DEVANEIOS!
A soledade de quando em vez bate à
nossa porta, derrubando nossas defesas interiores em devaneios insalubres,
descobrindo em sua ânsia avassaladora, que somos uma trindade, como pátria,
querência, nação, e ao mesmo tempo uno, nesta união que nos faz seres
importantes, neste universo incomensurável.
Aí cresce nosso respeito aos poetas
que versejam e cantam o sentimento que nos vai à alma!
Cismando, perguntamos: Para onde
vamos? Que planos temos? Ou deixamos nos levar naquilo que acreditamos “destino”!
Mastigando, mágoas e dissabores na
caminhada de muitos amores, perdidos pelos descaminhos da vista já nublada pelo
tempo inexorável, sentimo-nos como uma nau, sem norte e sem timoneiro.
No entanto, passado os primeiros acordes
de primevas lembranças, de um longínquo e tenebroso inverno, de existências
escabrosas, finalmente acordamos, nos enlevos milongueados do coração, que
agora bate compassadamente, no ritmo binário de nossos passos, que nos levam ao
entendimento, de que somos guardiões, desse tempo e do templo, que nos abriga!
Por isso, no nosso horizonte, agora
já visualizamos luz, que nos atinge como um raio de faíscas resplandecentes,
fazendo-nos vagalumes, a alumiar caminhos de viajores perdidos, nos descampados
mentais a que cada um se colocou, nas sombras das tresloucadas veredas que se
embretaram!
Assim como os pássaros que cantam,
mil canções no seu trinar alegre, a vida é como ela é!
Vendo-os gorjear felizes pelos céus infinitos,
libertos, volta então à esperança de uma terra decantada e viva, no sonho
talvez utópico dos “três em um”, de um só povo, de uma só querência, de uma só
nação, de mosaicos diferentes sim, mas com “almas iguais”.
Chegando ao individual, puxo a
brasa, num cerne de angico branco e camboneio a água para mais um mate solito,
na consciência que sou um “ato divino”.
No cosmos indefinível, como semente plantada,
assim como a pequena bolota que desabrocha no carvalho gigantesco, numa
demonstração que, na natureza tudo se concatena na perfeição a que somos
destinados.
Por isso, sorrio agora, não mais na
solidão das minhas relembranças e sim nos entreveros das guitarras e mates
conversados, estreitando relações, forjando nos corações, a universalidade da
paz, buscada na alma de cada vivente!
Bueno! Agora, governo meu próprio
destino!
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