O Tropeiro José Altivo.
Um tarca
deste Rio Grande que marcou a pata de cavalo as estradas desta terra, estaria
de aniversário no mês de julho. Nascido em 29 de julho de 1889 e partido para a
Pátria espiritual em 28 de julho de 1968, ele deixou uma marca indelével de
conhecimento e sabedoria nos vários setores da vida cotidiana.
Nasceu tropeando,
viveu tropeando e em cima do lombo do cavalo conheceu a querência. De Rio
Pardo, sua cidade natal, até Soledade, fazia sua principal rota de tropas. Como
fazia Rafael pinto Bandeira, também conhecia palma-a-palmo os atalhos dos
caminhos e descaminhos, das coxilhas e canhadas por onde atravessava e ao
simples odor da relva molhada sabia, na noite mais escura, onde se
encontrava...
As árvores e jujo conhecia no
simples olhar e sabia fazer os chás necessários para qualquer mal. na benzedura
era um doutor e seu conhecimento empírico levou para muitos dos seus. Aprendeu homeopatia
e juntamente com sua esposa Maria Eufrásia eram os únicos que, com sua botica, “receitavam”
os remédios. Médicos não haviam por perto.
Depois de
muitas andanças aquerenciou-se em Passo da Laje interior de Barros Cassal, onde
teve uma vasta prole, hoje espalhadas por este Rio Grande afora.
Os novos
horizontes abertos pelo seu Pereira, tio José, Tio Juca, Zé Pereira, serviram
de parâmetro a toda uma nova geração, que hoje ainda se ligam a ele, pelo
exemplo deixado e em Santa Cruz do Sul, fincou o esteio do primeiro pilar do
tradicionalismo, cravado no seio desta comunidade ordeira e trabalhadora.
O legado
desta figura impar, por certo está gravado no frontispício das mentes das
pessoas esclarecidas e que o conheceram, ou ouviram contar, de suas proezas
como personagem imponente, comandando com seu jeito alegre e sincero, paciente
e firme, toda uma plêiade ansiosa por ouvir sua palavra, que inspirava
confiança, acalmava e transmitia ponderabilidade.
O Universo
o levou para a sua Pátria e nós no resgate à sua memória inesquecível, talvez
para lembrar àqueles que esquecem o passado, relegando a figura dos nossos
avoengos, a peças de museu, a planos secundários, olvidando seus feitos, é que
volvemos os nossos olhos, na esperança de ainda o encontrar com seu sorriso amável,
sua voz macia, com toda sua sapiência pra dizer-lhe papai... Nós ainda o amamos
e na reverência da tua importância como ser humano, ainda dizemos... Que
saudades!
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