MEU RASTRO!
Quando
a noite abre a cancela vejo a estrela boeira, parceriando no lamento do
cantador que, nos acordes de seu violão, canta o rincão de seus ancestrais que,
por sua vez, também cantaram as plagas nativas.
Guia
meus passos, estrela guia dos peões perdidos nas várzeas, nas encruzilhadas e
escarpas íngremes. Paro, reflito e faço uma prece para que a inspiração
apareça.
No Rio
Grande de campo, coxilhas e canhadas, onde a carqueja viceja também criou a
estância e o gosto pela vida guapa.
Me destes o céu, me destes a
estrada, me destes a campina onde o brilho dos meus olhos relampeja nos açudes
e lagoas da terra, resplandecendo e dando vivas ao novo dia.
Imprimo no caminho a direção do
meu rastro e retempero as fibras de aço do meu interior bagual, na firmeza do
caráter incólume, aos modismos dos tempos hodiernos.
Quantos já retornaram ao campo
santo, sem bendizer seu próprio chão. Por isso, sou sentinela na defesa de
princípios e valores tão em desuso.
Baluarte, na defesa das
quarteadas da vida, no respeito ao outro, ombreando na lida e na pampa
continentina, erigi meu templo, no desfraldar de nossa Bandeira cuja égide
brada a liberdade, igualdade e humanidade!
Aí está meu rastro!
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