quinta-feira, 30 de julho de 2015

                                                                 DEVANEIOS!

            A soledade de quando em vez bate à nossa porta, derrubando nossas defesas interiores em devaneios insalubres, descobrindo em sua ânsia avassaladora, que somos uma trindade, como pátria, querência, nação, e ao mesmo tempo uno, nesta união que nos faz seres importantes, neste universo incomensurável.
            Aí cresce nosso respeito aos poetas que versejam e cantam o sentimento que nos vai à alma!
            Cismando, perguntamos: Para onde vamos? Que planos temos? Ou deixamos nos levar naquilo que acreditamos “destino”!
Mastigando, mágoas e dissabores na caminhada de muitos amores, perdidos pelos descaminhos da vista já nublada pelo tempo inexorável, sentimo-nos como uma nau, sem norte e sem timoneiro.
            No entanto, passado os primeiros acordes de primevas lembranças, de um longínquo e tenebroso inverno, de existências escabrosas, finalmente acordamos, nos enlevos milongueados do coração, que agora bate compassadamente, no ritmo binário de nossos passos, que nos levam ao entendimento, de que somos guardiões, desse tempo e do templo, que nos abriga!
            Por isso, no nosso horizonte, agora já visualizamos luz, que nos atinge como um raio de faíscas resplandecentes, fazendo-nos vagalumes, a alumiar caminhos de viajores perdidos, nos descampados mentais a que cada um se colocou, nas sombras das tresloucadas veredas que se embretaram!
            Assim como os pássaros que cantam, mil canções no seu trinar alegre, a vida é como ela é!
Vendo-os gorjear felizes pelos céus infinitos, libertos, volta então à esperança de uma terra decantada e viva, no sonho talvez utópico dos “três em um”, de um só povo, de uma só querência, de uma só nação, de mosaicos diferentes sim, mas com “almas iguais”.
            Chegando ao individual, puxo a brasa, num cerne de angico branco e camboneio a água para mais um mate solito, na consciência que sou um “ato divino”.
            No cosmos indefinível, como semente plantada, assim como a pequena bolota que desabrocha no carvalho gigantesco, numa demonstração que, na natureza tudo se concatena na perfeição a que somos destinados.
            Por isso, sorrio agora, não mais na solidão das minhas relembranças e sim nos entreveros das guitarras e mates conversados, estreitando relações, forjando nos corações, a universalidade da paz, buscada na alma de cada vivente!

            Bueno! Agora, governo meu próprio destino!

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