SUBLIME
Eu me
olhava e o meu rosto refletia o teu sorriso, na minha milonga que faço pra ti
na noite trigueira, num soluço entrecortado de lágrimas que saltam dos olhos
num marejar infindo.
Ainda sentindo
o tua vida em minhas mãos e nos bordões do meu violão te vejo a sonhar sonhos
impossíveis, na ânsia de voltar comigo na vivência de antanho, que os anos não
trazem mais.
Oh milonga,
teus acordes me acordam na soledade do gosto amargo da distância que parece
incomensurável. Nem o mate aplaca tal agrura que se engarupa no pingo e
percorre caminhos sem fim.
Toca
milonga, quero senti-la a percorrer cada seiva do meu ser, na insânia das
contradições que por hora evolvem, no subúrbio catalisador da epiderme que
arrepia na intercorrência da tua melodia.
E no
floreio do teu dedilhar, vejo novamente os olhos negros como breu da noite.
Minhas mãos tateiam teu semblante... a milonga te trouxe nos meus versos!
De
regalo, te entrego minha alma na incondicionalidade do amor sublimado do querer
bem, na antologia dos poetas que cantam seus amores na sacralidade de seus
sentimentos.
Amore
del alma, amor da alma que sobrepuja tempos e ventos e vai além do horizonte de
estreitas visões, limitadas por sombrias urzes que um dia se dissiparão, assim
como o sol que renasce a cada dia.
É o
amor eterno que fica e vivifica.
ANTONIO PEREIRA
DOS SANTOS-Professor e tradicionalista.
(Email, toninhosantospereira@hotmail.com;
Twitter, toninhopds; Blog, WWW.allmagaucha.blospot.com).
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