártires do Rio Grande. Logo após era o padre Cristóvão de Mendoza, considerado pelos missioneiros, o primeiro tropeiro do Rio Grande do Sul, a cair sob o machado dos Caáguas.

            O fim desastroso do padre Gonzales e de seus companheiros não desanimou os outros missionários jesuítas que prosseguiram a catequese dos índios.

            Eles fundaram ainda as missões de São Miguel, São Luiz Gonzaga, São Francisco de Borja, São Lourenço, São João Batista e Santo Ângelo que contaram com milhares de habitantes e duraram cerca de 150 anos.

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