A CHUVA CAI!
A chuva
cai lá fora e com ela a solidão bate. Por que será que a chuva nos trás
lembranças lúgubres ou será que é só comigo?
A
soledade dos meus devaneios poéticos se exprime com o coração apertado de
angústia, como se ela fosse a razão da natureza que chora copiosamente, ante a
iniquidade de seus lídimos representantes: a humanidade.
Será
por isso, este aperto que sinto a invadir as entranhas? Creio que sim.
Que as
tormentas que nos assolam intempestivamente em certas ocasiões, possam também ser
varridas de nossa existência.
Que possamos sentir a brisa
aromática que enlevará o ser interior no cimo das virtudes no limiar de uma
nova era, onde empreenderemos a grande viagem de descoberta do nosso próprio
“eu”.
Incontinente, reverencio agora a
chuva que vem limpar os miasmas criados pela sangria de pensamentos, no
descalabro de paixões ainda a ser domadas, conquanto no imo dos seres, refulge
a luminar experiência, inerentes a seiva viva, que perenemente saluda a vida,
que novamente brota na alma ferida!
Por
isso, tapeio meu chapéu à testa, repechando nas invernias da pampa sulina,
embora ainda sentindo o cantil seco e a ardência na garganta, num desfiar de
auroras que consomem o destino febril, nos dissabores das orgias de sombrias
consequências.
Contudo,
a erva daninha um dia terá fim, na velha jornada estradeira e a galope no pingo
garboso, a trotezito volto às casas, à sombra do velho angico, plantado pelo
meu velho pai, de sofrenaço apear no terreiro, onde o alardear da cachorrada e
a alegria da piazada, virá me trazer finalmente, a paz no sofrido e amargurado
coração!
ANTONIO
PEREIRA DOS SANTOS – Professor e tradicionalista.
(Email, toninhosantospereira@hotmail.com;
twitter, toninhopds; blog, WWW.allmagaucha.blogspot.com).
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