sexta-feira, 22 de julho de 2016

                                                                MEU RASTRO!


                Quando a noite abre a cancela vejo a estrela boeira, parceriando no lamento do cantador que, nos acordes de seu violão, canta o rincão de seus ancestrais que, por sua vez, também cantaram as plagas nativas.
                Guia meus passos, estrela guia dos peões perdidos nas várzeas, nas encruzilhadas e escarpas íngremes. Paro, reflito e faço uma prece para que a inspiração apareça.
                No Rio Grande de campo, coxilhas e canhadas, onde a carqueja viceja também criou a estância e o gosto pela vida guapa.
Me destes o céu, me destes a estrada, me destes a campina onde o brilho dos meus olhos relampeja nos açudes e lagoas da terra, resplandecendo e dando vivas ao novo dia.
Imprimo no caminho a direção do meu rastro e retempero as fibras de aço do meu interior bagual, na firmeza do caráter incólume, aos modismos dos tempos hodiernos.
Quantos já retornaram ao campo santo, sem bendizer seu próprio chão. Por isso, sou sentinela na defesa de princípios e valores tão em desuso.
Baluarte, na defesa das quarteadas da vida, no respeito ao outro, ombreando na lida e na pampa continentina, erigi meu templo, no desfraldar de nossa Bandeira cuja égide brada a liberdade, igualdade e humanidade!

Aí está meu rastro!

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